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'Sistema' é o bicho-papão de quem não amadureceu o suficiente

2024-09-21 HaiPress

Pablo Marçal (PRTB) durante o debate RedeTV!/UOL — Foto: Maria Isabel Oliveira

RESUMO

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GERADO EM: 21/09/2024 - 00:05

"O termo 'coach' na sociedade: candidatura antissistema e ilusões políticas"

O artigo aborda a complexidade do termo "coach" na sociedade atual,destacando a candidatura antissistema como uma tempestade perfeita. Apresenta exemplos históricos de manipulação e medo,como também a fragilidade de estratégias políticas baseadas em ataques pessoais. O texto reflete sobre a ilusão de combater o sistema e a realidade da política tradicional.

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Coach é,em estado de dicionário,o indivíduo que conduz os cavalos numa carruagem. Para os que ainda pensam com os próprios neurônios e se expressam em língua pátria — sem o insight de que é preciso mentoring para dar um empowerment no reframe do mindset e entrar no flow —,essa palavra não é mais que o bom e velho “cocheiro” do tempo dos nossos bisavós. A diferença é que o cocheiro de antes efetivamente levava as pessoas do ponto onde estavam para o lugar onde queriam estar — valendo-se,para isso,da exploração de uma criatura irracional na qual se colocavam antolhos,que entrava na história contra a sua vontade. Já o coach de agora...

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A manipulação da boa-fé alheia remonta à serpente no Paraíso — anterior,portanto,ao surgimento da Humanidade. Passou pelo cavalo de Troia,por Zeus fingindo ser touro e cisne em suas investidas eróticas,por Labão entregando a Jacó a filha mais velha em vez de a mais nova,pela venda de terrenos na Lua,a caça aos marajás,pelo estelionato eleitoral de Dilma Rousseff,pela cloroquina etc.

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Todo dia saem de casa um malandro e um otário; quando os dois se encontram,nascem um esquema de pirâmide,uma terapia alternativa,uma dieta milagrosa,um novo culto religioso,a herança milionária de um príncipe nigeriano,um curso de coaching quântico — ou uma candidatura antissistema.

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“Sistema” é o bicho-papão de quem amadureceu o suficiente para se convencer da inexistência do monstro embaixo da cama,mas não o bastante para deixar de enxergá-lo nas instituições e nas relações sociais. Rabo,chifres e garras estão mal disfarçados nos suspeitos de sempre: políticos,banqueiros,multinacionais,homens brancos heterossexuais (o tal sistema patriarcal). Quando o coach encontra a candidatura antissistema,temos a tempestade perfeita.

Ainda mais se ele for do tipo que vende técnicas infalíveis para nocautear tubarão (como se sabe,#somostodossurfistaspernambucanos): basta esmurrar o focinho do bicho — e,se ele comer sua mão,dê um murro com a outra. (Para saber o que fazer caso ele coma também a outra mão,adquira o módulo avançado.) O mesmo coach que,graças ao skill set,adquiriu o dom de detectar falha em turbina de helicóptero (problema também muito comum no nosso cotidiano),de serenar pilotos em pânico (“Calma,cara,faz o seu melhor; qualquer coisa eu tô aqui...”) e,com esses superpoderes,quer entrar para a política — e mudar “o Sistema”.

Sua estratégia era mandar para o espaço aquele blá-blá-blá de accountability,leadership,mindfulness e actionable steps e investir na “maior baixaria de todos os tempos”. Desestabilizar os adversários sem o uso de argumentos — apenas com pejorativos do tipo “bananinha” e “arregão”. Caracterizar propostas alheias como “palhaçada”. Questionar a hombridade de uns e a masculinidade de outros. Só não contava com a astúcia do acaso e explosiva mistura de um sujeito de pavio curto com uma cadeira ao alcance da mão. Aí a valentia ante a fera fictícia e o sangue-frio diante da turbina em pane deram lugar à maca,à máscara de oxigênio,à camisola hospitalar e à pulseirinha verde a denunciar a encenação.

O coach parece fora de combate,e a política volta a ser aquele lugar dominado pelo “Sistema”,em que promessas infactíveis sejam renovadas a cada eleição. E a cadeira possa mais que o tubarão.

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