Artur Jorge avalia permanência no Botafogo em 2025 — Foto: Mauro PIMENTEL / AFP
GERADO EM: 26/12/2024 - 21:57
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Após viver uma temporada histórica,que culminou nos títulos da Libertadores e do Brasileirão,o Botafogo se encontra em uma “zona cinzenta” em relação ao próximo ano. Diante do desafio de se manter no topo e disputar os principais troféus,incluindo o cobiçado Mundial de Clubes da Fifa,o clube convive com a ameaça da debandada de seus principais nomes dentro e fora de campo,que,apesar de não se concretizar,é uma sombra que afeta o planejamento.
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A principal novela gira em torno da incerteza sobre a permanência de Artur Jorge,que vem testando o mercado em busca de valorização salarial. O Al-Rayyan,do Catar,apresentou proposta que balançou o treinador,apesar de estar em um universo de menos competitividade técnica. De férias em Portugal,ele,que já adotou um discurso mais forte de saída,passou a repetir que tem contrato — até o fim de 2025 —,mas não descarta propostas.
— Virá 2025 e vamos tentar seguir em busca dos títulos. Eu tenho contrato com o Botafogo até dezembro de 2025. O mercado ditará se continuo ou não,para começarmos uma nova temporada — disse ontem Artur Jorge a jornalistas portugueses após receber uma premiação.
A indefinição de treinador tem freado o avanço por reforços,e o Botafogo já tornou pública sua insatisfação,em nota oficial divulgada há duas semanas. Apesar disso,o clube demora para bater o martelo,e John Textor,dono da SAF,está disposto a negociar para manter o comandante. A postura de esticar a corda é uma característica sua,ainda mais que a roda do departamento de futebol segue girando normalmente — com Artur Jorge participando diretamente do planejamento.
Tudo em aberto: técnico Artur Jorge e John Textor,dono da SAF do Botafogo,ainda não conversaram sobre 2025 e uma possível permanência no alvinegro — Foto: Alejandro Pagni / AFP
Nem a saída do diretor de futebol Pedro Martins,para ser CEO do Santos,abalou as estruturas do alvinegro. O dirigente chegou em julho,para apenas ser o meio de campo entre o que acontecia no dia a dia do clube e Textor. Enquanto isso,Alessandro Brito,foi promovido a diretor de gestão esportiva e cresceu em importância,ainda comandando o departamento de scout muito elogiado na última temporada.
O acerto em contratações foi crucial para as conquistas. Em 2023,o Botafogo se prejudicou não apenas pelas várias trocas de técnico,que deixaram o time sem norte e sentindo falta de comando no dia a dia. A janela de meio de ano,por exemplo,levou nomes que não somaram muito e não foram capazes de evitar o colapso do fim da temporada.
Neste ano,além de fazer a aposta certeira em Artur Jorge,o alvinegro foi preciso nas duas janelas,especialmente na segunda,quando conseguiu nomes do calibre de Thiago Almada,Igor Jesus,Alex Telles e Vitinho. Do time considerado ideal,apenas Marlon Freitas era titular em 2023.
Allan,Igor Jesus e Almada são apresentados à torcida do Botafogo no Nilton Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo
O trabalho de garimpagem de talentos será necessário novamente,caso tantas promessas de saídas se cumpram. Entre os titulares,Almada é a única perda certa,pois sua contratação foi atrelada a uma ida para o Lyon,clube francês da Eagle,holding multiclubes de Textor. Mas nomes como Luiz Henrique,Savarino e John estão visados no mercado europeu,e Gregore também está na mira do futebol do Catar.
No outro lado,o clube tem sido cauteloso ao deixar escapar nomes que estão no seu radar. Os principais alvos de mercado (os meias Iker Muniain e Bitello,e o zagueiro Jair) estão em posições nas quais serão necessárias reposições ou aperfeiçoamentos — ontem,o site ge informou que há contatos iniciais pelo volante Marlon Gomes,ex-Vasco e atualmente no Shakhtar Donetsk,da Ucrânia. Principalmente,porque muitos veteranos estão saindo ao fim de seu contrato: Gatito Fernández,Tchê Tchê,Eduardo,Marçal e Rafael.
Os problemas financeiros pelos quais a Eagle passa também trazem incertezas para o futuro do Botafogo. O Lyon sofreu um transfer ban e está ameaçado de rebaixamento pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga Francesa. John Textor garante que a situação não chegará a este ponto,e que ele será capaz de cobrir um rombo de 100 milhões de euros (cerca de R$ 610,9 milhões) até o final deste ano.
Ainda assim,esta situação pode respingar no alvinegro,com a diminuição do volume de investimento,ou a necessidade de vender jogadores para ajudar a rede. Em apresentação no mês passado,Textor disse que,os valores de premiação de títulos ficariam com o clube brasileiro,mas a situação pode sofrer reviravoltas. O DNCG foi procurado pelo GLOBO para prestar atualizações,mas não retornou os contatos.
John Textor: às voltas com restrições impostas ao Lyon,um dos clubes de sua holding — Foto: Divulgação/Lyon
A incerteza sobre a continuidade do elenco estabelece uma “Guerra Fria” para o mercado alvinegro,que não sai do lugar. Se esse prejuízo se confirmar,quanto mais demorar a acontecer,mais trará efeitos negativos.
De qualquer forma,o clube se desenha para 2025 e divulgou ontem que o elenco principal retornará às atividades no dia 14 de janeiro,após um mês de férias,visando a disputa da Supercopa do Brasil,contra o Flamengo,no dia 2 de fevereiro,em Belém. Já as primeiras cinco rodadas do Campeonato Carioca terão jogadores retornando de empréstimos e nomes das equipes sub-23 e sub-20.
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