Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

Maduro subestima paciência de Lula

2024-11-01 HaiPress

Presidente da Venezuela,Nicolás Maduro,durante reunião dos Brics em Kazan,na Rússia — Foto: MARCELO GARCIA / Presidência da Venezuela / AFP

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 31/10/2024 - 20:41

"Crise entre Lula e Maduro: tensão e incerteza diplomática"

Maduro subestimou a paciência estratégica de Lula,levando a um distanciamento entre os líderes. A relação deteriorou-se após a tentativa de incorporação do território de Essequibo. Lula não vetou a Venezuela no Brics,mas sua irritação foi clara. A crise se intensifica,com a Venezuela buscando vitimizar Maduro. A tensão aumenta,com especulações sobre a possível expulsão do embaixador venezuelano do Brasil. A incerteza paira sobre até onde a crise pode chegar,com Maduro mais isolado e determinado.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

Tanto os assessores internacionais do presidente como os diplomatas que trabalham na relação entre Brasil e Venezuela sabiam,há muito tempo,da irritação de Lula com a ditadura de Nicolás Maduro. Desde o final do ano passado,as sinalizações de Lula foram permanentes. A eleição presidencial de 28 de julho foi a última chance dada ao chavismo para mostrar que estava disposto a contribuir — em maior ou menor medida — com um processo de recuperação da democracia no país.

Em crise com a Venezuela: Lula busca descolar sua imagem de Maduro e deixa de ser fiador do chavistaRelação abalada: 'Confiança com a Venezuela foi quebrada',diz Amorim sobre negativa do Brasil a apoiar entrada do país no Brics

Apesar da tentativa do Palácio de Miraflores de evitar que o assessor internacional da Presidência,Celso Amorim,presenciasse a eleição in loco,o embaixador e ex-chanceler bateu o pé e foi até Caracas. O resultado já é de público conhecimento: o processo apresentou tantas irregularidades que foi impossível para o Brasil reconhecer o resultado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Num último salva-vidas lançado pelo Brasil ao chavismo,Amorim pediu pessoalmente a apresentação das atas eleitorais a Maduro. As atas nunca apareceram. Mas,por alguma razão ainda difícil de entender,a ditadura venezuelana acreditou que o Brasil continuaria tolerando a ausência total de democracia,violação dos direitos humanos e descumprimento dos compromissos assumidos em conversas bilaterais.

Maduro subestimou a paciência estratégica de Lula,que começou a esgotar-se no final do ano passado,quando o ditador venezuelano lançou uma campanha nacional para recuperar o território do Essequibo,na Guiana. Num telefonema entre os dois chefes de Estado,o brasileiro expressou seu mal-estar e,desde então,a relação entrou num processo de estremecimento que parece incontornável.

Engana-se quem pensa que Lula deu a ordem explícita de vetar uma eventual entrada da Venezuela no Brics na cúpula de líderes de Kazan,na Rússia. Não foi necessário. A irritação de Lula com Maduro já era tão clara que,no momento em que a Venezuela apareceu na lista de candidatos a se tornarem parceiros do grupo,o representante brasileiro no Brics,embaixador Eduardo Saboia,sabia exatamente o que devia fazer.

Os russos,principais promotores do ingresso da Venezuela,foram informados do incômodo que essa possibilidade representava para o Brasil e o país saiu da lista. Não se chegou a um veto,formalmente. Quando Maduro desembarcou em Kazan,na noite em que foi realizado o jantar de chefes de líderes,a decisão de excluir a Venezuela já fora tomada no mais alto nível. A tentativa de rever essa decisão fracassou,pela posição do Brasil.

'Quem se mete com a Venezuela se dá mal': Perfil da polícia venezuelana no Instagram faz post com silhueta de Lula e bandeira do Brasil

Para a Venezuela foi uma humilhação e,após ela,impôs-se ao chavismo a necessidade de construir uma estratégia para vitimizar Maduro. Começou,então,o ataque ao Brasil,chegando,na última quarta-feira,até Amorim. No Palácio do Planalto,reina a tranquilidade. A convocação do embaixador venezuelano em Brasília,Manuel Vadell,é vista,segundo fontes,como “parte do endurecimento do regime,que ficou sem alternativa”.

Até onde chegará a crise? A pergunta que não quer calar. Em consultas informais,membros da oposição venezuelana recomendam a diplomatas brasileiros que a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira vá preparando as malas. A partir de 10 de janeiro,quando Maduro assumirá seu terceiro mandato e não contará com o reconhecimento do Brasil,a tensão poderá chegar à máxima potência.

Depois de ter subestimado Lula e perdido uma batalha crucial no Brics,Maduro,cada dia mais isolado,parece disposto a tudo.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

Cemitérios do Reino Unido se tornam refúgios para espécies raras de animais, revela instituto de conservação

Com preços do aluguel em alta, veja dicas de como renegociar o contrato e aliviar o bolso

Na metade do mandato, Lula cumpriu menos de um terço da meta de leilões de rodovias

Erro na cotação do dólar no Google aguça debate sobre responsabilidades das plataformas, dizem especialistas

Zona cinzenta: após temporada gloriosa, Botafogo vive indefinições que travam planejamento para 2025

Veja quais são as 7 primeiras empresas do Brasil a ganhar certificado por promover equidade racial

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap