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Centro de arapongagem é mancha na história do Itamaraty, que nunca admitiu sua existência

2025-02-24 IDOPRESS

Fachada do Palácio do Itamaraty,sede da diplomacia brasileira,em Brasília — Foto: Pablo Jacob

A atuação do Centro de Informações do Exterior (Ciex),divisão clandestina do Itamaraty dedicada ao monitoramento de milhares de brasileiros exilados no exterior e estrangeiros que faziam parte de suas redes de contato durante boa parte da ditadura militar,é até os dias de hoje uma mancha na história da diplomacia brasileira. A existência do Ciex jamais foi admitida oficialmente pelo Ministério das Relações Exteriores,mesmo passados 40 anos desde a redemocratização. A portaria que o criou até hoje não foi tornada pública.

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Nesse período,ainda que diplomatas aposentados tenham admitido em entrevistas o funcionamento da divisão do Itamaraty e a função de vigiar asilados em outros países da América Latina e até na Europa e na África,o MRE jamais fez uma revisão histórica de seu papel na ditadura.

Como publicamos neste domingo,um grupo de pesquisadores brasileiros compilou 8.330 telegramas emitidos pela divisão do Itamaraty entre 1966 e 1986. O levantamento mapeou a vigilância de 17 mil pessoas com o objetivo de rastrear a mobilização política dos opositores do regime no exterior. Apenas 30% delas eram brasileiros.

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A arapongagem no coração da diplomacia foi revelada em uma série de reportagens do Correio Braziliense em 2007. Então ministro das Relações Exteriores,Celso Amorim declarou ao jornal que não comentaria a existência do Ciex,e se tornou alvo de críticas de familiares de desaparecidos políticos.

Os presidentes do Brasil desde a redemocratização

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva toma posse em Brasília em janeiro de 2023 — Foto: Hermes de Paula / Agencia O Globo

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Cerimônia de posse do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na foto,Jair Bolsonaro acompanhado da ex-primeira dama,Michele Bolsonaro. — Foto: Jorge William / Agência O Globo

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O ex-presidente Michel Temer assumiu o poder após o impeachment de Dilma Rousseff,em 2016 — Foto: Jorge William / Agência O Globo

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Dilma Roussef na posse de 2015,mandado para o qual foi reeleita – mas não concluiu — Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo/01-01-2015

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Dilma Rousseff durante sua primeira posse presidencial em janeiro de 2011. Dilma foi a primeira mulher eleita presidente da república — Foto: Agência Senado

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Reeleito,Lula subiu a rampa do Planalto em 2007 já usando a faixa presidencial — Foto: Gustavo Miranda/Agência O Globo

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Presidente Lula na rampa do Palácio do Planalto na posse de seu primeiro mandato presidencial,de 2003 a 2006. — Foto: Ivo Gonzalez / FOTODIGITAL

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebe do embaixador Valter Pecly a faixa presidencial. FHC governou o país entre 1995 e 2002 — Foto: ROBERTO STUCKERT FILHO

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O ex-presidente Itamar Franco tomou posse após o impeachment de Collor. Ao fundo,foto do ex-presidente deposto Fernando Collor de Mello. — Foto: Ricardo Stuckert / Agência O Globo

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O então presidente Fernando Collor de Mello governou entre 1990 e 1992,quando sofreu um processo de impeachment. — Foto: Roberto Stuckert / Agência O Globo

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José Sarney presidiu o país entre 1985 e 1990. — Foto: Gustavo Miranda / Agência O Globo

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Tancredo Neves eleito presidente em 1985 — Foto: Sebastião Marinho

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Tal postura permanece no terceiro mandato do governo Lula. Questionado pela equipe do blog sobre o motivo pelo qual nunca reconheceu as atividades de espionagem,o Itamaraty deu uma resposta evasiva.

Se limitou a dizer que,por determinação da então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff em 2006,a pasta encaminhou ao Arquivo Nacional todos os documentos emitidos entre 1965 e 1990,compreendendo o período de exceção e a primeira fase da redemocratização,que tivessem relação com os órgãos que integravam o extinto Sistema Nacional de Informações (SNI). O Ciex era um deles.

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“Ao todo,foram enviados ao Arquivo Nacional pelo Itamaraty mais de 4 toneladas de documentos,que passaram a ser da responsabilidade daquela autarquia,inclusive para efeitos de consulta”,afirma a nota.

Nós também questionamos quantos servidores do MRE integraram o Ciex,sua atribuição formal no governo,os países onde atuou e solicitamos a íntegra da portaria responsável pela sua criação,até hoje não conhecida. Não houve resposta do Itamaraty.

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Amorim também foi procurado,mas não respondeu às mensagens da reportagem. Sob condição de anonimato,interlocutores da diplomacia brasileira dizem que o fato de ter aberto todos os documentos do Ciex ao Arquivo Nacional para consulta pública já é,por si,um reconhecimento oficial.

No entanto,passados quase 20 anos desde a disponibilização do imenso acervo,o material foi recolhido e garimpado por pesquisadores e iniciativas como a Comissão Nacional da Verdade (CNV) por conta própria,sem qualquer avaliação por parte dos governos que passaram pelo Palácio do Planalto.

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Matias Spektor,professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e um dos autores do levantamento,defende a importância do Estado brasileiro encarar o tema de frente para “assegurar que uma história tão nefasta quanto essa” não se repita no futuro.

“É compreensível que o Itamaraty em 2025 tenha dificuldade de lidar com esse passado. Afinal de contas,é uma história que mostra como a chancelaria trabalhou para vitimizar brasileiros,e penas uma minoria minúscula da base de dados é composta por indivíduos ligados à luta armada”,aponta Spektor.

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“Esse receio também é esperado porque o MRE violou várias regras internacionais de não ingerência em assuntos externos com processos de repatriação forçada e o monitoramento de políticos estrangeiros. Além disso,muitos dos funcionários que trabalharam na máquina de repressão continuaram suas carreiras como diplomatas no Itamaraty depois de terminada a ditadura”.

Veja quem são os indiciados pela Polícia Federal

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Jair Messias Bolsonaro,ex-presidente da Repúblic — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

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Alexandre Rodrigues Ramagem,policial federal,ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

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Angelo Martins Denicoli,ex-diretor no Ministério da Saúde e ex-assessor na Petrobras — Foto: Reprodução

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José Eduardo de Oliveira e Silva,padre — Foto: Reprodução

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Almir Garnier Santos,ex-comandante da Marinha do Brasil — Foto: Reprodução

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Ailton Gonçalves Barros,ex-militar e advogado — Foto: Reprodução

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Alexandre Castilho Bitencourt da Silva — Foto: Reprodução

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Amauri Feres Saad,advogado — Foto: Reprodução

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Anderson Gustavo Torres,ex-ministro da Justiça e Segurança Pública — Foto: Reprodução

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Augusto Heleno Ribeiro Pereira,ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência — Foto: Agência Brasil

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Bernardo Romão Corrêa Netto — Foto: Reprodução

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Carlos Cesar Moretzsohn Rocha,Dono do Instituto Voto Legal (IVL) — Foto: Reprodução

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Cleverson Ney Magalhães,militar — Foto: Reprodução

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Filipe Garcia Martins Pereira,ex-assessor de Bolsonaro — Foto: Reprodução

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Guilherme Marques Almeida,ex-chefe da seção de Operações Psicológicas no Comando de Operações Terrestres — Foto: Divulgação

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Laércio Vergílio — Foto: Reprodução

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Marcelo Costa Câmara,ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — Foto: Reprodução

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Fernando Cerimedo,influencer dono do canal La Derecha Diario — Foto: Reprodução

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General Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira — Foto: Divulgação/Exército

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General Mario Fernandes — Foto: Reprodução/Youtube

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Mauro Cesar Barbosa Cid,ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

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Nilton Diniz Rodrigues,comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva — Foto: Reprodução

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Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho,empresário,neto de João Baptista Figueiredo,último presidente da ditadura — Foto: Reprodução

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Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército — Foto: Agencia Brasil

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Rafael Martins de Oliveira,tenente-coronel do Exército — Foto: Reprodução

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Tércio Arnaud Tomaz,ex-assessor especial de Bolsonaro — Foto: Reprodução

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Valdemar Costa Neto,presidente do PL (partido de Bolsonaro) — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

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Walter Souza Braga Netto,ex-ministro da Casa Civil e da Defesa — Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo / Arquivo

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Wladimir Matos Soares,policial federal — Foto: Reprodução

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Fabrício Moreira de Bastos,ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro e do 52° Batalhão de Infantaria de Selva do Exército,em Marabá (PA) — Foto: Reprodução

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