O apelo foi hoje feito em comunicado,após a associação ter tido conhecimento de que "pelo menos 14 produtores de leite,entre os que fornecem atualmente a marca 'Pingo Doce',através da empresa 'Terra Alegre',foram surpreendidos com a informação que serão dispensados e terão de procurar novo comprador de leite a partir de janeiro de 2025".
Segundo a Aprolep,"a situação não resulta de qualquer falha por parte dos produtores,mas foi comunicado que o comprador pretende reduzir a quantidade de leite que adquire".
"Esta atitude é surpreendente porque passaram apenas dois anos desde que estes produtores foram convidados a fornecer esta cadeia alimentar com a expectativa de um contrato de longa duração e perspetivas de crescimento",sustenta a associação,salientando que "estes produtores arriscaram mudar de comprador para poderem aumentar a produção e ganharem uma dimensão sustentável para encarar os desafios do futuro".
"Fizeram investimentos e têm créditos para amortizar",acrescenta.
Em declarações à agência Lusa,o secretário-geral da Aprolep,Carlos Neves,precisou que,no conjunto,os produtores a dispensar tinham contratado um fornecimento de 20 milhões de litros/ano à Terra Alegre,variando o preço por litro "conforme o mercado".
Contactada pela Lusa,fonte oficial da Terra Alegre Laticínios referiu que a empresa,"como é prática no setor do leite,revê os contratos anualmente em função da sua gestão de 'stocks' existentes e das condições de produção e de mercado em geral".
"Quando do exercício de planeamento resulta que as necessidades de matéria-prima são menores,como se verifica atualmente,a Terra Alegre procura minimizar o impacto sobre os produtores,trabalhando de forma atempada (aviso prévio) e próxima com cada produtor para encontrar soluções para cada caso concreto",sustenta.
Garantindo que vem fazendo este trabalho "desde há meses,numa busca conjunta de alternativas de escoamento",a Terra Alegre assegura que a sua conduta se "pauta por uma relação responsável e respeitadora com os produtores com que trabalha,num espírito de verdadeira parceria".
Para a Aprolep,esta é,contudo,uma "situação preocupante" que "será grave para todo o setor se não surgirem indústrias ou cooperativas com capacidade para comprar e valorizar esse leite de forma estável e com um preço sustentável,capaz de cobrir os custos de produção".
"É difícil perceber a dificuldade em escoar e valorizar o leite português,quando Portugal continua a ser deficitário no setor dos laticínios,sobretudo devido à importação de milhões de euros em queijos e iogurtes",argumenta.
Neste contexto,a associação "lança um alerta e um apelo aos responsáveis políticos,ao setor da distribuição,à indústria de laticínios e ao setor cooperativo",para que analisem esta situação "com cuidado e responsabilidade,procurando as melhores soluções" para o destino do leite,dos produtores,dos seus funcionários e das suas famílias.
O objetivo,enfatiza,é "não criar um desequilíbrio no mercado que desvalorize o leite português e coloque em causa todo o setor".
Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.
© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa Contate-nos SiteMap