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O que deseja Mark Zuckerberg

2025-01-14 IDOPRESS

O dono da Meta,Mark Zuckerberg — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP/ 31-01-2024

RESUMO

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GERADO EM: 13/01/2025 - 16:04

"Zuckerberg favorece debates políticos nos EUA para influenciar eleições"

Mark Zuckerberg propõe mudanças na Meta,favorecendo debates políticos nos EUA. Regulações governamentais globais ameaçam plataformas digitais. Zuckerberg busca distrair público americano para favorecer Trump em troca de influência contra regulações estrangeiras.

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Faz uma semana que o principal acionista da Meta,Mark Zuckerberg,anunciou ao mundo um cavalo de pau na direção da companhia. Cai o uso de empresas de checagem de fatos,entra um sistema em que a comunidade avalia o que é confiável ou não. A moderação diminuirá,e o espaço para debates sobre política aumentará. Nesse barata-voa geral,quem leu a cobertura da imprensa brasileira possivelmente não compreendeu alguns pontos essenciais. O primeiro,e mais importante,é que estas mudanças valem em sua maioria para os Estados Unidos. Os contratos de checagem,aqui no Brasil,na América Latina,na Europa e no além-mar geral seguem de pé. Este não é um detalhe. Na verdade,para entender o que se passa na cabeça de Zuckerberg,essa é uma das peças essenciais.

As plataformas digitais estão perdendo a briga da regulação. Pode parecer o contrário,mas não é verdade. Sim,estas são companhias grandes,ricas como jamais companhias o foram na História do capitalismo. São poderosas. Mas,aos poucos,o que os Estados nacionais estão descobrindo é que,quando querem regular,regulam. Isso ficou claro quando a Europa impôs suas novas regras. A Apple está tendo de se virar para permitir que usuários possam comprar apps em seus iPhones fora da loja da empresa. Na Austrália,decidiu-se que menores de 16 anos não podem ter contas nas redes sociais. Decidiu-se,também,que o ônus dessa garantia é das plataformas. E elas não têm o que fazer. Precisarão cobrar documentação para abrir as contas ou desenvolver alguma tecnologia que permita fazer o filtro. Ponto final. Elon Musk bateu de frente com o Supremo Tribunal Federal no Brasil,forçou o quanto pôde — e aí cedeu em tudo que o STF queria. A alternativa era não funcionar no país,um luxo ao qual o X não pode se dar.

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Este é,em essência,o problema de Zuckerberg. Não só dele,mas de todas as plataformas digitais. O lento consenso da necessidade de regulação está sendo alcançado. Não está claro ainda qual o melhor tipo de regulação,e o debate está aberto sobre que regulação é eficaz para combater que tipo de problema. Os debates são muitos. O que não é mais discutido é se governos conseguem regular. Sim,conseguem. Basta querer que o fazem. E isso está claro por uma única razão: todos os governos estão ganhando as brigas que compram. Essa é a razão de Zuck ter anunciado mudanças imensas,mas,no caso das de maior impacto,limitadas aos EUA. Ele não tem como bater de frente com a União Europeia. Ou mesmo com o Brasil. Perderia.

Este,portanto,é o jogo de Mark Zuckerberg: ele está propondo uma barganha para Donald Trump.

Ora,veja: o debate público americano foi dominado,na última semana,pela ideia de conquista do Canal do Panamá,da Groenlândia e do Canadá. Nenhuma das propostas é séria. Ou sequer plausível. Os EUA,com todo o seu poder militar,não foram capazes de controlar o Afeganistão ou o Iraque. Não foram capazes de conquistar o Vietnã,onde o exército adversário era uma guerrilha. Imagine o Canadá ou um país da União Europeia. Mesmo que uma guerra de conquista do pequeno Panamá fosse possível,o governo Trump precisaria de aprovação do Congresso,onde quase metade de deputados e senadores são da oposição. Se um pequeno número de republicanos votar contra em só uma das Casas legislativas,o que é esperado,as Forças Armadas não poderiam agir.

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Isso mesmo. Não poderiam agir sequer sob ordens do presidente. Donald Trump sabe disso. Só que parte essencial de seu método é a criação permanente de ruído. O ruído serve a este novo governo americano. Ele suga a atenção do debate público enquanto decisões que levarão ao desmonte do Estado serão tomadas. Decisões,aliás,muito mais complexas e também burocráticas. Portanto chatas de acompanhar. Trump precisa de ruído constante.

É para isso que serve a desinformação. Ela é parte eficaz da estratégia de Trump não tanto porque engane as pessoas,mas mais porque as distrai. Ele gera tantos debates absurdos simultaneamente,a maioria sem qualquer consequência,que aquilo que de fato é importante se perde. A arte de Trump é a do ilusionista que constantemente desvia o foco de seu público dos movimentos relevantes.

Pois Zuckerberg está oferecendo ao novo presidente suas plataformas para distrair à vontade o público americano. Em troca,pede que o peso do Estado americano seja usado para enfrentar Europa,Canadá,Austrália,e,sim,o Brasil. O governo dos EUA tem melhores condições de pressionar para evitar a regulação desses negócios americanos.

É a esperança de Zuck.

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