Homem carrega pôster do líder palestino do Hamas,Yahya Sinwar,durante comício na área de Shula,a oeste de Bagdá — Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP
GERADO EM: 13/01/2025 - 19:12
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O Hamas,um grupo armado designado como terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia,sofreu um golpe significativo em outubro do ano passado com a morte de Yahya Sinwar,seu líder e estrategista responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023,que resultaram na morte de cerca de 1.200 civis em Israel e no sequestro de centenas de reféns. Contudo,a organização encontrou um novo comandante para dar continuidade à sua resistência: Mohammed Sinwar,irmão mais novo de Yahya,que tem se destacado como a figura central na reconstrução do grupo após meses de ataques implacáveis das forças israelenses.
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A ofensiva israelense,que já dura 15 meses,devastou grande parte da infraestrutura do Hamas na Faixa de Gaza,matou milhares de combatentes e desmantelou grande parte de sua liderança. Além disso,as forças israelenses cortaram os acessos que o grupo usava para se rearmar,deixando-o enfraquecido. No entanto,a violência também criou uma nova geração de recrutas,enquanto Gaza foi inundada com material bélico não detonado,que pode ser transformado em bombas improvisadas. Isso permitiu que o Hamas continuasse a resistir,realizando ataques pontuais contra Israel,incluindo disparos de foguetes e explosões de veículos blindados..
O trabalho de recrutamento é uma parte crucial da estratégia de Mohammed Sinwar para o renascimento do Hamas. O grupo,apesar das grandes perdas,não cedeu,e seu novo comandante tem incentivado o alistamento de novos combatentes — muitos deles em situação de extrema necessidade — com promessas de mais alimentos,ajuda e cuidados médicos para os jovens e suas famílias,de acordo com autoridades árabes que falaram ao Wall Street Journal. Isso tem ocorrido,em parte,através da apropriação de ajuda humanitária ou da coação de civis para se juntar à luta,dizem elas.
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Os combatentes recém-recrutados,muitos sem experiência,realizam ataques com células menores e usando armas mais simples,que exigem pouco treinamento. E embora as forças israelenses ainda sigam tentando derrotar o grupo militarmente,o ciclo de renovação e a capacidade do Hamas de se reorganizar a cada nova ofensiva indicam a complexidade do conflito e as dificuldades enfrentadas por Israel para alcançar uma vitória decisiva.
“Estamos em uma situação em que o ritmo de reconstrução do Hamas é maior do que o ritmo de destruição das IDF”,disse Amir Avivi,general de brigada israelense da reserva,referindo-se às Forças de Defesa de Israel,ao Wall Street Journal. “Mohammed Sinwar está administrando tudo.”
A morte de Yahya Sinwar,embora um grande golpe,não causou uma ruptura irreparável dentro do grupo e Mohammed,assim como seu irmão,mantém uma postura firme nas negociações e no objetivo de garantir um cessar-fogo que preserve a continuidade do movimento. Ele tem se mostrado inflexível,insistindo que qualquer acordo de cessar-fogo deve ser abrangente e que garanta os direitos e a sobrevivência dos habitantes de Gaza.
Estima-se que Mohammed Sinwar tenha cerca de 50 anos. Ele é considerado um estrategista experiente e alguém que,ao contrário de Yahya,não tem um histórico tão longo de encarceramento,o que o torna menos vulnerável ao conhecimento das autoridades israelenses. Esse fator tem lhe conferido uma vantagem,permitindo-lhe operar de maneira mais clandestina e menos previsível,sendo chamado de "Sombra" por aqueles que o perseguem.
Com a morte de Yahya Sinwar,do chefe do braço armado do movimento,Mohammad Deif,e de seu vice,Mohammed se tornou o líder mais alto do Hamas em Gaza,juntamente com Izz al-Din Haddad,o chefe militar no norte de Gaza,de acordo com analistas políticos que estudam o grupo.
A organização,que antes da guerra tinha até 30 mil combatentes,sofreu perdas significativas,mas segue resistindo. A estimativa atual é que o Hamas tenha perdido cerca de 17 mil de seus combatentes,além de outros milhares encarcerados por Israel,embora números exatos sejam difíceis de verificar,já que o grupo mantém segredo sobre suas baixas e novos recrutas.
“Estamos trabalhando duro para encontrar [Mohammed Sinwar]”,disse um alto funcionário israelense do Comando Sul,que comanda a batalha em Gaza,ao Wall Street Journal.
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