Mercado de carbono no Brasil precisa se desenvolver — Foto: Arte O Globo/André Mello
GERADO EM: 02/01/2025 - 21:39
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Desde a Conferência do Clima de 1972,em Estocolmo,governos ao redor do mundo vêm apresentando compromissos ambiciosos e prometendo mobilizar trilhões de dólares para financiar a transição rumo a uma economia neutra em carbono. No entanto a História comprova que pouco tem acontecido. Foi somente em 2021 que o setor privado assumiu papel relevante nessa corrida,dando início a uma revolução verde global.
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A iniciativa privada é a principal indutora das transições na economia,liderando mudanças desde a Revolução Industrial,passando pela Revolução Tecnológica. Esse papel continuará a ser desempenhado na Revolução Verde,sempre guiado pela busca por inovação,eficiência e lucro.
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A aprovação do Mercado de Carbono na COP26,em Glasgow,a criação do sistema único de registro global na COP29,em Baku,e a recente Lei do Mercado de Carbono Brasileiro,aprovada pelo Congresso Nacional,abrem um horizonte de oportunidades excepcionais para impulsionar projetos de crédito de carbono no Brasil. Esse cenário coloca o país em posição estratégica para ser a maior economia neutra em carbono,graças às suas características naturais e econômicas únicas,liderando a transição verde global.
O conhecimento será o motor dessa transição. Empresas e executivos que buscarem compreender os complexos compromissos climáticos e suas implicações no mercado de carbono estarão à frente. É essencial entender o sistema de registro de emissões e seu impacto nos negócios. Como os Resultados de Mitigação Transferidos Internacionalmente (ITMOs,na sigla em inglês) influenciam sua estratégia? Como transformar a redução de emissões em benefícios econômicos? Por que avaliar a intensidade de carbono na cadeia de negócios é uma oportunidade?
Alguns riscos surgem. O mercado de carbono,se malconduzido,pode se tornar apenas uma taxa imposta ao setor produtivo. O governo tem aumentado metas de redução de emissões de forma expressiva e utópica. Em 2023,a meta subiu de 50% para 54%,e agora pretende-se ampliá-la para 59% a 67%. Isso tem impacto negativo na exportação de créditos de carbono e reduz o potencial de captar recursos externos para projetos do setor. Apesar disso,há várias oportunidades. O crédito de carbono é capaz de movimentar US$ 250 bilhões por ano até 2030. O Brasil pode ser o maior exportador,com 20%,consolidando um mercado de oportunidades verdes.
Três pontos merecem destaque: o custo competitivo de redução de emissões no Brasil,que pode ser até dez vezes menor que em países desenvolvidos; a alta qualidade dos créditos de carbono,com critérios mínimos de adicionalidade; e a variedade de origens dos créditos,como florestas,energia,resíduos,mobilidade,transporte,logística,saneamento,agricultura e indústria de baixo carbono.
A economia global precisa buscar a neutralidade climática de forma inteligente,sem criar taxas ou pressões inflacionárias locais ou globais,reduzindo as emissões totais por meio da inovação e da eficiência. O Brasil tem potencial para expandir sua produção agrícola e industrial,além de se destacar no recente setor de processamento de dados para inteligência artificial,contribuindo de maneira significativa para a redução das emissões globais. Em outras palavras,descarbonizar o mundo significa produzir mais aqui.
O futuro é verde,e o Brasil,como a “nação verde”,está na linha de frente dessa nova revolução global.
*Joaquim Leite,ex-ministro do Meio Ambiente,é sócio-fundador da YvY Capital e da Vivens Business School
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