Filme Jurado Nº2 de Clint Eastwood — Foto: Divulgação
GERADO EM: 01/12/2024 - 20:27
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Com sucesso de crítica e público nos Estados Unidos (os dois quesitos têm mais de 90% de notas positivas no site Rotten Tomatoes),“Jurado Nº2”,apontado como aquele que pode ser o último filme de Clint Eastwood,de 94 anos,chega ao público brasileiro em 3 de dezembro no streaming. O longa,que estreou nos cinemas de EUA e Europa no início de novembro,teve o circuito ampliado e está cotado para receber indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar nas categorias melhor filme,direção (Clint Eastwood),roteiro (Jonathan A. Abrams),ator (Nicholas Hoult) e atriz coadjuvante (Toni Collette). O GLOBO já viu. Leia a crítica:
Uma das belas características da filmografia autoral de Clint Eastwood é a disposição para tratar de temas polêmicos que necessitam de análises mais aprofundadas. Algumas vezes,seus filmes chegam até a não ser compreendidos justamente pela intenção de apresentar diferentes lados de cada questão,em alguns casos resultando também em críticas baseadas em apreciações superficiais. Foi assim em “Gran Torino” (sobre xenofobia) e “Sniper americano” (em torno do pacifismo),além de um filme que ele não dirigiu,mas teve papel decisivo na maneira como o projeto foi tocado: “Dirty Harry” (com o fenômeno social do vigilantismo).
No novo e ótimo “Jurado Nº2”,que está sendo apontado como seu último filme,Eastwood mais uma vez bota a mão no vespeiro ao debater a ideia de que a Justiça pode não ser justa – e pode ser controversa em relação à verdade.
Com roteiro redondo de Jonathan A. Abrams,estreante no cinema,o filme é um eletrizante drama de tribunal. A trama apresenta um pai de família (Nicholas Hoult) que é selecionado para ser jurado num julgamento de assassinato. Conforme a narrativa se desenvolve,ele se vê lutando com um sério dilema moral. Apesar de o trailer oferecer uma pista sobre esse impasse,contar mais atrapalharia o cativante suspense.
A decupagem cirúrgica feita por Clint Eastwood cria um mistério que envolve o público do início ao fim,deixando uma importante ponta aberta,para que o espectador possa completar segundo as próprias crenças. Em cada sequência,repleta de simbologias (placa de animal na estrada e estátua da Justiça são algumas),ele faz o espectador refletir,demonstrando que aplicar a frieza da lei pode não ser eficiente em todo e qualquer caso. Eastwood revela continuar afiado e atual aos 94 anos. Apesar de se despedir com mais um filme admirável caso ele realmente pare de trabalhar,será uma pena se este for o último.
Cotação: Bonequinho aplaude sentado
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