Substância pode agravar doenças cardíacas e crônicas após uma certa idade — Foto: Freepik
GERADO EM: 10/01/2025 - 21:06
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Pessoas entre 35 e 50 anos relataram níveis recordes de consumo excessivo de álcool em 2022. Um estudo recente descobriu que o maior aumento no consumo excessivo de álcool entre 2018 e 2022 foi entre pessoas na faixa dos 40 anos. Especialistas estão particularmente preocupados com o aumento do consumo de álcool entre mulheres de meia-idade,já que mais delas estão desenvolvendo doenças no fígado e no coração relacionadas ao álcool.
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Pesquisadores não têm certeza sobre o motivo do aumento do consumo de álcool nessa faixa etária,embora apontem que adultos dessa idade enfrentam pressões de cuidar de filhos e de pais idosos,maiores exigências no trabalho e níveis “históricos” de solidão.
Mas a tendência é preocupante: a faixa etária acima dos 55 anos já é o período em que os efeitos de décadas de consumo de álcool,incluindo câncer e doenças cardíacas ou hepáticas,começam frequentemente a aparecer. Além disso,o consumo de álcool é mais perigoso nessa fase,pois o corpo se torna menos capaz de processá-lo e mais pessoas desenvolvem doenças crônicas que o álcool pode agravar.
— Eu não gosto de ser alarmista — diz Katherine Keyes,professora de epidemiologia da Universidade de Columbia. — Mas acho que,neste momento,é algo realmente alarmante.
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Uma noite de consumo excessivo de álcool é mais arriscada aos 55 anos do que aos 25,por vários motivos. O álcool pode agravar problemas de saúde comuns em pessoas mais velhas,como alterações na glicose ou pressão alta. Mesmo uma ou duas doses podem temporariamente aumentar a frequência cardíaca de uma pessoa,elevando o risco de ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca. Esses efeitos são especialmente preocupantes para quem já tem doenças no coração.
Além disso,medicamentos comuns usados com mais frequência na meia-idade,como anticoagulantes,podem interagir com pequenas quantidades de álcool e causar complicações graves,como hemorragias internas.
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À medida que envelhecemos,nosso corpo processa o álcool de forma menos eficiente,e a tolerância ao álcool pode diminuir. O fígado enfrenta mais dificuldade para metabolizar aquele martíni ou Manhattan. A perda natural de massa muscular,que começa a partir dos 30 anos,pode tornar algumas pessoas mais sensíveis aos efeitos do álcool. Tudo isso faz com que o álcool permaneça no sangue por mais tempo,resultando em uma concentração maior do químico no sangue e em uma intoxicação mais rápida. Isso,por sua vez,pode causar quedas e outras lesões,como explica Johannes Thrul,professor associado da Escola de Saúde Pública Bloomberg,da Universidade Johns Hopkins.
— Se você é mais jovem,seu corpo se recupera mais facilmente e mais rápido — explica Thrul — Mas,com o envelhecimento,isso se dificulta.
De modo geral,quanto mais tempo o álcool permanece no organismo,mais grave é a ressaca. E a manhã seguinte ao consumo pode ser especialmente difícil na meia-idade,já que a bebida prejudica o sono,que já tende a piorar em qualidade com o envelhecimento.
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— Um ou dois coquetéis podem fazer você se sentir muito bem por 15 minutos,talvez um pouco mais,e péssimo durante todo o dia seguinte — diz Timothy Stockwell,cientista do Instituto Canadense de Pesquisa sobre o Uso de Substâncias.
Beber durante a meia-idade também pode prejudicar a saúde futura: pesquisas recentes sugerem que o consumo excessivo de álcool nessa fase pode aumentar o risco de comprometimento cognitivo mais tarde na vida,possivelmente porque a substância pode danificar células cerebrais. O Departamento de Saúde dos Estados Unidos declarou recentemente que o consumo de álcool contribui diretamente para o risco de câncer e defendeu a inclusão de rótulos de alerta em bebidas alcoólicas.
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— Reduzir o consumo pode diminuir drasticamente o risco de desenvolver ou agravar doenças crônicas relacionadas a bebidas alcoólicas,afirmou Stockwell — já que beber menos pode reduzir a pressão arterial e os níveis de glicose e,em alguns casos,ajudar na perda de peso.
Mesmo que a pessoa tenha consumido grandes quantidades de bebida alcoólica por anos,o fígado pode se recuperar e se regenerar,pelo menos em parte,se o consumo for interrompido. Além disso,parar de beber pode ajudar a tratar condições como a cardiomiopatia alcoólica,que ocorre quando o consumo excessivo prolongado danifica o coração.
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— Você não precisa apenas aceitar isso ou se sentir mal consigo mesmo e deixar por isso mesmo — diz Thrul — Há esperança — há algo do outro lado.
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