Lista reúne 10 modelos de balança digital corporal — Foto: Freepik/Reprodução
GERADO EM: 12/02/2025 - 21:18
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Escrevi diversas vezes neste espaço que a perda de peso acontece quando o corpo gasta mais energia do que consome. Ou seja,ao usar as reservas que ficam acumuladas sob a forma de gordura para produção da energia faltante e,como resultado,dá-se a perda de gordura e,com ela,o emagrecimento.
Parece uma matemática simples de entender,certo? Uma subtração ou conta de menos,como as crianças dizem. Infelizmente (ou felizmente),a nutrição,assim como todas as ciências da saúde,não é exata.
O que acontece quando você segue à risca um plano alimentar prescrito por um nutricionista que estimou a perda de pelo menos 3 kg/mês,com atividade física,volta ao consultório depois de 30 dias e descobre que,em vez disso,reduziu 0,5 kg? Quem errou?
Entre o consumo e o gasto de energia,existem variáveis que podem acelerar ou diminuir o processo de perda de peso,algumas são previsíveis,outras não. Cabe ao nutricionista ter um olhar de investigador,pensar um pouco fora da caixa e descobrir qual ou quais fator(es) limitante(s) do emagrecimento.
Mencionei aqui na coluna sobre aqueles que têm relação com a alimentação como o tamanho das porções,finais de semana,as armadilhas do light/diet,bebidas alcoólicas e outros pontos vulneráveis que merecem atenção quando é necessário reduzir o peso.
Um elemento tão importante nessa equação quanto o consumo é o gasto energético. Quando o paciente deseja emagrecer,o nutricionista elabora um plano alimentar hipocalórico,ou seja,um cardápio com a soma das calorias menor do que a que o corpo do paciente precisa (a tal conta de menos). De maneira simplista,primeiro calcula-se o gasto energético basal (ou a taxa de metabolismo),que representa o mínimo que o corpo precisa para manter a suas funções vitais. A partir disso,estima-se o gasto energético total,que é o quanto de calorias são necessárias para manter o peso,considerando o gasto basal e o nível de atividade física. Esse valor que norteará o nutricionista no cálculo de um plano alimentar que atenda às necessidades do corpo,mantendo os músculos e diminuindo a gordura corporal.
Parece simples,certo? Existem aplicativos para baixar na loja do seu celular e,em segundos,você tem uma dieta. Eu mesma uso um programa para estimar o gasto calórico.
O que ninguém conta é que existem equações para calcular o gasto energético total e basal,e a diferença entre elas é enorme. Qual usar? Depende da composição corporal (mais músculo ou menos),faixa etária,nível de atividade física,grau de obesidade,etc. Por isso,cuidado em olhar as calorias da esteira ou do smartwatch,o número que aparece pode estar super ou subestimado.
Em alguns casos,há pacientes com histórico de dietas restritivas que relatam comerem pouco,exercitarem-se e estarem com o peso estacionado. E por que isso acontece? Nesses casos,desconfio de algo que é imprevisível. O corpo tem um instinto primitivo de sobrevivência que poupa energia quando há privação de alimento,diminuindo a taxa de metabolismo basal. Há algumas maneiras de descobrir se a minha suspeita está correta,uma delas é encaminhar ao fisiologista para determinar a taxa de metabolismo em repouso individual,a partir de exames apurados.
Fernando Salles,fisiologista clínico e do exercício,explica que o exame de calorimetria indireta é simples e não invasivo. O paciente fica deitado em uma maca por 10 minutos,respirando normalmente em uma máscara que verifica o consumo de oxigênio e,consequentemente,o gasto calórico. Com isso,determina-se a taxa de metabolismo em repouso,semelhante à taxa de metabolismo basal.
O resultado é que os anos de dieta restritiva causam um comprometimento significativo no metabolismo basal,isto é,comer pouco faz com que seu corpo fique mais resistente ao emagrecimento. E o que fazer? Coma e exercite-se mais. Simples como a conta de menos.
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