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Downgrade: o tombo invisível

2025-03-18 HaiPress

Atriz Ingrid Guimarães se queixa em suas redes sociais após ter sido coagida a trocar de assento em um voo de NY para o Rio — Foto: Reprodução/Instagram

RESUMO

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GERADO EM: 17/03/2025 - 19:07

Ingrid Guimarães critica rebaixamento forçado em voo da American Airlines

O artigo aborda o incidente envolvendo Ingrid Guimarães e a American Airlines,destacando a prática do "downgrade" forçado,um rebaixamento inesperado e constrangedor. O autor compara o serviço da companhia aérea ao de um BRT e critica o tratamento dado aos passageiros. Refletindo sobre os efeitos psicológicos e sociais do downgrade,o texto conclui que é necessário estar preparado para lidar com essas situações na vida.

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Imagino que a esta altura o leitor já saiba tudo sobre o episódio da Ingrid Guimarães no voo da American Airlines. Um absurdo o que fizeram,ela está coberta de razão. Para quem já viajou pela AA,zero surpresa,aquilo ali é um BRT voador,com um serviço que lembra o Bar Lagoa do século passado. Se você tem a minha idade ou mais,ainda lembra da Varig: perto dela,a AA é uma ofensa pessoal,um tapa com luva descartável de plástico vagabundo.

Joaquim Ferreira dos Santos: Falta de pudor! Pouca vergonha!Ruth de Aquino: O erro fatal da American Airlines

Mas o que me chamou mesmo a atenção no episódio foi o tal downgrade.

A palavra é autoexplicativa: rebaixamento,queda,retrocesso. O que eu não sabia — sou ingênuo — é que o downgrade podia ser forçado. Você ali,de boas,curtindo alguns centímetros a mais de espaço entre as poltronas,sonhando com um espumante,e,do nada,vem uma comissária virada na Jiraya: “O senhor acaba de ser rebaixado. Recolha seus pertences e seus sonhos e chispa daqui!” Como assim?

Mais um gatilho ativado.

Uma coisa é fazer um downgrade voluntário: tipo olhar para o celular e perceber que não precisa daqueles 200Gb de internet que o plano oferece,porque 199Gb serão gastos em memes e futricas inúteis. Ou aquele downgrade de academia: em vez de pagar o plano premium,com coach,personal,sauna,meditação guiada e um xamã incluído — e não aparecer —,entrar logo no basicão,tipo “quando vier,paga”. É o downgrade consciente,digno,lúcido até.

O upgrade a gente ama,é o Papai Noel dos adultos. Não apenas de classe no avião. Tem o upgrade de cor de cartão de crédito — parabéns,você acaba de receber o nosso ultramegablack card — ou o de quarto de hotel,um troféu nas férias: vamos lhe conceder a suíte “super master king”,em vez da “humble prince”. A glória! Dos upgrades de consumo evoluímos para os existenciais: Fulana fez um upgrade de namorado,largou aquele estrupício radioativo. Beltrano conseguiu um upgrade de cargo,tá ganhando o dobro. “Sicrano fez um upgrade nele mesmo! Viu como ele tá no shape?” Conseguir um upgrade é o sonho da classe média.

Já o pesadelo,descubro agora,é o tal downgrade compulsório.

José Eduardo Agualusa: Uma menina lendo

Você está na primeira classe de alguma ilusão,achando que dessa vez ela vai se tornar realidade,e a vida chega dando uma voadora: “Acorda! Seu lugar agora é lá atrás,na fila 328F,do lado do banheiro,junto com as angústias,os constrangimentos e as aflições. Boa sorte.”

O downgrade forçado é uma mistura de vergonha com frustração.

Ninguém fala com orgulho de um rebaixamento,não tem post no Instagram: “Oi,gente,passando para contar que me fizeram um downgrade,a moça com quem estava saindo avisou que o ex está de volta e que a gente vai se falando.”

Ou coloca no Linkedin: “A empresa analisou a minha situação e considerou que não caibo mais no cargo de gerente júnior. Esperava ouvir a palavra ‘sênior’,mas me foi explicada a importância pedagógica do downgrade: voltei a ser estagiário! Considero o gesto da chefia uma oportunidade de aprendizado ímpar.”

Difícil,né?

Ingrid nos tocou a real: seja na American Airlines ou na vida,a qualquer momento alguém pode te pegar pela gola e mandar um: “Já pro fundo,o seu lugar agora é de outro.” Melhor dar um upgrade na paciência e nos advogados.

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