Casa Revista de moda Obra de arte círculo social Equipamentos de saúde Notícias atuais MAIS

O Rio está parado no tempo

2025-02-11 IDOPRESS

Engarrafamento na Avenida Brasil,no Rio — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 08/02/2025 - 21:59

Desafios da mobilidade urbana no Rio de Janeiro: investimentos insuficientes e desigualdade social

O Rio de Janeiro enfrenta profundos problemas de mobilidade urbana,marcados por décadas de investimentos insuficientes e promessas não cumpridas,agravando a desigualdade social. A falta de transporte eficiente prejudica especialmente a população de baixa renda,imersa em deslocamentos demorados diariamente. Com a situação fiscal precária do estado,a solução depende de parcerias privadas ou investimento federal. O cenário caótico é agravado pela presença de facções criminosas,que tornam os deslocamentos perigosos e fragmentam a cidade. A população aguarda por ações concretas e eficazes para romper com a paralisia urbana que aprisiona o Rio.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO

Há poucos dias foi divulgada uma pesquisa que aponta o Rio de Janeiro,entre seus pares nacionais,como região metropolitana de maior tempo de deslocamento entre casa e trabalho. Infelizmente,o que o relatório afirma está longe de ser novidade,pois os estorvos enfrentados diariamente pela população do Grande Rio revelam um problema estrutural e histórico.

Guerra no Oriente Médio: Maioria dos israelenses judeus apoia proposta de Trump sobre realocação de população de Gaza

Em artigo que publiquei há dois anos no GLOBO,intitulado “Imobilidade urbana do Rio tem razões antigas”,destaquei que a precariedade da mobilidade no estado não é recente,mas resulta de décadas de investimentos inconsistentes,promessas políticas vazias e de um modelo urbano que perpetua a segregação social. A falta de transporte eficiente aprofunda desigualdades,pois quem mora nas periferias é obrigado a perder horas em deslocamentos diários,comprometendo qualidade de vida e capacidade de ascensão social.

Política: Bolsonaro elogia Hugo Motta e defende anistia em mensagem a aliados após presidente da Câmara dizer que 8/1 não foi golpe

O cruzamento entre a crise da mobilidade urbana e a baixa mobilidade social é evidente. A dificuldade de acesso a empregos e educação de qualidade afeta desproporcionalmente a população de menor renda,que se vê presa a um ciclo de pobreza. No Rio,a questão se agrava ainda mais pela presença de pelo menos quatro grandes facções criminosas em constante conflito. A guerra territorial imposta por esses grupos não apenas torna perigosas algumas rotas,mas também fragmenta o tecido urbano,dificultando ainda mais os deslocamentos e limitando o desenvolvimento de regiões inteiras.

Mais Sobre Rio de Janeiro (RJ)

Cedae faz manutenção emergencial em adutora do Sistema Guandu na terça-feira; saiba onde o abastecimento será afetado

Estudantes precisam de menos tela e mais aula

Promessas frustradas são um traço marcante da gestão pública no Rio. A candidatura Rio-Niterói para sediar o Pan de 2031 veio acompanhada de novas promessas,como a construção da Linha 3 do metrô e a despoluição da Baía de Guanabara. A população já viu esse filme. Basta lembrar que,há quase 20 anos,o Rio se preparava para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e pouco depois para os Jogos Olímpicos. Mas as prometidas expansão considerável da malha metroviária e despoluição da Baía (que facilitaria também a expansão do transporte aquaviário) jamais se concretizaram.

Para piorar,mesmo que houvesse um projeto de mobilidade urbana realmente sério,a situação fiscal do estado compromete qualquer possibilidade de investimento significativo. O Rio de Janeiro está em recuperação fiscal. Isso significa que o governador tem pouca margem para alocar recursos em obras estruturais de grande porte. Tal cenário põe o estado em posição de dependência do governo federal ou de parcerias privadas para tirar projetos do papel.

Diante desse panorama,a pergunta que fica é: até quando a cidade continuará aprisionada em sua própria paralisia? Como dizia o escritor carioca e imortal da ABL Carlos Heitor Cony:

— O Rio é essa cidade em que tudo parece possível,e nada se realiza.

Enquanto o poder público não enfrentar com seriedade os desafios da mobilidade urbana,apenas pequena parcela da população continuará a desfrutar a cidade sem os obstáculos diários de um transporte público ineficiente e desigual.

*Marlon Cecilio de Souza,economista,é especialista em política e sociedade pelo Iesp-Uerj e analista de risco de crédito no Bank of New York

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.

Mais recentes

A virada no balanço da Amil

Polícia prende segundo envolvido em tiroteio que feriu vice-cônsul da Colômbia em SP

Lesionado, Neymar é cortado da seleção brasileira junto de outros dois jogadores; veja quais

Chuvas intensas castigam diversas regiões da Itália, provocam inundações e obrigam dezenas a deixarem suas casas

Imperator: bombeiros são acionados para incêndio no centro cultural, no Méier; não há vítimas

Um infantil de Paul McCartney, o Brasil africano e a viagem de um artista queer ao Rio: veja os lançamentos da semana (15 a 21/03)

© Direito autoral 2009-2020 Capital Diário de Lisboa    Contate-nos  SiteMap