"Os fundos de coesão têm sido muito importantes para o desenvolvimento de Portugal e da região Norte. O nosso objetivo é que a manutenção de uma gestão regionalizada desses fundos seja colocada na agenda a tempo de irmos construindo uma posição que se reflita no posicionamento nacional sobre este assunto",explicou à Lusa António Cunha,presidente da CCDR-N.
O responsável falava a propósito do Fórum Regional "Europa Pós-2027: Quo Vadis?",que hoje se realiza em Guimarães para debater as diversas perspetivas sobre a Política de Coesão no ciclo pós-2027,numa altura em que "há movimentos na Europa no sentido até de diminuir o orçamento das políticas de coesão e se fala em ter políticas mais centralizadas",acrescentou.
A CCDR-N concorda com "abordagens multinível" e com a existência de "programas centralizados" mas defende que tal "deve coexistir com um crescente peso dos programas com gestão regionalizada".
De acordo com António Cunha,a agricultura é uma das áreas "onde o peso da especificidade das regiões deve ser acentuado".
"É importante começar a discutir e perceber a temática. Estas tentações [de gestão centralizada] sempre se verificaram,mas há também relatórios a defender as especificidades dos territórios,sustentando que as políticas de coesão devem ter uma gestão territorializada para responder aos desafios complexos da atualidade",afirmou António Cunha.
Para o presidente da CCDR-N,é necessária "uma declinação territorial,sob pena de as coisas não terem contexto e não terem adesão a uma realidade que é muito diversa".
Em causa estão "algumas políticas de pronto a vestir que infelizmente ainda se verificam,e que não dão para toda a gente,porque o fato não serve nem aos mais magros nem aos mais gordos",ilustrou o responsável.
Para António Cunha,os objetivos e uma matriz comum dos programas de coesão devem ser "interpretados e especificados à lusa de territórios diferentes".
A CCDR-N espera,por isso,contribuir para a posição nacional sobre o tema,algo que vai acontecer "nos próximos meses e no próximo ano".
De acordo com António Cunha,o futuro dos fundos de coesão "coloca-se,desde logo,numa dimensão orçamental",já que "há muitas pressões para alterar as dotações orçamentais,e mesmo que sejam mantidas,há que ter em conta a perspetiva de alargamento da União Europeia a países com rendimento per capita inferiores à media europeia".
"Preocupa-nos também como vai ser a governança dessa política,como vai ser implementada - se com grande peso das regiões,com essa especificidade ou se haverá uma evolução,que pensamos ser negativa,para modelos mais próximos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência],mais centralizados",disse.
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