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Julgada por escândalo ambiental, 'rainha do lixo' usou contas de empresa para vida de luxo, mil restaurantes e vestido de noiva

2024-09-04 HaiPress

Ex-chefe da Think Pink,Bella Nilsson chega a tribunal para julgamento em Estocolmo — Foto: Henrik Montgomery/TT / TT NEWS AGENCY / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 04/09/2024 - 06:26

"Escândalo ambiental na Suécia: 'Rainha do Lixo' acusada de poluição e desvio de fundos"

Em meio a escândalo ambiental,'Rainha do Lixo' é acusada na Suécia de liberar poluentes e desviar fundos da empresa. Bella Nilsson levou vida de luxo,usando dinheiro para viagens,itens de grife e até um vestido de noiva. Empresa NMT Think Pink despejou 200 mil toneladas de resíduos,colocando em risco saúde e ambiente. Acusados enfrentam julgamento,negam crimes. Investigação extensa revela 21 locais afetados e municípios buscando indenizações milionárias.

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Além de responder pelo que a acusação considera ser o maior caso de crime ambiental da História da Suécia,Bella Nilsson,uma ex-stripper que se autodenominava "Rainha do Lixo",é suspeita de cometer crimes financeiros para manter uma vida luxo. A ex-chefe da empresa de gerenciamento de resíduos NMT Think Pink teria usado fundos da companhia para custear viagens de férias e itens de grife.

A emissora TV4 relatou que sapatos e bolsas de grife foram encontrados quando a polícia entrou no apartamento de Nilsson,durante as investigações. De acordo com a acusação,Nilsson e outra pessoa usaram fundos da empresa para pagar pelo menos mil contas de restaurantes privados e comprar roupas por mais de 1 milhão de coroas suecas (R$ 545 mil,na cotação),incluindo um vestido de noiva por 15 mil coroas suecas (pouco mais de R$ 8 mil),informou a TV4.

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A empresa de gerenciamento de resíduos,outrora aclamada no segmento,foi acusada de despejar ou enterrar cerca de 200 mil toneladas de resíduos da área de Estocolmo em 21 locais,sem intenção de processá-los corretamente.

Bella Nilsson foi a última dos acusados ​​a chegar ao tribunal no norte de Estocolmo quando o julgamento,que deve durar até maio,começou na manhã desta terça-feira.

Usando grandes óculos escuros,Nilsson se recusou a responder perguntas enquanto afastava os microfones dos repórteres.

Altos níveis de PCBs (poluentes orgânicos persistentes),chumbo,mercúrio,arsênio e outros produtos químicos foram liberados no ar,solo e água,disseram os promotores,colocando em risco a "saúde de humanos,animais e vida vegetal".

Pilha de resíduos abandonados por empresa sueca pega fogo em Botkyrka — Foto: STINA STJERNKVISTTT NEWS AGENCYAFP

Os investigadores apontam que a agora falida NMT Think Pink "coletou resíduos sem intenção ou capacidade de lidar com eles de acordo com a legislação ambiental".

Os resíduos consistiam em itens de diferentes categorias,de materiais de construção a eletrônicos,metais,plásticos,madeira,pneus e brinquedos.

A Think Pink deixou pilhas de resíduos "sem classificação" e abandonadas,de acordo com a acusação.

O ex-marido de Nilsson,Thomas,fundador da empresa,e Leif Ivan Karlsson,um empreendedor excêntrico que estrelou um reality show sobre seu estilo de vida exagerado,também estão entre os indiciados,junto com o "corretor de resíduos" Robert Silversten.

Um consultor ambiental que ajudou a empresa a passar nas inspeções,Magnus Karlsson,foi acusado como cúmplice. Todos os 11 acusados ​​negaram ter cometido qualquer crime.

Em seu auge,de 2018 a 2020,os sacos de resíduos de construção cor de fúcsia da empresa podiam ser vistos em muitas calçadas de Estocolmo,e a empresa ganhou duas vezes um prestigioso prêmio empresarial sueco.

Entenda o caso

A Think Pink foi contratada por municípios,construtoras,cooperativas de apartamentos e indivíduos privados para reciclar e descartar resíduos de construção. Mas o negócio desmoronou em 2020 quando seus proprietários foram presos.

Bella Nilsson — que agora mudou seu nome para Fariba Vancor — disse anteriormente à mídia sueca que a empresa agiu de acordo com a lei e insistiu que é vítima de uma conspiração de rivais.

— Ela tem uma explicação para tudo isso — disse seu advogado Jan Tibbling ao jornal Dagens Nyheter na segunda-feira.

Considerado o maior caso de crime ambiental da Suécia,a investigação tem mais de 45 mil páginas,com 150 testemunhas a depor.

A promotora Linda Schon disse ao Dagens Nyheter que os investigadores tiveram de limitar as acusações a 21 locais porque estavam ficando sem tempo.

— Pode ter havido vários locais que não conseguimos investigar,mas acreditamos que 21 locais são suficientes para mostrar que os crimes foram sistemáticos — disse ela.

Vários municípios buscaram indenização por custos de limpeza e descontaminação,totalizando 260 milhões de coroas suecas.

Uma das maiores reivindicações é do conselho de Botkyrka,onde duas pilhas de resíduos Think Pink queimaram por meses em 2020 e 2021 após combustão espontânea. Uma delas ficava perto de duas reservas naturais.

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