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Trump, Kamala e os meus boletos

2024-11-05 HaiPress

Trump desvia olhar enquanto Kamala fala e gesticula com polegar para baixo — Foto: Saul Loeb/AFP

RESUMO

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GERADO EM: 04/11/2024 - 20:09

Reflexões sobre a Eleição nos EUA e a Futilidade da Influência à Distância

Hoje é dia de eleição nos Estados Unidos,mas enquanto muitos estão ansiosos,o autor reflete sobre a futilidade de influenciar o voto à distância. Critica a epidemia de assertividade nas redes sociais e destaca a importância de lidar com problemas diários,como pagar boletos,que não serão mencionados no discurso do novo presidente americano. Enquanto o mundo se preocupa com o futuro,ele está ocupado com questões familiares e financeiras. A certeza é que se os boletos não forem pagos hoje,haverá multa e juros no dia seguinte.

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Hoje é dia 5,dia de eleição nos Estados Unidos. Um momento grave para todo o planeta. Logo vamos saber se teremos mais uma vez o mentecapto soprando a fogueira do aquecimento global e se esse doido terá o botão do Apocalipse — de novo — à mão. É coisa séria.

Dia 5 também é o dia que vencem os meus boletos.

O leitor pode ficar indignado: como assim,você está preocupado com suas contas hoje? Deveria focar nesse juízo final prêt-à-porter! Calma,leitor,me preocupo,só que não posso fazer nada,a vida continua. Eleição americana é só para assistir. Às vezes é uma aurora boreal,às vezes é um terremoto apocalíptico. O resultado cai na nossa cabeça,mas não adianta xingar o céu. Parece óbvio,mas deem um rolé no mundo on-line: não falta gente nas esquinas daqui agindo como se fosse influenciar o voto lá.

Adianta?

Tem pessoas que nem lembram em quem votaram para vereador,não sabem quem é o síndico do seu prédio,mas imaginam que o Trump e a Kamala estão ansiosos para ler seu próximo post sobre as eleições americanas. Não é de se estranhar: as redes fabricaram uma epidemia de assertividade. É opinião definitiva pra todo lado,sobre qualquer assunto. Um megafone digital na mão e um monte de certezas na cabeça. Só tem um probleminha: poucos são ouvidos. Sobram megafones,mas quem controla o volume deles é o algoritmo,ou seja,a meia dúzia de sempre.

Não quero estragar a terça de quem está com os dedos nervosos no teclado,dando dicas para o próximo presidente americano no Facebook,explicando em fios de X/Twitter o que ele deve fazer e o que não. Longe de mim mexer com a autoestima deles,ainda mais porque costumam ser vingativos. Melhor distribuir like e escrever “Cirúrgico!”,“Voa!” ou “Brilha!” nos comentários,que bater palmas pra maluco dançar é um esporte digno como qualquer outro.

Voltando à minha realidade,hoje,quinto dia do mês,terei a fatura do cartão na mão e,como sempre,levarei um susto com o total. Mais uma vez vou somar as despesas freneticamente,em busca de um erro salvador. Não é possível,como deu isso tudo? Enquanto a GloboNews estiver transmitindo ao vivo de Washington,estarei aqui no Jardim Botânico,a sete mil quilômetros de distância,tentando entender como gastei tanto com Uber e supermercado. Eles olhando para o futuro distante,eu aqui ligado nos meus problemas diários.

Taí um assunto que não vai entrar no discurso de posse no novo presidente americano: meus problemas. Talvez no do Trump,avisando que,como latino-americano,sou um bad hombre,portanto,não serei bem quisto na sua Great America. Se depender dele,vou,no máximo,ficar na porta,estacionando os carros.

Quando enfim anunciarem o resultado,estarei provavelmente brigando com meu filho adolescente,por conta do excesso de celular ou então no telefone com a minha mãe,explicando que ela,aos 85,não deveria subir na escada para trocar a lâmpada. O Guga Chacra mostrando o que vai acontecer com a Humanidade e eu nas questões familiares. É o que me cabe.

Aconteça o que acontecer,com Kamala ou Trump,só há uma certeza: se eu não pagar os boletos hoje,amanhã terei multa de 10% e mais 0,3% de juros por dia de atraso.

De uma maneira ou de outra,a vida sempre continua.

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