Káliman Chiappini — Foto: Reprodução / redes sociais
GERADO EM: 14/01/2025 - 03:27
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Em que condições as mulheres vivem nas mais diferentes regiões do planeta,diante de infinitos tipos de violência? Essa questão foi o ponto de partida para a artista Káliman Chiappini percorrer quatro continentes em busca de respostas e (re)descobertas. O resultado da rica jornada de quatro anos pode ser visto de perto a partir desta quarta-feira (dia 15),na exposição “Serpente do mundo: memória,destino,conhecimento e liberdade”,no térreo do Centro Cultural Correios do Rio,com entrada gratuita.
Com 30 imagens que levam o público à reflexão,o trabalho revisita o mito de Eva,primeira mulher a ousar morder o fruto do conhecimento e,a partir daí,ser culpabilizada pela Humanidade. É esse diálogo entre culpa e castigo que costura a narrativa de Chiappini.
- A serpente não é a vilã,mas uma cúmplice que desperta Eva e,por extensão,todas as mulheres para a liberdade. A exposição aborda questões sociais,culturais e históricas,que reverberam na contemporaneidade - explica a artista: - O conteúdo é um chamado à ação; propõe um feminismo vivido,que requer não apenas reflexão,mas transformação. Cada imagem e cada poema revelam como as mulheres,em diferentes lugares do planeta,resistem,subvertem e renascem.
Em um cenário imersivo,os visitantes encontrarão uma mostra com oito poemas,27 fotografias em papel e três impressões em tecido,que culminam em uma instalação da artista com um vestido de noiva comprado em um brechó de Paris. A roupa,segundo Chiappini,foi escolhida por representar sonhos e medos entre submissões e alegrias. Estão na exposição registros feitos em países como Índia,Gana,Costa do Marfim,Tunísia,Qatar,Omã e Nepal.
- A Índia ensinou a me manter sã em meio ao caos; a África me deu força para encarar as adversidades; o Oriente Médio me fez compreender que existem diferentes formas de se sentir e viver no mundo. Cada lugar que pisei trouxe uma mensagem de resistência - reflete.
A abertura de “Serpente do mundo” vai marcar,ainda,o lançamento do livro “Grita! Histórias & poemas de impacto”. Com edição da Casa Philos e coedição da Casa da Favela (Agência de Notícias das Favelas),a obra é outro produto das viagens de Chiappini ao redor do mundo:
- O livro clama pela discussão sobre a urgência de garantir liberdade e direitos às mulheres,seja no contexto pós-pandemia,seja no cenário de crises migratórias e conflitos internacionais. No lançamento,a ideia é fazer uma festa para celebrar nossos múltiplos poderes. Por isso no dia 15 teremos sessão de autógrafos,projeções,roda de conversa,performances de poemas e apresentação de DJ.
Todas as fotos serão vendidas após a exposição “Serpente do mundo: memória,que termina no dia 8 de março.
Nascida em Duque de Caxias,na Baixada Fluminense,Káliman Chiappini foi adotada ainda na infância e cresceu em várias comunidades de Bangu. Para se sustentar,trabalhou desde cedo em diversas áreas,como limpeza,cozinha e vendas,até que conseguiu se formar pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro,onde foi aluna de Ruy Guerra e Walter Salles.
A artista participou do Festival do Rio e do Festival Internacional de Cinema de Berlim e,recentemente,obteve chancela da Doc Society para projetos ligados a direitos humanos e mudanças climáticas – desde 2012,a produtora internacional já apoiou a realização de mais de 60 filmes premiados. Atualmente,desenvolve documentários e séries que abordam temas urgentes como a pesca ilegal na Amazônia e a questão global do clima.
Data: de 15 de janeiro a 8 de março
Visitação: de terça a sábado,das 12h às 19h
Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí,20,Centro do Rio)
Entrada: gratuita
Classificação: livre
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