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Passagem de risco: maioria dos túneis do Rio não possuem extintores de incêndio e saídas de emergência

2024-08-10 HaiPress

Corpo de Bombeiros vistoria túneis e mergulhões da cidade — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 10/08/2024 - 04:30

Túneis do Rio com falta de segurança

A maioria dos túneis do Rio carece de extintores de incêndio e saídas de emergência,violando normas de segurança do Corpo de Bombeiros. Inspeções revelam falta de equipamentos essenciais,levantando preocupações após incêndio na Linha Amarela. A prefeitura destaca reformas,mas não fornece detalhes sobre a presença desses itens.

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Um dia depois do incêndio que fez 110 vítimas e deixou dezenas de pessoas desorientadas em busca de uma saída em meio à fumaça,após um caminhão carregado de bebidas pegar fogo no Túnel do Covanca,na Linha Amarela,uma equipe do GLOBO percorreu de carro seis das principais galerias da cidade. E observou que,na percepção de motorista ou de passageiro,a maioria não tem extintores de incêndios e hidrantes,equipamentos obrigatórios de acordo com nota técnica do Corpo de Bombeiros. Também faltam saídas de emergência (corredores laterais),sinalização e,em alguns casos,até o sistema de ventilação.

Fogo na Linha Amarela: vinte e quatro das 110 vítimas de incêndio seguem internadas; duas no CTIApós incêndio na Linha Amarela: Corpo de Bombeiros decide vistoriar túneis e mergulhões da cidade

Corpo de Bombeiros vistoria túneis e mergulhões da cidade. O Corpo de Bombeiros começou a fazer uma vistoria nos túneis e mergulhões da cidade do Rio — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Horas após o incêndio de quinta-feira,o Corpo de Bombeiros anunciou que faria uma vistoria nos túneis do Rio — há 32 dessas estruturas na cidade. Nas inspeções,que começaram ontem,será exigida a apresentação do Certificado de Aprovação. O documento fornecido pelo Corpo de Bombeiros é obrigatório para qualquer edificação,inclusive túneis,mas não foi apresentado pela Lamsa,concessionária que administra a Linha Amarela. A empresa recebeu prazo de 60 dias para se regularizar e obter o registro. A corporação não informou que túneis têm o certificado.

Túnel Noel Rosa é um dos túneis do Rio que não tem equipamentos contra incêndio

Dos seis túneis percorridos pelo GLOBO,apenas o Marcello Alencar,que liga a Zona Portuária ao Aterro do Flamengo,tem,aparentemente,equipamentos de combate a incêndio como extintores,hidrantes e mangueiras. Com mais de três mil metros de extensão e inaugurado em 2016,suas duas galerias contam ainda com telefones de emergência,como também está previsto na nota técnica do Corpo de Bombeiros. O documento estabelece ainda que haja um sistema de alto-falantes,para anunciar mensagens ao público,mas esse equipamento não foi identificado pela equipe do GLOBO.

Túnel 450 Marcelo Alencar — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Bombeiros fizeram ontem vistorias no Marcello Alencar,no Santa Bárbara (entre Laranjeiras e Rio Comprido) e no Rio450 (que liga o Centro ao bairro da Saúde). O resultado da visita não foi divulgado.

O Santa Bárbara,que tem duas galerias de 1.357 metros de extensão,passa por obras há meses,mas ontem não era possível avistar extintores e hidrantes,assim como sinalização para apontar as rotas de fuga. Quem cruza pelos 720 metros do Noel Rosa,entre Vila Isabel e Jacaré,também não sabe se esses equipamentos estão presentes. Em muitos trechos,mesmo que haja um extintor,por exemplo,ficaria difícil encontrá-lo devido à escuridão. Também faltam sinalização,ventilação e saída de emergência em corredores laterais.

Túnel Santa Bárbara — Foto: Divulgação / CBMERJ

Um dos maiores e mais movimentados túneis do Rio,o Rebouças,liga as zonas Norte e Sul,numa extensão de 772 metros na primeira galeria e de 2.047 metros na segunda. Apesar de sua extensão e de sua relevância,também deixa a desejar em segurança e prevenção de incêndio. No último dia 5,uma van pegou fogo em uma das galerias,e o tráfego foi interrompido por mais de uma hora,o que resultou em novo nó no trânsito. O episódio não deixou feridos. O motorista que cruza o Rebouças também não avista hidrantes ou extintores,assim como sinalização contra incêndio e pânico ou saída de emergência em corredores laterais. Entretanto,o túnel tem ventilação e passagem entre os dois sentidos da galeria maior,para facilitar eventuais ações de socorro em casos de emergência.

O Rafael Mascarenhas,na Gávea,o menor dos túneis visitados ontem pelo GLOBO,tem 465 metros de extensão. Nele,também não havia extintores e hidrantes aparentes,o que é obrigatório em passagens com mais de 90 metros de comprimento.

Bombeiros fazem vistoria em túneis do Rio — Foto: Divulgação / CBMERJ

Em nota,anteontem,o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros,coronel Leandro Monteiro,informou que notas técnicas do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio (COSCIP) “incluem sinalização de segurança,iluminação de emergência,sistema de detecção e alarme de fumaça e gases,sistema de ventilação,sistema de proteção por extintores e hidrantes,entre outros”.

Prefeitura cita reformas

Procurada,a prefeitura do Rio não deu informações sobre esses equipamentos nos túneis de cidade. Por nota,ressaltou apenas que investe em reformas,“para recuperar a infraestrutura das galerias,que são muito antigas,e ampliar o conforto e a segurança dos motoristas”. Acrescentou que,nos últimos quatro anos,16 túneis e dois mergulhões passaram por intervenções.

Sobre a escuridão no Noel Rosa,informou que a cidade “enfrenta casos de furtos de equipamentos e cabos de iluminação,que provocam prejuízos aos cofres da cidade e exigem constantes reparos”. No comunicado,o município diz que tem um sistema de monitoramento com 120 câmeras nos túneis,para “viabilizar a pronta resposta dos órgãos municipais em casos de acidentes e engarrafamentos”. Além disso,destacou que há bases da CET-Rio nas entradas e saídas dos principais túneis,para atuar em casos de acidentes.

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