Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Avanços na judicialização

2024-09-20 HaiPress

Juiz — Foto: Reprodução

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 20/09/2024 - 04:30

Desafios da Judicialização da Saúde no Brasil

A judicialização da saúde no Brasil cria desafios financeiros e administrativos devido à demanda por medicamentos e tratamentos não cobertos pelo SUS. O STF propõe avanços estruturais,como uma plataforma nacional para gerenciar essas demandas,critérios de competência entre Justiças Federal e Estadual com base no valor do medicamento,e exigência de evidências científicas para prescrição. A relação entre a indústria farmacêutica e a saúde pública levanta preocupações de preços elevados e impacto nos orçamentos públicos.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

LEIA AQUI

A judicialização da saúde no Brasil tem se tornado um desafio crescente para o sistema de saúde,impactando diretamente a gestão de recursos e a eficiência no atendimento à população. Milhares de ações judiciais obrigam o Estado a fornecer medicamentos e tratamentos,muitas vezes não incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS),gerando sobrecarga financeira e administrativa. Essa realidade revela a necessidade urgente de soluções que conciliem o direito à saúde com a sustentabilidade do sistema. A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema propõe uma resposta estruturada para esse problema,trazendo avanços significativos na organização,custeio e responsabilização pelo fornecimento de medicamentos,além de estabelecer novas diretrizes para a atuação do Judiciário e dos entes federativos.

Uma das maiores inovações é a implementação de uma plataforma nacional que centraliza todas as informações relativas às demandas judiciais e administrativas para o fornecimento de medicamentos. Essa plataforma facilita o acesso e a análise de informações pelos entes públicos e pelo Judiciário,otimizando o processo de decisão e fornecimento. Ela permite identificar antecipadamente quem é o responsável pelo custeio de cada medicamento,além de monitorar a eficácia dos tratamentos ao longo do tempo. A ideia é aumentar a eficiência,reduzir o tempo de resposta e garantir que o Judiciário e a administração pública tenham acesso a dados precisos e atualizados,evitando decisões conflitantes e desorganizadas.

A decisão também avança ao definir critérios claros de competência entre a Justiça Federal e Estadual,com base no valor do medicamento e no tipo de ação judicial. Medicamentos com custo anual superior a 210 salários mínimos deverão ser bancados pela União e julgados pela Justiça Federal,enquanto medicamentos de menor custo podem ser julgados na Justiça Estadual. Além disso,os custos dos medicamentos não incorporados serão divididos entre União,estados e municípios,com base em percentuais de responsabilidade. A União custeará 65% das ações de medicamentos com valor entre 7 e 210 salários mínimos,e os Estados ficarão responsáveis pelos 35% restantes.

Outro avanço significativo é a exigência de que a prescrição e concessão de medicamentos não incorporados ao SUS sejam baseadas em evidências científicas robustas. O voto propõe que o Judiciário deve obrigatoriamente verificar se o pedido de medicamento atende a critérios de eficácia e segurança baseados em estudos clínicos de alta qualidade,como ensaios randomizados e revisões sistemáticas. Isso visa garantir que apenas medicamentos comprovadamente eficazes sejam fornecidos aos pacientes,evitando tratamentos de eficácia duvidosa.

A relação entre a indústria farmacêutica e a saúde pública no Brasil tem sido historicamente marcada por tensões e desafios. Embora o setor farmacêutico seja essencial para o desenvolvimento e disponibilização de medicamentos,sua atuação no país muitas vezes levanta preocupações relacionadas à acessibilidade,transparência e aos interesses comerciais que podem conflitar com o bem-estar coletivo. Um dos principais problemas reside nos preços elevados de medicamentos,especialmente aqueles de alta complexidade ou para doenças raras,que impactam significativamente os orçamentos do SUS. A prática de impor altos valores,muitas vezes acima dos praticados em outros países,sobrecarrega os cofres públicos e dificulta a ampliação do acesso da população a tratamentos eficazes.

Além disso,a judicialização da saúde frequentemente envolve a imposição judicial de medicamentos de alto custo,com pouca ou nenhuma negociação sobre valores,o que favorece a indústria farmacêutica em detrimento de um planejamento sustentável para o sistema.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

Pacote fiscal gera crise interna na bancada do PT e desgasta relação do governo com PSOL

Ciência do Chope: pesquisa sobre copo ideal para cerveja surgiu em ida à piscina, conta professor

Protagonista da série 'Sutura', Humberto Morais fará nova novela de Rosane Svartman

Exoneração expõe insatisfação com esforços do governo Lula para frear crise sanitária em reservas indígenas

Preso, primo de Elmar Nascimento falta à própria diplomação como vereador em reduto da família

Aval dos Bolsonaro e ‘paz’ com o vice estimulam Castro a tentar o Senado, mas aliados consideram anúncio precipitado

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap