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Tarifas dos EUA sobre aço são ‘tiro no pé’; retaliação do Brasil também seria, considera ex-diretor da OMC

2025-03-15 HaiPress

O presidente dos EUA,Donald Trump — Foto: Mandel NGAN / AFP/12/03/2025

RESUMO

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GERADO EM: 14/03/2025 - 20:26

Tarifas dos EUA sobre aço ameaçam economia e relações com o Brasil,alerta ex-diretor da OMC

As tarifas dos EUA sobre o aço são vistas como prejudiciais tanto para os americanos quanto para o Brasil,segundo Victor do Prado,ex-diretor da OMC. Ele alerta que retaliações brasileiras poderiam ser igualmente danosas devido à dependência de importações dos EUA. A medida,considerada irracional,pode aumentar a inflação e prejudicar a economia dos EUA,enquanto negociações diplomáticas parecem ser a melhor estratégia.

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As recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço continuam sendo um tema de preocupação para o governo brasileiro e o setor siderúrgico. O ex-diplomata Victor do Prado,ex-diretor do Conselho e do Comitê de Negociações Comerciais da OMC e conselheiro consultivo internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI),destacou que essa decisão pode gerar um impacto negativo para a indústria norte-americana e questionou a racionalidade por trás da medida.

EUA e UE discutem como avançar em meio à guerra comercial de Trump: Reunião entre representantes ocorre após presidente americano aplicar impostos sobre aço e alumínio importados pelo país,e União Européia responder com tarifas retaliatórias

O Brasil mantém um comércio bilateral equilibrado com os EUA. Em 2023,as exportações brasileiras para o país somaram US$ 40,3 bilhões,enquanto as importações ficaram em US$ 40,5 bilhões. O novo cenário tarifário pode alterar essa dinâmica,especialmente no setor siderúrgico,já que o Brasil exporta principalmente placas de aço para os Estados Unidos,responsáveis por 60% da demanda norte-americana desse produto,salienta ele. O governo brasileiro tem adotado uma postura diplomática,evitando uma reação impulsiva.

Segundo Prado,retaliações imediatas poderiam não ser benéficas para o Brasil,considerando a dependência do país de equipamentos e insumos importados dos Estados Unidos,como materiais de transporte,fertilizantes e equipamentos clínicos e de telecomunicação.

Para ele,a política comercial dos Estados Unidos parece menos orientada por fundamentos econômicos e mais por uma estratégia de gerar instabilidade e manter o controle da pauta midiática. 

-  A racionalidade deles é criar confusão.

A incerteza gerada por essas decisões deve aumentar a inflação nos EUA,já que indústrias como a automobilística e da construção civil precisarão arcar com custos mais altos. Além disso,a decisão pode prejudicar a própria economia americana,relembra. 

- Ao imporem tarifas sobre o aço brasileiro,eles estão dando um tiro no pé. A cadeia siderúrgica dos EUA tem um superávit de US$ 3 bilhões com o Brasil,o que torna a taxação uma medida contraditória. E se retaliarmos,é outro tiro no pé. 

A negociação com o governo americana não deve ser fácil e pode levar tempo. O ex-embaixador cita o exemplo da Austrália,que manteve diversas rodadas de reuniões - foram pelo menos 10 encontros  - com o governo dos EUA sobre o tema,não conseguiu reverter medidas similares.

-  A Austrália tem um grande déficit comercial com os Estados Unidos. Ou seja,eles têm relevância para os Estados Unidos. E nada funcionou. 

O mercado vem reagindo mal às medidas de Trump e a recessão norte-americana começou a ficar no radar. Com estas medidas será que o presidente dos Estados Unidos vai parar com esta política? Prado responde:

- É um exercício de futurologia que não tem nenhuma base. Porque se houvesse base de racionalidade econômica,ele não estaria fazendo isso. Você vê o que está acontecendo com as bolsas nos Estados Unidos. Se houvesse alguma racionalidade,ele já teria parada com estas ameaças.

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