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Debate nos EUA ajuda a entender política no Brasil

2024-09-16 HaiPress

Candidata democrata à Presidência dos EUA,Kamala Harris,e candidato republicano à Casa Branca,Donald Trump,durante debate transmitido pela rede ABC — Foto: MATTHEW HATCHER / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 16/09/2024 - 00:05

"Debate nos EUA: Análise Psicológica de Candidatos e Estratégias Eleitorais"

O debate nos EUA ajuda a compreender a política no Brasil. A análise psicológica dos candidatos é essencial,assim como entender o fascínio que exercem. A estratégia de Kamala Harris contra Trump foi atacar seu ego e desmascarar suas mentiras. O sucesso de candidatos fora da política como empresários é questionável,pois governar requer talento específico. A postura radiante de Kamala contrastou com a visão apocalíptica de Trump. O aprendizado sobre os candidatos é crucial diante da ascensão de figuras polêmicas na política.

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Assisti ao debate Kamala xTrump como se estivesse num laboratório. Meu tema de pesquisa: como neutralizar candidaturas que o milionário inspira nos trópicos. Lendo “Os bastidores”,livro de Martin Amis,encontrei a lei que na realidade inspira minha pesquisa. É a Lei Barry Manilow. Amis a formula assim: todas as pessoas que conheço detestam Barry Manilow,e todas as pessoas que não conheço gostam dele. As que não conheço são muito mais numerosas.

Quiz: com qual candidato a prefeito você mais se identifica?

Cada vez que um candidato desse tipo avança nas pesquisas,há duas tendências: falar mal dele entre nós ou tentar entender o que acontece. Elas podem coexistir. Mas,considerando a Lei Barry Manilow,não adianta apenas falar mal.

Faça o teste: você é de centro,direita ou esquerda?

Um dos argumentos que dinamizam certos candidatos de fora da política é se apresentarem como empresários de sucesso. Eles e seus eleitores ignoram que as leis que regem uma empresa privada,com seu conselho diretor,são diferentes das leis que movem a máquina pública e as câmaras legislativas. A experiência não pode ser transplantada mecanicamente. Há um talento específico para governar,que nem sempre existe no empresário.

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Kamala Harris foi mais objetiva do que estou sendo. Conhecendo a psicologia de Donald Trump,ela o atacou naquilo que mais o desequilibra: o ego. Duvidou de seu êxito empresarial,afirmando que foi apenas o bebê de um empresário muito rico e encontrou um caminho já construído.

Outra questão bem trabalhada foi desmontar as mentiras. Os jornalistas contribuíram para isso. Trump falou de imigrantes comendo cães e gatos em Springfield. Foi desmentido. Falou de governadores democratas que permitem o assassinato de bebês recém-nascidos. Também foi desmentido. Claro,essas mentiras podem ser recortadas e circular pelas redes sociais. Mas nada impede que o recorte dos desmentidos também seja.

Trump,durante todo o tempo,parecia triste,e isso combinava com sua visão apocalíptica caso perdesse a eleição: a eclosão de uma Terceira Guerra Mundial. Kamala esteve todo o tempo radiante e sorridente. Considerando o peso das imagens,levou vantagem a maior parte do tempo,mesmo porque poucos acompanham áudio em todos os detalhes.

Ela procurou se mostrar como uma candidata do futuro e escapou habilmente de se identificar com o statu quo. Trump estava preparado para combater Joe Biden. Ela disse:

— Não sou Joe Biden.

Kamala Harris venceu por pontos. Da mesma forma,um simples debate não oferece um aprendizado completo. Mesmo porque o debate não assegura a vitória nas eleições. Mas é valioso diante do desafio da Lei Barry Manilow. O caminho do aprendizado psíquico sobre o candidato é essencial,da mesma maneira o entendimento do fascínio que ele exerce sobre as pessoas.

Um exemplo tropical. Quando alguém tem pavor de tomar vacina e de falar fino,quando alguém encontra um japonês por acaso e faz piada sobre o tamanho do pênis,quando esse alguém se diz seriamente preocupado com o fato de os homens terem o pênis amputado por falta de limpeza. Enfim,quando alguém manifesta tantos sintomas,é razoável deduzir que tem intensa angústia de castração. Não quer dizer muito,mas pode melhorar a maneira como contestamos sua prática. E entender um pouco a atração que exerce sobre o mundo masculino.

Sinto que avancei alguns milímetros nesse tema,na verdade continuação da coluna de segunda-feira passada sobre a Teologia da Prosperidade e seu fascínio na política. Mas é devagar e com cuidado que vamos encontrar uma alternativa diferente da luta na lama,tipo de luta em que não há de fato vencedores.

A estrutura política do país,com a elite de costas para a sociedade,contribuiu muito para a produção de aventureiros. Mas a fórmula também pode envelhecer. A bala do cavaleiro solitário contra um sistema corrompido não dispara mais,a pólvora molhou. Restam outras,como a do empresário de sucesso tentando tornar o governo um negócio produtivo.

Mas é preciso reconhecer que algo precisa mudar no universo político. Senão,viveremos em sobressalto com a constante aparição de aventureiros.

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