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Carinho, amor e alívio para quem está internado: conheça projeto que promove visitas com cães e leva alegria a hospitais

2025-01-11 IDOPRESS

São Lucas. Cão voluntário visita paciente no hospital em Copacabana — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

RESUMO

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GERADO EM: 10/01/2025 - 21:02

"Projeto Pêlo Próximo: Cães Levam Alegria aos Hospitais do Rio"

Projeto Pêlo Próximo leva cães a hospitais do Rio para promover alegria e bem-estar. Estudo mostra redução de dor em pacientes após 10 minutos com os animais. Inscrições abertas para novos voluntários até 7/2. Benefícios incluem alívio emocional,psicológico e físico,redução do estresse e melhoria na recuperação dos pacientes.

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Conhecidos como os melhores amigos do homem,cães participaram de um estudo publicado pela revista científica Plos One no qual descobriu-se que eles podem ser muito mais do que isso. A publicação afirma que apenas dez minutos ao lado de um cachorro podem ajudar a reduzir a dor em pacientes em salas de emergências. Há alguns anos eles conquistaram o direito de visitar hospitais e levar toda a sua inocência,pureza,carinho,amor e alegria para quem está internado ou passa por algum tipo de tratamento. No Rio,a ONG Projeto Pêlo Próximo há 14 anos desenvolve os Serviços Assistidos Por Animais (SAA). As inscrições estão abertas para quem quiser ser voluntário ao lado do seu animal de estimação ou ajudar nas visitas.

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Roberta Araújo,fundadora e coordenadora-geral do projeto,destaca pontos positivos da iniciativa:

— Uma das maiores gratificações é poder ver o reconhecimento da importância social,emocional e psicológica que os animais trazem à vida do ser humano em instituições como hospitais,clínicas de oncologia,empresas e escolas,através da adesão aos SAA. É poder ver tanto profissionais da área de saúde e da educação quanto empresários,políticos e pessoas comuns querendo conhecer melhor como os cães podem promover uma revolução no cotidiano do ser humano,tornando a sua rotina de vida mais leve e produtiva simplesmente com sua presença atenta e carregada de amor incondicional.

Também já foi comprovado pela ciência que o contato com animais ajuda a liberar os chamados “hormônios do bem” e aumenta a produção de endorfina (um analgésico natural) e de serotonina (hormônio que regula o humor,o sono e o apetite),além de reduzir as taxas de cortisol.

— A presença dos animais durante o tratamento hospitalar proporciona um ambiente muito mais acolhedor. Vimos que isso traz conforto e alegria e reduz significativamente o estresse dos pacientes,o que é fundamental para sua recuperação — completa Roberta.

Bento. O golden retrivier é acariciado por paciente durante visita a interno do Hospital Pró-Cardíaco,em Botafogo — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

Na Zona Sul,os hospitais São Lucas,Dasa Oncologia Gávea e Pró-Cardíaco já oferecem a terapia para seus pacientes com o objetivo de promover a interação entre os assistidos e os amigos e de auxiliar na recuperação de doenças.

— Acreditamos que a visita pet traz vários benefícios emocionais,psicológicos e até mesmo físicos para os pacientes. Com isso,acaba ajudando na adesão ao tratamento e na recuperação,além de proporcionar empatia,acolhimento e bem-estar para os pacientes e seus familiares — afirma José Armando Cortez,diretor médico do Hospital São Lucas e do Dasa Oncologia Gávea,que recebem os SAA há pouco mais de um ano.

Todas as visitas são marcantes,de acordo com Cortez. Mas uma delas comprovou o benefício da visita dos cães voluntários do Pêlo Próximo.

— Tínhamos uma paciente com fibromialgia que sofria com muitas dores e não respondia positivamente aos analgésicos. Ela também tinha muita dificuldade de se mexer. Logo após a visita pet,a paciente relatou que a dor tinha diminuído,estava sorrindo e se movimentava no leito — recorda.

Pró-Cardíaco. As visitas dos pets ocorrem há dois anos,uma vez por mês — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

Há dois anos,o Hospital Pró-Cardíaco criou o Pet Pró,um programa de apoio à saúde mental dos pacientes internados,com o objetivo de ampliar o acolhimento desses pacientes e seus familiares,através da redução do estresse social e da promoção da sensação de bem-estar e alegria. As visitas dos cães inscritos no Pêlo Próximo ocorrem uma vez por mês. Dominique Thielmann,diretora da unidade,destaca os cuidados que são tomados:

— O programa é realizado em conformidade com as equipes médicas e protocolos de prevenção de infecção hospitalar,tem orientação da veterinária Fernanda Cantanheda e é supervisionado. Antes de cada visita,avaliamos os pacientes aptos a participar. Aqueles em terapia intensiva,por exemplo,não são elegíveis. Todos os que participam do programa ficam encantados com o trabalho e expressam o contentamento com esse diferencial nas pesquisas de satisfação do hospital. Podemos observar os aspectos positivos gerados pela ação,especialmente para os pacientes em longa permanência hospitalar e com questões psicológicas somadas ao quadro de saúde.

Apesar de ser feito por animais,Wanderley da Silva,que esteve internado no Pró-Cardíaco,vê o serviço como um atendimento humanizado.

— Normalmente,quando estamos tratando de um problema de saúde,nós nos sentimos tristes e impactados emocionalmente. Mas com a visita do cão de serviço,eu me senti muito feliz. Foi como se eu tivesse recebido um troféu — conta.

Tyrion.Uma menina internada no Antonio Pedro deita a cabeça sobre o cão terapeuta durante visita do Pêlo Próximo realizada no fim do ano passado — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

O Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap-UFF/Ebserh) passou a oferecer os SAA a seus pacientes em novembro passado. Até o momento foram realizadas duas visitas,que acontecem uma vez por mês. Durante os atendimentos,as crianças interagem com os pets,realizando brincadeiras e atividades divertidas. Elas também participam da dinâmica “Doutores mirins”,na qual podem examinar e cuidar dos animais.

— A parceria surgiu da necessidade de oferecer um cuidado mais completo aos pacientes,especialmente aqueles que enfrentam longos períodos de hospitalização,como crianças e adolescentes com doenças crônicas. A enfermaria pediátrica foi escolhida como setor inicial devido a sua maior vulnerabilidade aos impactos emocionais da hospitalização prolongada. A presença dos animais tem se mostrado uma maneira eficaz de reduzir o estresse,a ansiedade e a sensação de solidão dos pacientes,ao mesmo tempo em que facilita a comunicação e fortalece o vínculo entre os pacientes e a equipe multiprofissional de saúde. A inclusão dos animais no tratamento cria um ambiente mais propício para que as crianças se expressem espontaneamente,favorecendo sua participação ativa no processo terapêutico — explica Thiago de Oliveira Machado,coordenador da Comissão Permanente de Humanização do Huap-UFF/Ebserh.

A presença dos animais no Huap-UFF/Ebserh também ajudam a acalmar e distrair os pequenos durante a aplicação de medicamentos e outros procedimentos.

— Os resultados observados foram extremamente positivos. A interação com os animais proporcionou um alívio significativo da carga emocional de crianças e adolescentes,promovendo uma melhora no comportamento,com aumento da autoestima,maior expressividade emocional e um engajamento mais ativo no tratamento. Relatos dos profissionais de saúde indicam uma melhoria na dinâmica entre pacientes e equipe,com uma comunicação mais fluida e maior envolvimento dos pacientes no seu processo de recuperação — completa o coordenador.

Nutella. Criança abraça a cadela de Flávia Moraes,moradora de Niterói — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

Voluntários podem se inscrever até 7/2

Além dos pacientes,os cães atendem ainda os profissionais de saúde e familiares presentes no ambiente hospitalar. A presença dos animais pode contribuir para a melhoria do clima organizacional,reduzir a fadiga e aumentar a motivação de toda a equipe.

— A visita pet sensibiliza também a equipe assistencial do hospital. Percebemos uma mudança em todo o ambiente,tornando a rotina hospitalar mais leve,mais acolhedora e com uma produtividade ainda maior. Nos pacientes,observamos ainda uma estabilidade da pressão arterial,dos sinais vitais e do equilíbrio emocional — avalia José Armando Cortez,diretor médico do Hospital São Lucas e do Dasa Oncologia Gávea.

Hoje,são 21 cães no Projeto Pêlo Próximo. Quem quiser participar pode se inscrever pelo site da ONG até o dia 7 de fevereiro. Os animais precisam ser castrados,dóceis e sociáveis. Teca Marinho,adestradora do programa há 13 anos,é quem faz a avaliação dos candidatos.

— Levamos em consideração o temperamento dos animais e seus comportamentos diante de situações similares às que ele será apresentado nas visitas,de modo gradativo para que se sinta à vontade de exibir suas emoções. Procuramos por animais,independentemente de raças,a partir de 1 ano,que gostem de receber carinho e sejam sociáveis com outros cães — detalha.

Dasa Oncologia.Paciente faz carinho em Bento enquanto recebe tratamento na unidade na Gávea — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

A empresária Patrícia Calainho de Oliveira é voluntária desde 2016 com Penélope,uma SRD (Sem Raça Definida) com deficiência.

— Minha avó vivia uma internação domiciliar,em cuidados paliativos,e percebi que a presença dos cães ajudava não só ela,mas também a equipe de enfermagem e fisioterapia. Minha avó se esquecia dos equipamentos e das dores e vivia momentos de leveza. Queria que mais idosos pudessem sorrir com a Penélope — diz.

Patrícia também participa de atendimentos em outros hospitais,mas sem Penélope. Ela conta que recebe muito mais do que oferece durante o voluntariado e que as vivências fazem com que ela sinta gratidão.

— Um paciente com deficiência visual e Transtorno do Espectro Autista (TEA) me marcou muito quando deu um abraço espontâneo e cuidadoso na Penélope. Ele criou um vínculo de afeto com a equipe,e ao longo das semanas presenciamos um maior nível de confiança e redução do nível de estresse e de comportamentos agressivos,além de ele passar a caminhar com Penélope nos exercícios de marcha e mobilidade. Os resultados eram percebidos por seus sorrisos. Teve também a Dona Lina,que está em tratamento oncológico aguardando transplante de medula. Ela recebeu a Penélope e outros cães da equipe em seu leito e disse que não se recordava mais das dores e angústias — destaca.

Mel.A cachorrinha da arquiteta Maria Clara Albuquerque com paciente — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

A arquiteta Maria Clara Albuquerque e Mel são voluntárias há seis anos. Ela se sente feliz ao visitar os hospitais e ver os sorrisos dos pacientes. Conta que é uma pessoa melhor desde que começou a fazer as visitas.

— Tem momentos em que é muito difícil controlar a emoção,seja pela situação do paciente ou pela interação feliz com a Mel. Mas aqueles sorrisos,os minutos de alegria e de conversa,que muitas vezes atenuam uma dor,ou tristeza,fazem tudo valer a pena — relata.

Roberta Araújo,conta que são vários desafios para manter o programa. Entre eles estão falta de patrocínio,disponibilidade de voluntários e transporte. Mesmo assim,a ONG planeja levar os SAA para mais hospitais e instituições de saúde,além de ampliar o atendimento no segmento empresarial para ajudar na saúde mental e emocional de funcionários e levar motivação ao ambiente de trabalho.

— Atuamos nos três âmbitos dos SAA. O Tratamento Assistido por Animais é aplicado na área de saúde,e o animal é utilizado como parte da terapia. Tem a Educação Assistida por Animais,que funciona em âmbito escolar,e os animais são mediadores na promoção de uma estratégia e uma metodologia pedagógica. O Programa de Apoio Assistido por Animais é uma atividade de caráter lúdico,da qual podem advir resultados terapêuticos,recreativos e motivacionais — explica.

Roberta também diz que a ONG aceita voluntários que não têm cães:

— É aquela pessoa que auxilia quem está com o cão durante o atendimento. Fica responsável por posicionar o animal no momento do contato,isolar a cama e o paciente para ter contato com o animal. É também quem conversa com o paciente para identificar seus anseios e as necessidades para confortá-lo. São diversas as atribuições dos voluntários sem cão,tornando-o indispensável nos atendimentos.

Desde abril do ano passado,a confeiteira pet Flávia de Souza Moraes,moradora de Niterói,é voluntária com Nutella.

— As visitas me lembram que a maior lição da vida é valorizar o que temos e o que realmente importa,que para mim é o amor e o carinho de quem amamos. Uma visita de um grupo de pessoas desconhecidas é capaz de mudar o dia de um internado. Mesmo em situações delicadas,os assistidos ficam mais felizes,e tornar isso possível por meio da Nutella é mágico — destaca Flávia.

O cão Bento é acariciado por paciente do Hospital São Lucas,em Copacabana — Foto: Divulgação/Pêlo Próximo

Deborah Vilhena Miguel,veterinária e tutora de Tyrion,ingressou no projeto em 2022 e observa que as crianças internadas costumam criar laços com os cães terapeutas e participam das brincadeiras com maior interesse.

—O que mais me emociona durante os atendimentos é saber que conseguimos,apesar das circunstâncias,levar conforto não só aos pacientes como aos acompanhantes e também aos profissionais de saúde. Não tem quem não se beneficie com as visitas — diz.

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