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A conta das queimadas chegou

2024-09-17 HaiPress

Leo Aversa: 'São Paulo entrou em modo delirante,com candidatos trocando cadeiradas e prometendo torres e teleféricos,sem reparar na chuva negra que cai' — Foto: Reprodução

RESUMO

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GERADO EM: 17/09/2024 - 04:30

Crise ambiental no Brasil: urgência na ação

A negligência com o meio ambiente trouxe consequências graves ao Brasil,com queimadas e fumaça sufocando cidades. A inação diante do desmatamento e do aquecimento global resultou em problemas climáticos extremos. A população e o governo precisam agir antes que seja tarde demais.

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Ainda lembro quando o aquecimento global era um problema menor. Coisa para um futuro distante. Até lá vão inventar algo para solucionar esse estorvo,pensávamos,descansados. Na época da ecologia movida a manivela,os cientistas tentavam demonstrar que não era bem assim,que era preciso fazer algo,diminuir a emissão de gases,parar o desmatamento. “Magina,esses caras não sabem nada,um bando de apavorados,a floresta é eterna,se recupera sozinha”,pensava a maioria.

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Estávamos preocupados apenas com a possibilidade de um botão vermelho ser acionado em Washington ou Moscou e a gente virar churrasquinho atômico. Se o apocalipse viesse,seria numa guerra nuclear. Aquecimento global? Bobagem,preocupação de ecochato europeu. Na mesma época circulava o discurso de que a Amazônia — o “pulmão do mundo” — seria a salvação do planeta. O Brasil tem florestas sem fim,está seguro. Poluição é problema de Estados Unidos e China,eles que lutem.

Quem poderia imaginar que esse mix de delírios ufanistas,ignorância raiz e irresponsabilidade desvairada ia dar ruim?

Nada foi feito. Pelo contrário,deixamos correr solto,desmatamos ainda mais e foi decidido que o futuro do país está exclusivamente no agronegócio e ele precisa de lugar para crescer,não importa como. Uma floresta intacta não move a economia,diziam os agro-ixpértos,com um olhar cândido disfarçando a hipocrisia. Alguns políticos até afirmaram que não ia fazer diferença,afinal a Amazônia era infinita e não fazia sentido nenhum mantê-la intocada,só para agradar meia dúzia de tribos indígenas.

Deu ruim.

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A temperatura subiu. Mais tempestades,mais enchentes,mais secas. Coincidências,no más,pensou a maioria. Tanto assim que foi eleito um presidente orgulhosamente ignorante,arrogantemente negacionista,legítimo político do parágrafo anterior. Com a bênção presidencial,o desmatamento se tornou frenético e ainda se aliou ao garimpo ilegal para destruir não só a floresta,mas também os rios que a alimentam.

Deu muito ruim.

O Brasil que não está em chamas está envolto em fumaça. Em São Paulo,a maior cidade do país,os moradores não conseguem sequer respirar direito. Há pouco o Rio Grande do Sul ficou debaixo d’água,uma tragédia de proporções inéditas,mas que sabemos que vai se repetir pelo país afora. Mesmo assim a maioria não parece muito preocupada. Olham para o céu cheio de cinzas,tossem com a fumaça,assistem às queimadas diariamente na TV e... nada.

Não conseguem ligar os pontos.

Precisa acontecer mais o quê? A passividade do governo atual é incompreensível. O anterior era notoriamente troglodita,mas este foi eleito com a promessa de ao menos somar dois mais dois. E aí? Vão deixar queimar até quando? Ah,mas o agronegócio precisa... meus queridos,se continuar assim,não vai ter agro,não vai ter negócio,não vai ter país,não vai ter nada. São Paulo entrou em modo delirante,sem reparar na chuva negra que cai. O Rio acabou de bater 40°C no inverno. E quando chegar o verão? Chegaremos a quanto? Quando vier uma chuva como aquela do Rio Grande do Sul,como vai ser? Estamos preparados?

Não adianta sair correndo,nem fingir de morto. A conta chegou e precisa ser paga.

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