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Engajamento federal é crítico para deter articulação internacional do crime

2025-02-12 IDOPRESS

A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (RR),onde ficam criminosos da facção venezuelana — Foto: Reprodução

O avanço da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua no Norte do Brasil é uma evidência preocupante da articulação internacional do crime organizado. A quadrilha,classificada como “organização terrorista estrangeira” pelo governo dos Estados Unidos,se aliou à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) para explorar rotas do tráfico e negócios ilegais na Amazônia.

Editorial: Crime organizado na Amazônia impõe reação imediata

A violência explodiu no Norte com a ascensão do crime organizado local e a chegada de facções criminosas do Sudeste,como o PCC e o Comando Vermelho. Hoje não apenas crimes ambientais — como desmatamento,garimpo ilegal ou pesca predatória — preocupam as autoridades,mas também o tráfico de drogas e toda atividade em torno dele. A articulação entre esses diferentes crimes ficou clara no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips,que comoveu o Brasil em 2022. Um dos principais acusados atuava no tráfico,na pesca e na caça ilegais. A expansão da facção venezuelana impõe mais um desafio às autoridades de segurança brasileiras,que não dão conta nem dos grupos criminosos nacionais.

Editorial: Crime organizado representa ameaça para a democracia

As estratégias do Tren de Aragua não diferem muito do modo de agir das facções criminosas brasileiras. Documentos da Polícia Civil e do Ministério Público a que O GLOBO teve acesso expõem os métodos violentos para invadir territórios e executar rivais. Em janeiro,foi descoberto em Boa Vista,Roraima,um cemitério clandestino com dez corpos. A polícia suspeita que eram rivais da facção venezuelana. Afirma que ela já controla o tráfico de drogas em pelo menos cinco bairros da cidade e atua também em Manaus e municípios na fronteira do Amazonas. Em Roraima,diz a polícia,os traficantes venezuelanos já têm impacto nos indicadores de violência. Entre 2011 e 2023,o número de assassinatos no estado aumentou de 60 para 177,segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

A polícia aponta como líderes da organização no Brasil os irmãos Antonio e Daniel Cabrera,que estão presos,acusados de tráfico,homicídio e de negociar a compra de armas para a quadrilha. Os criminosos não têm dificuldades para encontrar mão de obra para seus negócios ilegais. Imigrantes venezuelanos em situação de vulnerabilidade costumam ser alvos da organização. Entre 2015 e 2024,mais de 568 mil venezuelanos entraram no país como refugiados. Brasileiros também são aliciados para atividades como tráfico,garimpo clandestino e exploração sexual.

Lamentavelmente,a Amazônia vai aos poucos se tornando um paraíso para as organizações criminosas,que prosperam onde não há repressão. É preciso que União e estados as combatam urgentemente. Não se pode permitir que territórios da floresta sejam sequestrados pelo crime,como acontece,por omissão do Estado,em comunidades de todo o país. A articulação internacional é mais uma evidência de que tal situação só poderá ser revertida com engajamento concreto do governo federal no combate ao crime organizado.

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