As fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari,inundando a cidade de Encantado e deixando à vista apenas os tetos das casas e os pontos de luz dos postes — Foto: Gustavo Ghisleni/AFP
GERADO EM: 19/03/2025 - 20:51
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Um terço dos eventos climáticos "sem precedentes" na América do Sul em 2024 foram no Brasil,informou o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM),agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para assuntos climáticos. Publicado nesta quarta-feira,o documento ainda alerta que o ano passado foi o mais quente desde o começo das medições históricas,há 175 anos,com mais de 1,5 °C acima da temperatura na era pré-industrial.
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Dos nove eventos climáticos extremos inusitados registrados no continente,três assolaram o território nacional: a tragédia no Rio Grande do Sul,que atingiu pelo menos 1,4 milhão de pessoas,a seca do Centro ao Norte do país e a onda de calor em agosto,com recordes de temperaturas superiores a 41 °C. Confira o que diz o texto publicado pelo órgão sobre os episódios.
Chuvas fortes que atingiram o Rio Grande do Sul inundaram as ruas do centro histórico de Porto Alegre — Foto: Edilson Dantas / O Globo
As chuvas fortes e persistentes atingiram o Rio Grande do Sul,em maio,devido a uma grande área de baixa pressão atmosférica que favoreceu a formação de áreas de instabilidade,somada a chegada de uma frente fria,explica a ONU. Ainda há um destaque para os acumulados significativos nas cidades de Santa Maria,com 213,6 milímetros,no primeiro dia da tragédia,e Soledade,com 249,4 mm,no segundo. O maior registro do mês foi em Caxias do Sul,que apresentou 845,3 mm,sendo que o esperado era 131,4 mm.
Em todo o documento,o órgão se preocupou em mostrar os transtornos econômicos e sociais causados por condições climáticas extremas e os impactos de longo prazo do aquecimento recorde dos oceanos e da elevação do nível do mar. No caso do Sul do país,eles elencaram a perda de aproximadamente R$ 3,7 bilhões para a agricultura do Estado,segundo o relatório divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
Desde abril de 2024,as chuvas ficaram abaixo da média no Centro-Norte do Brasil,o que intensificou a seca em várias regiões,como estados do Amazonas,Mato Grosso,Tocantins,Pará,Mato Grosso do Sul,Goiás,Minas Gerais e São Paulo. Isso resultou,em julho,num recorde de focos de incêndio e uma redução drástica no nível dos rios na Amazônia.
Areia exposta no Rio Negro durante a seca histórica que ocorreu na região em outubro de 2024 — Foto: Michael Dantas/AFP
Esse cenário é pior do que o de 2023,indica a OMM. Além disso,eles mostram que o Pantanal enfrenta a pior seca dos últimos 70 anos,de acordo com o governo do Mato Grosso do Sul. As condições de clima seco,baixa umidade e altas temperaturas na região favorecem os incêndios florestais,diz.
Museu e Memorial JK na paisagem da onda de calor que atinge o Brasil no fim do inverno,com temperaturas entre 40ºC e 45ºC — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Uma onda de calor registrada entre os dias 16 e 23 de agosto,com temperaturas acima de 41 °C em várias partes do país,encerra a lista dos eventos "sem precedentes" dos dados sobre o Estado do Clima Global de 2024 por aqui. A maior temperatura foi registrada em Cuiabá,capital mato-grossense,com 42,2 °C,seguida por Porto Nacional,no Tocantins,com 41,1 °C. Ambas bateram os recordes anteriores.
As Nações Unidas reforçam,logo na apresentação do relatório,a "necessidade urgente" de sistemas de alerta precoce mais fortes e de investimentos em serviços climáticos para "proteger vidas e meios de subsistência".
Segundo a OMM,ciclones tropicais,inundações,secas e mais desastres naturais levaram ao maior número de novos deslocamentos registrados em 16 anos,com cerca de 824,5 mil pessoas retiradas de seus lugares de origem. Mais de 1 milhão de feridos e 1,7 mil mortos figuram no levantamento total.
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