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Ícone do jornalismo, Léo Batista noticiou momentos históricos, como a morte de Ayrton Senna e o suicídio de Getúlio Vargas

2025-01-20 HaiPress

Léo Batista,durante a cobertura da Copa do Mundo da Rússia,em 2018 — Foto: Estevam Avellar

RESUMO

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GERADO EM: 19/01/2025 - 17:04

Legado de Léo Batista: uma vida dedicada ao jornalismo esportivo

Léo Batista,ícone do jornalismo brasileiro,noticiou eventos históricos como as mortes de Ayrton Senna e Getúlio Vargas. Com 77 anos de carreira,foi referência na cobertura esportiva e marcou presença em diversos momentos marcantes. Seu falecimento aos 92 anos foi causado por um tumor no pâncreas. Considerado um "coringa",teve uma trajetória versátil e pioneira na mídia,sempre com bom humor.

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Em cerca de 77 anos de jornalismo,Léo Batista não só viveu,como noticiou,e muitas vezes em primeira mão,momentos históricos e marcantes para o Brasil. O âncora e repórter,um dos maiores jornalistas do país,com seu "voz marcante" levou aos ouvintes e aos telespectadores acontecimentos,muitas vezes em primeira mão,como o suicídio do presidente Getúlio Vargas,no Rio de Janeiro,em agosto de 1954.

Ícone: Morre aos 92 anos Léo Batista,a voz marcante do jornalismo brasileiroBotafoguense 'doente',Léo Batista batizou uma cabine no Estádio Nilson Santos; relembre

Em uma produção do "Memória Globo",Léo Batista contou sobre este momento. A notícia foi dada ao vivo,na Rádio Globo,emissora onde começou como locutor ao chegar ao Rio,em 1952. O jornalista falou de como informou aos ouvintes:

"Atenção,atenção. Informa o Globo no Ar edição extraordinária,acaba de se suicidar no Palácio do Catete o presidente Getúlio Vargas. E atenção,repito,acaba de se suicidar no Palácio do Catete o presidente Getúlio Vargas. Voltarem com informações a todo momento",lembrou da narração.

Também em primeira mão,Léo Batista noticiou,já na TV Globo,a morte do piloto brasileiro Ayrton Senna,em 1994,pouco depois do acidente em Ímola,na Itália. Em entrevista ao programa "Redação SporTV",em 2011,o jornalista falou que este foi o momento mais emocionante de sua longa carreira:

— Naquela confusão,Galvão Bueno estava nervoso e emocionado. Reginaldo Leme também. Eu acabei ficando no estúdio com o retorno no ouvido,escutando a médica,quando ela disse que o Senna tinha perdido massa encefálica. Eu entendo um pouco de italiano. E entendi que ele tinha morrido. Avisei para o pessoal. E acabei dando a notícia da morte do Senna. Fico até arrepiado lembrando disso. Foi triste — contou.

Além de fazer parte da bancada do Jornal Nacional,passou 40 anos cobrindo o Carnaval do Rio de Janeiro no rádio e na televisão.

Léo Batista morreu neste domingo,aos 92 anos,no Hospital Rios D’Or,localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro,em função de um tumor no pâncreas. O jornalista deu entrada no hospital no dia 6 de janeiro,em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames detectaram o tumor,que exigira internação na UTI da unidade ao longo dos últimos dias,mas ele não resistiu.

Coringa do interior

O começo da carreira foi na adolescência,aos 15 anos,trabalhando no serviço de alto falantes de Cordeirópolis,cidade do interior de São Paulo na qual João Baptista Bellinaso Neto nasceu,em 22 de julho de 1932. Nela,o filho de italianos foi descoberto e não parou mais de conquistar espaços.

Em 1952,após rodar em veículos de várias cidades do estado,chegou ao Rio de Janeiro para ser locutor no programa "O Globo no Ar",da Rádio Globo,local onde começou a ser chamado de Léo Batista. O pseudônimo vem do nome da irmã,Leonilda,que gostava de ser chamada só de Nilda. Em 1955,migrou para a televisão,apresentando durante 13 anos o Telejornal Pirelli,da extinta TV Rio.

Apesar de ser um especialista em esporte,sempre foi considerado um “coringa” desde que chegou à Globo,que o convidou em 1970. Inicialmente,apenas para trabalhar na Copa do Mundo do México,mas,depois que substituiu Cid Moreira em uma edição do JN,nunca mais saiu. Na base do “chama o Léo”,tornou-se o primeiro apresentador tanto do Jornal Hoje,em 1971,quanto do Esporte Espetacular,em 1973,e também do Globo Esporte,em 1978. Até então,era o apresentador mais antigo da maior emissora do país. Tudo sempre com seu bom humor.

— Guardadas as devidas proporções,acho que tentei ser pioneiro numa época em que isso não era comum. Cheguei a levar algumas broncas. Não só aprovo,como gosto muito desse estilo. Mas sem exageros,claro — disse Léo em entrevista ao GLOBO,em 2021.

Seu grande leque de atuação o colocou no centro de grandes episódios da História,como,por exemplo,ao ser o primeiro locutor que noticiou a morte do presidente Getúlio Vargas,em 1954,ou ser um dos jornalistas que transmitiram o primeiro jogo da carreira de Mané Garrincha,maior ídolo do Botafogo,em 1953.

Torcedor do Botafogo,o lendário jornalista recebeu uma justa homenagem do clube do coração ainda em vida,quando o alvinegro deu seu nome a uma das cabines de imprensa do estádio Nilton Santos.

Praticamente em voo solo,foi o primeiro narrador de uma transmissão de surfe e de Fórmula 1 na televisão do país,além de marcar época com os gols do Fantástico,que mudaram a forma com que se consumia o futebol nas décadas de 1970 e 1980,acompanhado da famosa “Zebrinha”.

Aliás,a estreia como locutor esportivo havia sido na década de 1950,em um jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso,no Maracanã. Desde a edição da Copa do Mundo no Brasil,ele trabalhou em todos os Mundiais,in loco ou à distância.

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