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A França e seus prazeres e desprazeres

2024-09-13 HaiPress

Curtia eu meu vinho syrah orgânico com batatas chips fritas em caldeirão quando o trem parou e veio o anúncio no alto-falante: volume suspeito deixado na estação de Vendôme,linha paralisada até segunda ordem — Foto: Alexandra Forbes

RESUMO

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GERADO EM: 13/09/2024 - 04:30

Amor e ódio na França: Uma dualidade gastronômica e cultural

Vivendo na França,o autor descreve seu amor e ódio pelo país. Enquanto aprecia a gastronomia e os produtos locais,como queijos e vinhos,critica a atitude reclamona dos franceses. Durante uma viagem de trem,enfrenta a interrupção devido a um pacote suspeito na estação. A experiência destaca a dualidade de prazeres e desprazeres na vida na França.

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Tenho uma relação de amor e ódio com a França,onde vivo. Detesto a soberba e a maldita mania dos franceses de reclamarem de tudo e mamarem nas tetas no governo. Dizem “Je suis desolé,madame” (“estou desolado,senhora”) o tempo todo sem sentirem desolação alguma: mera frase-coringa para não fazerem o que pedimos. Em contrapartida,adoro os clichês da boa mesa à la française. Ontem,a bordo de meu voo da Air France para Paris,já matei as saudades de um belo croissant amanteigado e esfarelento e bons queijos. A baguete do avião não tinha aquela crosta crocante da original vendida a cada esquina de Paris,mas a boa oferta de vinhos compensou.

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Ao desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle fui ao Monop’ comprar um piquenique para enfrentar a longa escala até Bordeaux. Deu gosto de ver naquele mercadinho,filial da rede gigante Monoprix,tantos orgânicos e embalagens biodegradáveis nas prateleiras. Saí com pão ainda morno do forno,queijinhos Rocamadour deliciosamente moles e cremosos,tomates-cereja orgânicos e cerveja artesanal — tudo por menos de € 20 (ou menos de R$ 124) — e sentei-me fora do terminal para tomar um pouco de brisa e sol na cara.

Foram tantas horas de espera que a fome já batia de novo quando peguei meu trem para Bordeaux. Mal saiu da estação,eu já estava aboletada em uma banqueta do vagão-bar. Taí outra coisa que amo na França: a SCNF,estatal que opera a rede ferroviária e manda muito bem no quesito comes e bebes. Quase tudo é made in France e relativamente saudável em seus fast-foods — da água com gás dos Pirineus ao arroz-doce.

Curtia eu meu vinho syrah orgânico com batatas chips fritas em caldeirão quando o trem parou e veio o anúncio no alto-falante: volume suspeito deixado na estação de Vendôme,linha paralisada até segunda ordem. Um time antibombas estaria a caminho. Restou-me contemplar os celeiros e as vaquinhas pela janela e subir o volume dos fones de ouvido para não me irritar com os resmungos e as bufadas da francesada à minha volta.

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