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Alta na violência reflete dificuldades de combater crimes contra mulher

2025-03-11 IDOPRESS

Mulher vítima de violência no Rio — Foto: Beatriz Orle/Agência O Globo/14/06/2024

A violência contra a mulher é um problema que tem se agravado,a despeito dos avanços na legislação,da ampliação de canais de denúncia e dos movimentos de conscientização. Mais de um terço das brasileiras (37,5%) diz ter sofrido algum tipo de violência — ainda que verbal — nos últimos 12 meses,segundo a pesquisa “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”,feita pelo Datafolha e divulgada na segunda-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Das entrevistadas,10,7% dizem ter sofrido abuso ou sido forçadas a manter relações sexuais. São os maiores percentuais desde o início do levantamento,em 2017.

Editorial: Ainda é urgente conter violência contra as mulheres

É certo que o aumento nos casos pode refletir um ambiente mais aberto a denúncias,em que mais mulheres deixam de ter medo de revelar a realidade cruel a que estão submetidas. Mesmo assim,isso em nada muda a gravidade da situação. Apesar da rotina de agressões,quase metade das que sofreram violência não procurou ajuda. O recurso a uma instituição pública como a Delegacia da Mulher foi citado por apenas 14,2%.

Editorial: Feminicídios em alta desafiam o poder público

Nove entre dez das mulheres que dizem ter sido vítimas de violência afirmam que a agressão ocorreu na presença de terceiros,como parentes,amigos ou,em 27% dos casos,diante dos próprios filhos. Como já ficou constatado noutros levantamentos,o ambiente doméstico costuma ser mais perigoso para as mulheres que as ruas. Os agressores mais comuns são cônjuges,namorados ou parceiros,representando 40% dos casos. Ex-companheiros são 27%. Crimes em que quase 70% dos autores pertencem ao círculo íntimo da vítima deveriam ser mais fáceis de coibir. Infelizmente não é o que tem acontecido.

Como as mulheres vítimas de violência convivem com o agressor dentro de casa ou em seu círculo próximo,as denúncias se tornam mais difíceis. Podem faltar provas,pode haver medo de represália,descrença na polícia,dependência econômica do agressor ou mesmo vergonha. Por isso o Estado tem obrigação de facilitar o acesso aos instrumentos legais. A mulher que pretende denunciar a agressão precisa de apoio. Já houve caso de vítima telefonando para a polícia para pedir pizza,numa tentativa desesperada de que os policiais entendessem (felizmente funcionou). Vítimas de violência precisam ser incentivadas a denunciar seus agressores,mas também precisam da garantia do Estado de que eles serão punidos e afastados do convívio familiar.

A cada rodada de estatísticas,a cada pesquisa,fica evidente que apenas endurecer a legislação,como o Brasil tem feito,não é suficiente para conter a epidemia de violência. Diariamente,milhares de mulheres são agredidas verbal ou fisicamente,quando não assassinadas,muitas vezes na frente dos filhos. Elas necessitam de ajuda para interromper essa rotina de terror. Se,por motivos compreensíveis,não vão até as autoridades,as autoridades devem encontrar meios de ir até elas.

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