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Queda de árvores em SP expõe como cidades estão vulneráveis

2025-03-15 HaiPress

Galho de árvore que caiu na Zona Oeste de São Paulo durante temporal — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

O temporal de quarta-feira em São Paulo,com ventos de mais de 60km/h,resultou em 343 relatos de queda de árvore,mais da metade do registrado em todo o mês de janeiro. No caso mais grave,um taxista morreu depois de seu carro ser atingido por um tronco na Avenida Senador Queirós,no Centro. A profusão de quedas interditou vias e,mais uma vez,provocou danos à rede elétrica,deixando dezenas de milhares de moradores sem luz. Não se trata de situação excepcional. Com eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes,episódios assim não deveriam surpreender.

No inventário de prejuízos,inclui-se um xixá histórico no Largo do Arouche,também no Centro. Plantado há pelo menos 200 anos,com cerca de 30 metros de altura,era remanescente da época em que grandes chácaras dominavam a região. A queda do xixá — uma das árvores mais antigas da cidade — destruiu parte de um veículo. A Prefeitura alegou que fazia avaliações periódicas. Afirmou ainda ter 129 equipes para serviços de prevenção e poda na cidade. Mas é evidente que elas não têm dado conta da necessidade.

Colapso verde: temporal em São Paulo derrubou mais da metade das árvores que caíram na cidade em todo o mês de janeiro

As mudanças climáticas impõem cuidado maior. Não há motivo para imaginar que novas tempestades não serão acompanhadas de rajadas de ventos e estragos semelhantes. Quanto mais vulneráveis as árvores,mais facilmente serão derrubadas,trazendo riscos e prejuízos. Não basta apenas podar. “A poda muitas vezes é a sentença de morte das árvores,na forma como é feita em São Paulo”,afirmou ao GLOBO o botânico e paisagista Ricardo Cardim. “A gente precisa de equipamentos que permitam enxergar por dentro das árvores.” Para ele,a Prefeitura deveria criar um núcleo especializado no plantio e na manutenção,de modo a evitar problemas como espécies inadequadas,cupins e construção de muretas bloqueando a absorção da água.

Em alguns bairros,a maioria das árvores está na fase final da vida,apodrecida ou infestada por cupins,à espera da trovoada ou rajada derradeira. Muitas das espécies plantadas não são indicadas para áreas urbanas,por isso devem ser monitoradas,já que seria inviável substituí-las. A simples queda de um galho,como se vê repetidamente,pode provocar enormes transtornos ao fornecimento de energia.

Rotina de medo: Temporal que matou 64 pessoas há dois anos ainda assombra São Sebastião; parte dos moradores voltou para áreas de risco

É importante,contudo,não tratar a árvore como problema. Por proporcionar sombra e aliviar o calor que se forma nas ilhas de concreto,ela é a solução para mitigar os efeitos do calor num planeta que não para de bater recordes de temperatura. O que as prefeituras têm de fazer é cuidar para que não fiquem tão vulneráveis a vendavais.

O cuidado com árvores é apenas mais uma das medidas que prefeituras devem tomar para adaptar as cidades às mudanças climáticas. É preciso investir em obras contra cheias e contenção de encostas,preparar planos de contingência para situações de emergência,remover moradores de áreas de risco e desenvolver sistemas de alerta. As práticas adotadas até agora não têm sido suficientes para dar conta dos desafios. E não há qualquer perspectiva de que o cenário extremo mudará.

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