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'Tudo está desmoronando': francesa violentada 92 vezes revive terror em julgamento do marido e outros 50

2024-09-05 HaiPress

Gisele P — Foto: Christophe SIMON / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 05/09/2024 - 05:27

Mulher francesa enfrenta agressores em julgamento

Uma mulher francesa revivendo o terror de ter sido estuprada 92 vezes durante uma década por seu marido e 50 cúmplices em julgamento. Detalhes chocantes incluem drogas,vídeos e ordens específicas. O caso expõe a complexidade dos agressores e a luta da vítima por justiça,com o julgamento previsto até dezembro.

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Uma mulher francesa cujo marido é acusado de recrutar estranhos para estuprá-la enquanto estava drogada disse em seu julgamento na quinta-feira que a polícia a salvou ao descobrir os crimes A polícia "salvou minha vida" ao "investigar o computador" de seu marido,disse Gisele P. durante o julgamento em Avignon.

Leia mais: Marido que recrutou estranhos para estuprar a própria mulher dopada comprou 450 pílulas para dormir em 1 ano,diz acusaçãoEntenda: Igreja sueca quer proibir o pai de levar a noiva ao altar nos casamentos

Recordando o momento em que,em novembro de 2020,os investigadores mostraram a ela as imagens de uma década de abuso sexual orquestrado e filmado por seu marido,ela disse: "c. Para mim,tudo está desmoronando. Tudo o que construí em 50 anos."

Detalhes do caso do homem que dopou a própria mulher para que ela fosse estuprada por desconhecidos durante uma década foram expostos em julgamento nesta terça-feira,em Avignon. O francês,identificado apenas como Dominique P.,de 71 anos,é réu junto a outros 51 acusados — dos quais 18 estão em prisão preventiva.

De acordo com a acusação,Dominique comprou 450 pílulas para dormir no espaço de um ano,com base em dados do seguro nacional de saúde. O caso só foi descoberto depois que o homem foi pego filmando por baixo das saias de mulheres em um supermercado. No celular do francês,investigadores encontraram milhares de fotos e vídeos da vítima,Gisele P.,sendo abusada sexualmente por estranhos recrutados online em um fórum chamado "Without her knowledge" ("Sem o conhecimento dela",em tradução livre) no site coco.gg,fechado pela Justiça francesa desde junho passado.

Julgamento de homem acusado de drogar sua esposa por quase dez anos e convidar estranhos para estuprá-la,na França — Foto: AFP

Dominique P.,que apareceu no site sob um pseudônimo,alegou que participava "ocasionalmente" do fórum online e que "não era seu hábito". Mas foram encontradas várias discussões em que ele às vezes usava o termo "estupro" e dizia a outros homens que dava pílulas para dormir à esposa para envolvê-la em práticas que ela normalmente recusaria.

A polícia disse que encontrou centenas de fotos e vídeos da mulher no computador de Dominique P,visivelmente inconsciente e principalmente em posição fetal. As imagens supostamente mostram dezenas de estupros na casa do casal em Mazan,uma vila de 6 mil pessoas a cerca de 33 quilômetros de Avignon.

Tomada pela emoção ao ouvir o relato da acusação,a filha do casal deixou temporariamente o tribunal nesta terça. Gisele P. permaneceu calma e reservada durante toda a sessão do julgamento,que se prolongará até 20 de dezembro. Gisele deu entrada no processo de divórcio.

51 acusados

Os acusados são homens de diversas origens: bombeiro,artesão,enfermeiro,funcionário prisional,jornalista,eletricistas. Entre eles,há solteiros,casados e divorciados. Eles podem pegar penas de até 20 anos de prisão.

— Não existe um perfil típico de estuprador. O estuprador é um homem qualquer — declarou à AFP antes do julgamento Véronique Le Goaziou,pesquisadora do Laboratoire Méditerranéen de Sociologie,especializada em violência sexual.

A maioria foi apenas uma vez ao domicílio do principal acusado na localidade de Mazan,no sul da França. Dez deles foram várias vezes,chegando a passar até seis noites em alguns casos. O homem não lhes pedia dinheiro em troca.

Os acusados não apresentam patologias psicológicas significativas,embora tenham um sentimento de “onipotência” sobre o corpo feminino,segundo especialistas. Muitos alegam que acreditavam estar participando das fantasias de um casal liberal.

Mas,de acordo com o marido,“todos sabiam” que sua esposa estava drogada sem seu consentimento. Para a instrução,“cada indivíduo dispunha de seu livre-arbítrio” e poderia ter “ido embora” ao perceber a situação. Os investigadores identificaram 92 estupros desde 2011,quando o casal vivia na região de Paris,mas principalmente a partir de 2013,após se mudarem para Mazan,e até 2020.

O ex-funcionário da companhia de eletricidade EDF administrava à sua esposa um forte ansiolítico,e os homens,contatados através do site de encontros coco.fr — já fechado —,tinham a ordem de não acordá-la. Outras instruções incluíam não usar perfume nem tabaco,aquecer as mãos com água quente e se despir na cozinha,para evitar esquecer roupas no quarto.

'Completamente terrível'

Gisèle P. soube dos fatos aos 68 anos,quando todos os estupros vieram à tona após seu marido ser pego em 2020 em um centro comercial filmando por debaixo das saias das clientes.

Para a mulher,o processo promete ser “algo completamente terrível”,diz Antoine Camus,um de seus advogados,que também representa seus três filhos e cinco netos. Ela “viverá pela primeira vez,de forma retrospectiva,os estupros que sofreu durante dez anos”,pois não tem “nenhuma lembrança”,disse Camus à AFP,antes do início do julgamento.

Após sua prisão,a unidade de casos não resolvidos implicou o francês em outros dois casos: um assassinato com estupro em Paris em 1991,que ele nega,e uma tentativa de estupro em 1999,que ele admite após a identificação de seu DNA.

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