Favela de Paraisópolis,em São Paulo — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo
GERADO EM: 24/11/2024 - 17:57
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As favelas do mundo alcançaram um marco histórico ao ocuparem o centro dos debates globais durante o G20 Social e o Fórum Mundial das Favelas,realizados na semana passada no Rio de Janeiro. Esses eventos foram um marco na luta pelo reconhecimento das demandas das comunidades periféricas no cenário internacional,colocando suas perspectivas e soluções no centro das discussões globais.
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O lançamento do Communiqué foi o ponto alto da programação. O documento,baseado em demandas coletadas em mais de 3 mil favelas de 40 países,será entregue aos líderes do G20,destacando os principais desafios e propostas dessas comunidades. Feito em parceria com a Unesco e a London School of Economics,é um marco para dar visibilidade global às periferias.
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O Fórum reforçou uma agenda ousada: o G20 Favelas passará a ser uma presença permanente em todos os encontros do G20,independentemente do reconhecimento formal dos países anfitriões. Além disso,o Fórum Mundial das Favelas será realizado em paralelo às edições do G20,mantendo-se independente,mas alinhado às discussões globais. Essas iniciativas garantem que as vozes das favelas sejam ouvidas,promovendo uma participação efetiva nos debates sobre os grandes desafios da Humanidade.
Temas como saneamento básico,crise climática e inclusão digital foram tratados sob a ótica das favelas,mostrando como essas questões,embora locais,têm impacto global. O evento contou com a presença de lideranças como Marlova Noleto,diretora da Unesco no Brasil; Macaé Evaristo,ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania; e Sandra Jovchelovitch,da London School of Economics. Entre os influenciadores,a cantora e empresária Ludmilla trouxe sua visão transformadora aos debates.
Nada disso seria possível sem o apoio estratégico de Márcio Macêdo,ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,que viabilizou nossa participação no G20 Social. Essa articulação demonstrou que,com o envolvimento do poder público,as favelas podem ocupar os espaços globais que merecem.
Com a adesão de representantes de 49 países,ficou claro que a agenda das favelas não é mais marginal; ela é essencial. As comunidades periféricas assumiram um papel de protagonista,apresentando soluções inovadoras. Caso algumas instituições ou Estados escolham não reconhecer essa iniciativa,a perda será deles,não das favelas,que seguirão avançando com força e resiliência.
Em 2025,estaremos na África do Sul para a próxima edição do G20 Social. Nossa meta é seguir reunindo favelas locais e internacionais,debatendo soluções e entregando documentos que cheguem às mãos dos líderes globais. A força das favelas é inegável,e sua capacidade de transformação agora é reconhecida.
Estamos mudando a narrativa global. As favelas não são problemas a ser resolvidos,mas territórios de soluções. Onde há favela,há força. E,agora,essa força é global.
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