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Sul Global precisa reagir a recuo dos EUA

2025-03-11 IDOPRESS

O presidente dos EUA,Donald Trump,durante discurso ao Congresso — Foto: AFP

RESUMO

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GERADO EM: 10/03/2025 - 22:05

Sul Global deve liderar cooperação democrática frente à instabilidade global

O artigo discute a necessidade do Sul Global de agir diante do recuo dos EUA na ordem liberal internacional,acentuado pela retórica isolacionista de Donald Trump. Com potências autocráticas como Rússia e China ameaçando a estabilidade global,países democráticos emergentes devem reforçar normas que garantem segurança e prosperidade. O texto critica o Brics por apoiar regimes autocráticos e ressalta a importância de fortalecer a cooperação democrática para preservar a ordem global.

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As potências ocidentais estão alarmadas com as mudanças vindas de Washington. A retórica isolacionista de Donald Trump representa uma mudança drástica no papel histórico dos Estados Unidos como pilar da ordem liberal internacional. As instituições que sustentaram a estabilidade global estão sob ameaça,não apenas por potências revisionistas como Rússia e China,mas pelo próprio governo americano.

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Os riscos não afetam apenas o Ocidente,mas também o Sul Global. Por décadas,essas nações oscilaram entre desafiar o Ocidente e se acomodar à ordem liberal. Agora,com os Estados Unidos em retração,os países democráticos do Sul Global precisam agir com firmeza.

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As democracias do Sul Global têm papel crucial — não em desafiar,mas em proteger a ordem liberal internacional. Como economias emergentes com instituições democráticas,podem reforçar as normas que garantem sua segurança e prosperidade. Em vez de se alinhar a regimes autocráticos ou apostar numa multipolaridade vaga e arriscada,países como o Brasil devem usar sua influência para fortalecer o sistema que tem garantido a cooperação e o desenvolvimento globais.

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Historicamente,o fortalecimento dos laços Sul-Sul foi visto como forma de resistência às imposições do Norte Global. Houve tentativas de criar instituições alternativas,como o movimento dos não alinhados,o G77 e o Brics. Até certo ponto,esses esforços faziam sentido. A hipocrisia de muitas potências ocidentais era evidente — pregando democracia enquanto apoiavam golpes,defendendo mercados livres enquanto protegiam suas indústrias e promovendo direitos humanos enquanto ignoravam abusos cometidos por aliados.

O contexto mudou: mais que a origem das iniciativas,importa agora garantir que elas fortaleçam a estabilidade global e a governança democrática. O Brics ilustra o potencial desestabilizador do antiocidentalismo. O bloco,que começou como plataforma para cooperação econômica,se transformou em projeto ideológico que serve aos interesses geopolíticos da China e da Rússia. A recente expansão,com países como Irã,Egito e Emirados Árabes,sinaliza afastamento da missão original. Em vez de promover a cooperação econômica,o Brics tem se tornado um espaço de apoio a regimes autocráticos,minando a ordem liberal que sustenta o próprio Sul Global.

Democracias do Sul Global ajudaram a construir essa ordem. A América Latina foi o maior contingente regional na Conferência de São Francisco,de 1945. Brasil,Índia,Indonésia e África do Sul foram essenciais na formação e na consolidação de instituições como a ONU e a OMC. O sistema pós-1945 tem falhas,mas a alternativa — um mundo dominado pelos interesses de potências autoritárias — é muito pior.

Agora,com Donald Trump minando ainda mais essa ordem e dando espaço para China e Rússia,o Sul Global democrático precisa assumir papel estabilizador,em conjunto com a Europa e as demais democracias avançadas. Trump busca um acordo na guerra da Ucrânia favorável a Putin,desmantela a ajuda externa e adota uma postura hostil em relação às instituições internacionais. Isso cria um vácuo perigoso que regimes autoritários estão prontos para explorar.

Países como o Brasil têm papel relevante na diplomacia global,mediando crises e liderando a agenda ambiental. A Indonésia tem liderado os esforços da Asean na estabilização da segurança regional. Essas ações mostram que o Sul pode ser protagonista na estabilidade global.

A prosperidade do mundo em desenvolvimento não virá de gestos vazios de solidariedade nem do apoio a regimes autoritários. Será moldada por boas ideias,boa governança e firme defesa do Direito Internacional. Com os Estados Unidos recuando,as democracias emergentes têm uma responsabilidade urgente: preservar a ordem baseada em regras antes que seja tarde.

*Felipe Krause é professor na Universidade de Oxford,onde dirige o Programa de Estudos Brasileiros

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