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Lipedema em 5 dias: médico responde perguntas de leitores do GLOBO sobre a doença

2025-02-27 IDOPRESS

Especial Lipedema — Foto: Arte O GLOBO/Luisa Penna

O GLOBO lançou um projeto mensal em que,ao longo de uma semana,publica conteúdos exclusivos,todos os dias,sobre uma determinada doença. O tema dessa semana é lipedema e leitores do jornal enviaram suas dúvidas,que foram respondidas pelo clínico-geral e endocrinologista Fabiano Serfaty.

Quiz: você conhece os sinais do lipedema? Faça o teste do GLOBO e descubra se pode ter a doençaEntrevista: 'A falta de conhecimento sobre o lipedema leva mulheres a realizar tratamentos ineficazes por anos',alerta médico

Importante ressaltar que as discussões tratadas aqui vão ajudar a esclarecer dúvidas. Elas não se configuram como uma consulta e sempre procure seu médico antes de tomar qualquer decisão sobre seu estado de saúde.

Gostaria de saber como diferenciar celulite de lipedema. (Silvia Fernandes)

A celulite e o lipedema são condições diferentes,mas muitas vezes confundidas. A celulite ocorre quando há acúmulo de gordura sob a pele,resultando em um aspecto irregular na superfície,semelhante à “casca de laranja”. Esse fenômeno é mais comum nas coxas,nádegas e abdômen. A celulite não provoca dor significativa nem hematomas. Por outro lado,o lipedema é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo anormal e simétrico de gordura subcutânea,afetando principalmente as pernas,quadris,nádegas e,em alguns casos,os braços,enquanto poupa os pés e as mãos. Ao contrário da celulite,o lipedema é frequentemente associado a sintomas como dor ao toque,sensibilidade nas áreas afetadas e maior facilidade para desenvolver hematomas. A diferença essencial está nos sintomas: enquanto a celulite afeta a textura da pele,o lipedema altera a distribuição de gordura e causa desconforto.

O médico Fabiano Serfaty — Foto: Alexandre Cassiano

O uso de anticoncepcional prejudica o lipedema,a relação com o medicamento? (Natalia Trindade)

O impacto dos anticoncepcionais hormonais no lipedema ainda não é totalmente claro,e as evidências científicas disponíveis são limitadas. O estrogênio,componente presente em muitos anticoncepcionais,pode afetar processos no corpo que,teoricamente,poderiam influenciar os sintomas do lipedema,como o acúmulo de gordura e a inflamação. No entanto,não há evidências robustas que comprovem que o uso de anticoncepcionais hormonais agrave ou cause o lipedema. Dado que os efeitos podem variar entre as mulheres,é fundamental que a escolha do método anticoncepcional seja discutida com um médico,considerando as particularidades de cada caso e as necessidades individuais.

Veja vídeo: 'Tive dores nas pernas por anos e não conseguiam diagnosticar',conta Yasmin Brunet sobre lipedema

Quem fez fertilizações in vitro pode ter desenvolvido lipedema por conta dos hormônios? (Lourdes Garofalo)

Embora o lipedema esteja frequentemente associado a flutuações hormonais,como as que ocorrem durante a puberdade,gravidez ou menopausa,a relação direta entre o uso de hormônios na fertilização in vitro (FIV) e o desenvolvimento do lipedema não é claramente estabelecida na literatura médica. No entanto,os tratamentos hormonais utilizados na FIV podem,em algumas mulheres,influenciar o equilíbrio hormonal de forma que possa agravar condições preexistentes ou predispor ao desenvolvimento de alterações na distribuição de gordura. É importante destacar que o lipedema é uma condição complexa e suas causas exatas ainda não são completamente compreendidas. Caso haja suspeita de lipedema,é recomendável procurar orientação médica para avaliação e diagnóstico adequado,considerando o histórico clínico e os tratamentos hormonais recebidos.

O plano é obrigado a aceitar como tratamento de saúde e não estético? (Lourdes Garofalo)

Os planos de saúde no Brasil devem cobrir tratamentos relacionados ao lipedema quando há comprovação médica de que a condição afeta a saúde do paciente,como no caso de dor crônica ou dificuldades de mobilidade. O lipedema é reconhecido pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11),o que pode garantir a cobertura de tratamentos clínicos,como a fisioterapia. No entanto,procedimentos cirúrgicos,como a lipoaspiração específica para lipedema,não fazem parte do rol da ANS e,por isso,geralmente não são cobertos pelos planos de saúde,podendo ser necessário recorrer à Justiça. Para garantir a cobertura,é fundamental que o diagnóstico médico esteja bem documentado,com laudos detalhados sobre os impactos do lipedema na saúde da paciente.

Como controlar o lipedema no climatério? Reposição hormonal seria uma saída? (Luciana Franca)

O lipedema é uma condição crônica e pode ser exacerbado durante a menopausa devido a alterações hormonais. O manejo do lipedema durante a menopausa deve incluir uma abordagem multidisciplinar que envolve mudanças no estilo de vida,como dieta e exercício físico,além de intervenções médicas e,cirúrgicas. A terapia hormonal é amplamente utilizada para tratar sintomas da menopausa,como ondas de calor e suores noturnos,e pode ter efeitos benéficos em outros aspectos da saúde,como na densidade óssea. No entanto,a terapia hormonal não é especificamente indicada para o tratamento do lipedema. A decisão de usar terapia hormonal deve ser cuidadosamente considerada,levando em conta os riscos e benefícios para cada paciente,especialmente em mulheres com condições médicas crônicas. Não há evidências diretas de que a terapia hormonal tenha um impacto significativo no manejo do lipedema. Portanto,o tratamento durante a menopausa deve focar em estratégias específicas para essa condição,além de considerar a terapia hormonal para o alívio dos sintomas menopáusicos,quando apropriado.

Tenho lipedema tipo 2 grau II. Já faço atividade física,musculação,yoga,terapia,drenagem,tenho uma alimentação balanceada e uso meia de compressão. Existem estratégias além da cirurgia para melhorar o aspecto do acúmulo de gordura nos quadris,como criolipolise,laser etc? (Marcella Marconi)

Estudos recentes sugerem que algumas abordagens podem contribuir para o manejo do lipedema,ajudando a reduzir sintomas e melhorar o aspecto estético da condição,sem a necessidade de cirurgias. Além das abordagens citadas acima,há interesse crescente em técnicas não cirúrgicas para melhorar a qualidade da pele e a distribuição do tecido adiposo. Procedimentos como criolipólise,radiofrequência,ondas de choque e laser de baixa intensidade têm sido utilizados para remodelação corporal,embora os estudos sobre sua eficácia no lipedema ainda sejam limitados. Cada paciente pode responder de maneira diferente a essas intervenções,e é fundamental uma avaliação individualizada para definir a melhor abordagem. O lipedema é uma condição complexa,e seu tratamento exige uma visão multidisciplinar. Embora não exista uma solução única,a combinação de estratégias pode trazer benefícios tanto funcionais quanto estéticos. O acompanhamento médico é essencial para garantir que cada intervenção seja segura e adequada às necessidades da paciente.

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