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Polícia Civil de SP prende suspeito de chefiar ataque a tiros a assentamento no MST que deixou dois mortos

2025-01-12 IDOPRESS

O MST de São Paulo classificou a ação como um 'massacre' e criticou a 'falta de políticas públicas de segurança nos territórios da reforma agrária' — Foto: Jorge William/ 14-08-2018

RESUMO

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GERADO EM: 11/01/2025 - 20:37

"Prisão de suspeito por ataque no MST gera investigação federal"

Polícia Civil de SP prende suspeito de ataque a assentamento do MST,onde dois morreram. Motivação seria desentendimento por terreno. Ministério da Justiça aciona PF para investigar. MST classifica como "massacre". Autoridades e políticos cobram justiça e apoiam vítimas.

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A Polícia Civil de São Paulo informou ter prendido,neste sábado,um homem suspeito de chefiar um ataque a tiros a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no acampamento Olga Benário,em Tremembé (SP). O crime ocorrido na noite de sexta-feira deixou pelo menos dois mortos e outros seis feridos.

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O homem preso é conhecido como “Nero do Piseiro”,e já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi reconhecido por testemunhas. Segundo nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo,a motivação teria sido um desentendimento sobre a negociação de um terreno dentro da área de assentamento.

Os criminosos teriam adentrado o local por volta das 23h da noite desta sexta-feira,utilizando cinco carros e duas motos,e dispararam contra as vítimas,que estavam em um espaço coletivo.

Valdir do Nascimento,conhecido como Valdirzão,52 anos,e Gleison Barbosa de Carvalho,de 28 morreram no local. Os demais atingidos,com idades entre 18 e 49 anos,receberam atendimento no pronto-socorro de Tremembé e no Hospital Regional de Taubaté,municípios da região do Vale do Paraíba.

De acordo com MST,entre os feridos,um recebeu alta hospitalar. Dos cinco na unidade de saúde,Denis Barbosa de Carvalho,de 29 anos,atingido na cabeça,está em coma induzido.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou hoje que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque. No ofício enviado à PF,segundo o Palácio do Planalto,o ministro em exercício,Manoel Carlos de Almeida Neto,cita a violação a direitos humanos. Uma equipe da PF,com agentes,perito e papiloscopista foi deslocada para o local.

O MST de São Paulo classificou a ação como um "massacre" e criticou a "falta de políticas públicas de segurança nos territórios da reforma agrária". O ministro de Desenvolvimento Agrário,Paulo Teixeira (PT),por sua vez,declarou nas redes sociais que o crime é "gravíssimo" e cobrou providências. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repostou a publicação de Teixeira.

Comandado por Teixeira,o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar publicou nota oficial de repúdio sobre o acontecimento.

"O MDA repudia o crime e manifesta solidariedade e apoio aos assentados da reforma agrária,especialmente às famílias de Valdir do Nascimento e do jovem Gleison Barbosa Carvalho,brutalmente assassinados neste caso",destaca publicação no site oficial do órgão.

Políticos de diversas legendas,especialmente de esquerda,se manifestaram sobre o ataque nas redes sociais. Presidente do PT,a deputada Gleisi Hoffmann postou em seu perfil no X: "Violência inadmissível que não pode ficar impune. Toda solidariedade às famílias do Olga Benário."

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