Head de Governança Corporativa da RM Company,Risco e Compliance Antidiscriminatório e Integridade,Priscila França — Foto: Wellington Orias
GERADO EM: 22/12/2024 - 15:56
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Este ano trouxe muitas reflexões e revelações importantes. Uma delas foi a notícia que circulou em outubro,que destacou o fechamento de cerca de 3.000 ONGs,como publicado no portal g1. Essa notícia nos leva a refletir sobre os impactos dessa realidade nos compromissos com a agenda social e as interseções entre governança institucional e governabilidade dos processos.
Para seguir vou contar com a experiência da Head de Governança Corporativa da RM Company,Priscila França,compliance,Integridade,diversidade e inclusão. Ela também é referência quando o assunto é assédio,violência contra mulheres e investigação corporativa e nos últimos quatro anos atuou de maneira sistêmica para que as práticas de governança se estabelecessem nas empresas de maneira assertiva e eficaz,ela começa explicando sobre o conceito de governança e governabilidade.
“É fundamental compreender a diferença entre governança e governabilidade. A governança refere-se à metodologia de implementação,monitoramento e controle de processos,fluxos e procedimentos que sustentam as bases das organizações. Já a governabilidade está relacionada à capacidade de gerenciar esses elementos de forma eficaz. Essas duas dimensões estão intrinsecamente conectadas: a ausência de uma enfraquece a outra.
No cenário atual,acessar recursos financeiros e estratégicos exige que as instituições tenham uma governança sólida e estruturada. Investidores sociais,cada vez mais exigentes,priorizam organizações comprometidas com a transparência,a eficiência e o impacto real de suas ações. Nesse contexto,é imprescindível que a governabilidade esteja alinhada às melhores práticas de mercado,garantindo que as operações sejam transparentes e os resultados,confiáveis”,exemplifica a especialista.
É importante que haja a integração entre governança e governabilidade das ONGs. Dessa maneira é possível criar uma base sólida para atrair parcerias,fortalecer a confiança de stakeholders e,sobretudo,promover transformações sociais significativas de sustentabilidade continuamente. Com formação em Direito e formanda em MBA em Compliance e ESG,Priscila aponta estratégias para que as instituições sigam existindo.
“As instituições precisam incorporar em suas práticas um planejamento institucional sólido,sustentado por uma rotina consistente de relatórios de gestão. Esses relatórios devem conter indicadores bem definidos,que possam ser analisados e trabalhados periodicamente,preferencialmente em ciclos trimestrais”,explica a Head de Governança.
O planejamento e a adoção de políticas institucionais são,portanto,essenciais para fortalecer a credibilidade e aumentar a competitividade das instituições diante de investidores e parceiros estratégicos. De acordo com levantamento da Bloomberg Intelligence,após a decisão da Aliança Global de Investimento Sustentável (GSIA) excluir investimentos com padrões ESG considerados vagos,houve uma queda global de 20% em 2022.
“Uma organização que não possui um código de conduta ou políticas institucionais corre sérios riscos de não conseguir captar recursos. Grandes editais,por exemplo,frequentemente exigem uma documentação robusta que comprove o compromisso da instituição com normas,regulamentações e boas práticas de governança. Sem essas comprovações,a organização pode ser desqualificada para receber aportes financeiros”,complementa Priscila.
O número expressivo de ONGs que encerraram suas atividades por falta de recursos evidencia a necessidade de estarem em condições de igualdade competitiva com as grandes organizações para garantirem sua sustentabilidade financeira. É imprescindível ressaltar que,sem uma estrutura de governança sólida,torna-se praticamente inviável acessar aportes financeiros e assegurar a continuidade das ações sociais.
Na última semana,o governo federal apresentou três decretos — um conjunto de medidas para fortalecer a governança das estatais federais e para que se tornem cada vez mais eficientes e inovadoras,conforme divulgado no portal Gov. Percebam que trazer temas como governança para o centro do debate,nos conduzirá para efetivos processos e consequentemente resultados. Tratar a questão social como opção nas práticas organizacionais não será mais possível,assim como também não será possível não conduzir todo o processo de maneira transparente e eficiente.
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