Delcídio do Amaral,candidato a prefeito em Corumbá (MS): divergências no pano de fundo da campanha — Foto: Michel Filho/Ag. O Globo
O apoio do PT a Delcídio do Amaral,delator da Lava-Jato e candidato a prefeito em Corumbá (MS),virou uma briga judicial após divergências internas no partido. Líder do governo Dilma Rousseff no Senado,Delcídio é considerado por boa parte dos petistas "persona non grata" pelo acordo de colaboração premiada firmado na ocasião.
Os diretórios municipais da federação Brasil da Esperança (PT,PV e PCdoB) aprovaram por unanimidade a coligação com o PRD,sigla pela qual o ex-senador concorre,em convenção realizada em 3 de agosto.
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A ata foi encaminhada para homologação pela federação estadual,mas o presidente do PT do Mato Grosso do Sul discordou. O posicionamento foi endossado por outros caciques petistas no estado. E o impasse acabou levado a âmbito nacional,no qual deliberou-se pela coligação com o PSB,cujo candidato é Gabriel de Oliveira.
Diante da reviravolta,a federação municipal acionou a Justiça Eleitoral para manter sua decisão de apoiar Delcídio e,portanto,suspender os efeitos da deliberação nacional.
Os advogados argumentam que a comissão executiva nacional extrapolou os limites legais ao invalidar a decisão da convenção municipal. Segundo eles,a comissão também definiu a adesão a outra coligação que sequer foi objeto da pauta da convenção como forma de "revanche e punição".
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A petição cita ainda que a executiva nacional determinou que a comissão estadual alterasse o quadro de dirigentes da comissão municipal,com uma "canetada no meio da noite". A medida tornou a coligação com o PRD prejudicada.
Diz o documento:
"O abuso de poder chegou a limites inimagináveis,pois além de anular parcialmente a Convecção Municipal,adotou tema não debatido e,por fim,determinou a substituição dos dirigentes municipais,sem que estes tenham produzido qualquer ato ilegal ou contra o Estatuto da FE-BRASIL".
Como a ação pede a tutela antecipada (antes de julgar o mérito),ante o risco de dano irreversível,a expectativa é que a Justiça decida a questão em breve. A federação alega que a falta da coligação altera todo o cronograma de atividades dos partidos envolvidos,prejudicando a campanha eleitoral.
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