UTI do Hospital Ronaldo Gazolla,no Rio de Janeiro — Foto: André Coelho/AFP
GERADO EM: 18/11/2024 - 18:38
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Um estudo realizado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB),chamado de “A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde”,mostrou que houve um crescimento de mais de 50% nas unidades de Terapia Intensiva,ou simplesmente leitos de UTI,no Brasil.
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Em 2014,eram 47.846,passando para 73.160,em 2024,totalizando um crescimento de 52%. O crescimento mais expressivo se deu entre os anos de 2021 e 2022,durante a pandemia de Covid-19,período em que foram construídos hospitais de campanha e teve um aumento substancial de leitos de UTI em diversos hospitais ao redor do país. Mostrando a importância dos cuidados intensivos para gerir uma crise sanitária de grandes proporções.
Entretanto,ainda é desigual a distribuição dessas unidades ao redor do país. Enquanto o Norte apresenta 27,52 leitos totais de UTI por 100 mil habitantes,o Sudeste registra 42,58 leitos por 100 mil.
Em todo o País,a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06; mas 19 dentre os 27 estados da federação estão abaixo desse patamar. A diferença se acentua ainda mais na comparação entre estados,com extremos que vão de 20,95 (Piauí) a 76,68 (Distrito Federal).
— É necessário realizar investimentos públicos consistentes para melhorar o acesso a leitos e profissionais qualificados,expandindo os programas de residência em Medicina Intensiva em locais mais afastados e implementando políticas de incentivo para atrair médicos intensivistas para as áreas mais carentes da especialidade — afirma a presidente da AMIB,Patrícia Mello.
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Outra disparidade apontada pelo estudo está na oferta de leitos para a rede pública e a rede privada de saúde. Em 2024,do total de leitos de UTI existentes no Brasil,51,7% ou 37.820 são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais 48,3% ou 35.340 estão sob domínio do Sistema Suplementar de Saúde (SSS).
O problema é a quantidade de pessoas que são atendidas pelos dois lados da saúde. São 24,87 leitos por 100 mil habitantes no SUS (152 milhões de SUS dependentes),enquanto os beneficiários dos planos de saúde possuem 69,28 leitos para cada 100 mil (51 milhões de beneficiários de planos e seguros de assistência médica).
Enquanto o número total de médicos,com ou sem especialidade,cresceu 51% entre 2011 e 2023,em todo o País,a quantidade de médicos especialistas em Medicina Intensiva cresceu 228% no mesmo período. São 8.091 intensivistas em 2023,em contraste com os 2.464 em 2011.
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Outro dado importante é a experiência,mais de 75% do total desses médicos intensivistas em atividade se formaram há mais de 10 anos. O gênero masculino ainda é maioria,com 60%,e a faixa etária predominante é economicamente ativa,entre 35 e 64 anos,com uma idade média de 52 anos.
As mulheres estão mais presentes nas faixas etárias mais jovens,sugerindo uma possível tendência de aumento da participação feminina na especialidade ao longo do tempo.
Registros profissionais as regiões Norte e Nordeste possuem uma média inferior de intensivistas por habitante em comparação com outras regiões,acompanhando a tendência apresentada pela presença menor de leitos de UTI nessas. O Sudeste soma 6.239 registros profissionais,enquanto o Centro-Oeste detém 899 registros,e o Norte possui apenas 348 registros.
O Distrito Federal tem a maior densidade de médicos intensivistas,com 14,06 especialistas para cada 100 mil habitantes. Esse valor representa quase o dobro da densidade da região Sudeste (7,35) ou quase três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,90),que possui uma base populacional semelhante.
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Em outro extremo,o estado do Amapá possui apenas cinco intensivistas,no total,o que gera uma densidade praticamente nula de especialistas para cada 100 mil habitantes.
Nas capitais,a probabilidade de encontrar esse profissional é significativamente maior. A densidade de intensivistas nas 27 capitais brasileiras (14,28) é cinco vezes maior do que a encontrada na soma de todos os outros municípios (2,84).
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