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A campanha é feminina, ensinam Kamala, Michelle, Hillary...

2024-08-23 HaiPress

O ex-presidente dos EUA,Bill Clinton,a ex-secretária de Estado,Hillary Clinton,observam a vice-presidente Kamala Harris discursar em evento de campanha — Foto: Mark Felix / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 23/08/2024 - 00:06

Convenção Democrata: Lideranças Femininas e Estratégia Política

A convenção democrata destaca lideranças femininas como Kamala,Michelle e Hillary,ressaltando memórias e valores. Enquanto isso,a estratégia política foca em aproximação emocional para atrair eleitores,contrastando com a abordagem republicana mais crítica. O evento reforça a importância das mulheres na política,apelando para a participação e reconhecimento de direitos,impactando não apenas o eleitorado feminino,mas a sociedade como um todo.

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Nunca fez tanto sentido campanha ser substantivo feminino. Foi sobre memória,inspiração e valores consagrados por mulheres a convenção do Partido Democrata que,ontem à noite,confirmou a vice-presidente dos Estados Unidos,Kamala Harris,e o governador Tim Walz,de Minnesota,como adversários dos republicanos Donald Trump e J.D. Vance na disputa pela Casa Branca em novembro. Já no primeiro dia,Hillary Clinton indicou a estratégia,repetida posteriormente pelo casal Michelle e Barack Obama e também por Bill Clinton,ex-presidente e marido da ex-senadora,ex-secretária de Estado,candidata derrotada por Trump em 2016.

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Hillary — aplaudida intensamente pela multidão de correligionários reunidos em Chicago e algo surpresa com isso — discursou de modo assertivo e sensível. Recorreu à expressão glass ceiling (teto de vidro,em tradução livre) para lembrar as barreiras impostas à ascensão das mulheres no mercado de trabalho,tão invisíveis quanto reais. Mencionou o incentivo que recebeu da mãe,Dorothy Howell Rodham,morta em 2011. E disse quanto ela e Shyamala Gopalan Harris,mãe e referência permanente nas falas de Kamala,falecida há década e meia,apreciariam e apoiariam as filhas poderosas da política.

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No dia seguinte,foi a vez de Michelle Obama,ex-primeira-dama,reverenciar a memória de Marian Robinson,por oito anos a sogra mais famosa dos Estados Unidos. Michelle perdeu a mãe em maio passado e deixou muito claro o luto que ainda atravessa. A mãe a apoiou na carreira e ajudou nos cuidados com as duas netas,Malia e Sasha,durante os oito anos em que a família viveu na Casa Branca. A Donald Trump,sucessor do marido,endereçou desabafo após anos de desaforos racistas:

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— Donald Trump fez tudo o que pôde para que as pessoas tivessem medo de nós. Sua visão muito limitada do mundo fez com que ele se sentisse ameaçado pela existência de duas pessoas altamente educadas,bem-sucedidas e que,por acaso,são negras.

Seguiu adiante em apelos por engajamento e ação e esperança e alegria para eleger a filha de mãe indiana e pai jamaicano,que pode vir a ser a primeira mulher a presidir os Estados Unidos. Obama,apresentado pela mulher,foi outro que exaltou figuras femininas próximas: a sogra Marian,uma mulher negra de Illinois,e a avó materna,Madelyn Dunham,uma mulher branca do Kansas. Duas mulheres de cor,origem e trajetória diferentes,disse,mas que se aproximavam na atenção à família,no trabalho duro e pouco valorizado,nas relações comunitárias sólidas.

Obama,na exaltação a Kamala Harris,ouviu de uma voz feminina na plateia a adaptação do slogan que lançou em 2004,na corrida ao Senado,e consagrou em 2008,na primeira campanha à Presidência. “Yes,we can” (sim,nós podemos) virou “Yes,she can” (sim,ela pode,é capaz),numa referência a Kamala. Ele percebeu a deixa,repetiu a frase,e democratas eufóricos na arena do Chicago Bulls fizeram o resto.

O bordão de campanha atribuído ao ex-presidente foi cunhado,décadas antes,por uma mulher. Foi Dolores Huerta,ativista,cofundadora,com Cesar Chávez,nos anos 1960,do Sindicato de Trabalhadores Rurais,quem deu o papo aos empregadores que negavam direitos aos lavradores:

— Sí,se puede.

A frase varreu o campo,o movimento por direitos civis e,neste século,foi traduzida e usada por Obama. Em 2012,o então presidente concedeu a Dolores a Medalha Presidencial da Liberdade,maior condecoração civil do país. Ela está viva,completou 94 anos em abril e,influente no eleitorado latino,endossou a indicação de Kamala à Presidência quatro dias depois de Joe Biden desistir da reeleição.

A convenção democrata foi um desfile de apelos à alegria e à participação política do eleitorado,também junto aos independentes e aos republicanos. Na convenção que formalizou a chapa Trump/Vance,o ex-presidente era mais aplaudido quando carregava nas críticas a Biden,aos imigrantes,aos diferentes,do que quando apresentava propostas de governo.

A tática democrata,seguida rigorosamente pelos oradores,foi tentar fomentar o comparecimento às urnas e atrair votos,pela via da emoção,da aproximação,das semelhanças,da alegria no convívio,no cuidado com o outro. Muita valorização do papel das mulheres na família,na comunidade,nas igrejas,na sociedade. Muita ênfase na capacidade feminina,no reconhecimento aos direitos de todas nós à liberdade — em particular,de decidir sobre os próprios corpos. Da campanha democrata à Casa Branca emerge um jeito de fazer política que os Estados Unidos devem não só ao eleitorado feminino,mas à população,há muito tempo. O Brasil também.

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