ChatGPT x DeepSeek: veja comparação entre as IAs — Foto: Montagem
GERADO EM: 14/03/2025 - 21:59
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O lançamento da inteligência artificial da DeepSeek — que abalou os mercados e gerou preocupações ao redor do mundo — deveria ser visto como presente para o Brasil. Ao contrário de ser encarado como ameaça,é motivo de comemoração. Na prática,abriu caminho para que o país entrasse na corrida global de avanço tecnológico. O feito dos chineses é tão grande que pode tirar nosso atraso em relação aos Estados Unidos,berço das big techs.
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Além de ser um dos avanços mais incríveis desde a Revolução Industrial,o software de código aberto permitirá que as empresas brasileiras possam entrar no mercado porque a principal barreira não existe mais: o custo. Estamos presenciando o que deve entrar para a História como um dos maiores saltos de produtividade já vistos.
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Treinar modelos LLM (sistemas de IA que compreendem e geram linguagem humana por meio do processamento de grandes quantidades de dados) nunca foi tarefa fácil — ou barata. Supõe-se que,para treinar seu último modelo (“o1”),a OpenAI tenha gastado entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões. É muito dinheiro até para padrões de Primeiro Mundo.
Imagine se o Brasil poderia comprar essa briga? Para ter uma vaga ideia,o orçamento da área de ciência e tecnologia do governo é de R$ 16,7 bilhões para 2025. Esse é o valor aprovado pelo Congresso Nacional. Num cenário onde é preciso reduzir gastos,não deve nem ser a quantia executada no fim do ano. Com números assim,estamos muito distantes da elite tecnológica global.
Antes do DeepSeek,para treinar um “modelo de fronteira” (os mais avançados),precisaríamos gastar cerca de 6% de tudo que o país investiu em tecnologia em um ano. Com um detalhe desanimador: a obsolescência dos modelos está cada vez mais rápida. Basicamente é preciso treinar um novo modelo a cada ano — e não fica nada barato também. O governo do Brasil não tem recursos para isso,e as empresas também não.
Somente para o desenvolvimento de IA,o presidente americano,Donald Trump,anunciou um programa de US$ 500 bilhões com as gigantes do setor. Esse é o investimento em apenas uma iniciativa. No entanto a notícia foi ofuscada justamente pelo investimento muito menor feito pela startup chinesa.
O avanço chinês — com investimentos correspondentes a menos de 10% do que investiram as grandes corporações — quebra toda a barreira que tínhamos para entrar nesse mercado e deixar de ser reféns das nações mais ricas que dominam o “novo mundo da IA”.
O Brasil não tinha chances por causa dos recursos e também de uma estrutura que inviabilizou nossos avanços. Toda a cadeia de produção de inteligência artificial se concentra nos Estados Unidos: universidades de ponta,produção de chips,pesquisadores e as grandes empresas.
Agora,como a DeepSeek tornou suas descobertas e seus algoritmos código aberto,para que qualquer um use ou desenvolva técnicas e modelos,podemos finalmente entrar no jogo. Isso automaticamente transforma qualquer um num possível player competitivo em IA. Permitir a consumidores tornar-se produtores foi o presente para o mundo.
Qualquer jovem que monte uma startup na garagem da casa dos pais poderá competir com empresas maiores. A engenhosidade derrubou barreiras tecnológicas. Não é mais impossível que grandes empresas brasileiras tenham caixa para investir em projetos capazes de competir internacionalmente.
Investimento de R$ 30 milhões é um valor que está totalmente ao alcance das nossas empresas e do governo brasileiro para nos inserir no cenário global de produtores de IA. Claro que os desafios de antes continuam: talento,laboratórios,pesquisa,investimentos. Mas sempre fomos criativos,e os chineses provaram que a criatividade nunca perde seu valor. Então,o que faremos a partir de agora?
*Patrick Gouy é o CEO e criador da inteligência artificial da Recrut.AI,startup de recursos humanos
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