"Esta fábrica é resultado da conservação do meio ambiente. A floresta em Gorongosa já está a dar emprego,está a gerar fábricas. Para além desta,também temos a fábrica de café que ainda está a funcionar a meio gás,mas está a produzir",explicou,em entrevista à Lusa,o administrador do Parque Nacional de Gorongosa,Pedro Muagura.
Trata-se de uma iniciativa do Parque Nacional da Gorongosa (PNG),centro de Moçambique,com financiamento dos Governos da Irlanda e do Canadá em 174 mil dólares (160 mil euros),através de um programa de conservação da biodiversidade.
"Esta fábrica tem uma capacidade de produção de mil quilogramas por dia de mel e atualmente está a processar cerca de 300 quilogramas,mas pode ir até 2.000 quilogramas",acrescentou o administrador do PNG,sublinhando tratar-se de um projeto único no país.
"É o primeiro distrito que está a produzir e processar a sua matéria-prima localmente. Os produtos são produzidos e processados localmente,o que é muito bom para o país",acrescentou.
Pedro Muagura recordou que o PNG destinou a maior parte do seu território para a conservação da floresta,o que eleva o seu grau de proteção da biodiversidade,conseguindo suportar as duas importantes fábricas de processamento de matéria-prima local: café e mel.
Para além de comercializar o produto no mercado interno,o PNG vê na exportação para os países europeus o passo seguinte do negócio,bem como o alargamento a uma unidade de processamento de caju produzido naquele parque.
"Estamos a prever a implementação de uma outra fábrica de caju e atualmente estamos a massificar o fomento de plantio de caju",concluiu.
A Gorongosa foi o primeiro parque nacional de Portugal em 1960,na época colonial,dilacerado entre 1977 e 1992 pela guerra civil que se seguiu à independência de Moçambique.
Em 2008,a fundação do milionário e filantropo norte-americano Greg Carr assinou com o Governo moçambicano um acordo de gestão do parque por 20 anos - prolongado-o por outros 25 anos em 2018 -,que tem levado à sua renovação em várias frentes,com projetos sociais aliados à conservação e com o número de animais a crescer de 10.000 para mais de 102.000.
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