Mark Zuckerberg e Elon Musk: os bilionários por trás das big techs — Foto: Mandel Ngan and Alain Jocard/AFP
GERADO EM: 11/01/2025 - 10:18
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Deu no Financial Times: o homem mais rico do mundo quer derrubar o governo britânico. Elon Musk está conspirando contra o primeiro-ministro Keir Starmer. Pretende forçar sua queda antes das próximas eleições,previstas para 2029.
O dono do X,da Tesla e da Starlink gastou mais de R$ 1,5 bilhão para ajudar Donald Trump a voltar ao poder nos Estados Unidos. Agora busca expandir sua influência política na Europa. Nos últimos meses,aproximou-se de diversos líderes de extrema direita. Prometeu conselhos e dinheiro,não necessariamente nesta ordem.
Musk começou a atacar Starmer no dia em que ele completou um mês no poder. Era agosto de 2024,e protestos violentos tomavam as ruas do Reino Unido após o assassinato de três crianças. O governo trabalhista defendeu a responsabilização das redes sociais pela onda de desinformação que inflamou o país. Irritado,o bilionário escreveu que os britânicos estariam a caminho da guerra civil.
Na virada do ano,Musk voltou à carga contra o premiê. Passou a acusá-lo de ter sido leniente com uma gangue de exploração sexual quando atuava como promotor. O caso tem mais de uma década,mas virou pretexto para o dono do X pedir a renúncia de Starmer. Antes de lançar a nova ofensiva,ele posou com dirigentes do Reform UK,partido nacional-populista que investe no discurso anti-imigração.
Na maior economia europeia,o dono do X também tabela com a extrema direita. Virou garoto-propaganda do partido Alternativa para a Alemanha (AfD),investigado por ligações com neonazistas. “Só a AfD pode salvar a Alemanha”,tuitou Musk,às vésperas das eleições que definirão o substituto do chanceler Olaf Scholz. Nesta quinta,ele usou seu megafone virtual para promover a líder da sigla,Alice Weidel.
Na semana que passou,chefes de governo do Reino Unido,da Alemanha e da França protestaram contra a interferência de Musk na política de seus países. O presidente francês Emmanuel Macron disse que o bilionário se aliou à “internacional reacionária” que tenta minar os pilares da democracia. A má notícia é que o amigo de Trump não está sozinho.
O dono da Meta,Mark Zuckerberg,acaba de anunciar o fim dos mecanismos que coibiam as fake news em suas redes. Numa guinada para se alinhar a Trump,ele atacou as agências de checagem e chamou de “censura” as medidas pare frear o extremismo. O proprietário do Facebook e do Instagram diz defender a liberdade de expressão,mas está preocupado em defender o próprio bolso. Ao bajular o novo inquilino da Casa Branca,busca apoio para barrar a regulação das plataformas nos EUA e no resto do mundo.
As grandes redes lucram com o discurso de ódio e com a mentira em escala industrial. Sabem que o radicalismo político atrai engajamento,o que gera mais dinheiro e mais poder. Como escreveu o professor Eugênio Bucci,as big techs têm um projeto claro: querem substituir a era da informação pela era da desinformação.
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Em solidariedade aos parlamentares,a coluna adere à temporada de recesso para visitar as bases. Até breve.
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