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Os juros vão continuar a subir

2025-03-20 IDOPRESS

O Banco Central,em Brasília — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 19/03/2025 - 21:54

Copom eleva Selic para 14,25% e sinaliza nova alta em maio

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 14,25% e sinalizou nova alta em maio,embora sem especificar o percentual. A decisão visa combater a inflação,que deve fechar o ano acima da meta,com projeções de 5,7% para 2025. A incerteza econômica global e a política comercial dos EUA influenciam o cenário. Economistas divergem sobre o próximo ajuste,enquanto a economia brasileira mantém crescimento moderado.

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Os juros continuarão subindo,mas em ritmo menor. Esse foi o principal recado do Banco Central ontem,embora não tenha indicado de quanto seria essa nova alta. O Copom preferiu se deixar livre para decidir,em 7 de maio,por dois motivos: no Brasil,os dados são imprecisos; e no exterior,a incerteza é enorme em função da política comercial do governo Donald Trump. Apesar do verdadeiro choque de juros que o BC já aplicou no país,nas últimas três reuniões,a economia continua crescendo. “Ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento”,diz o comunicado.

A inflação ficará acima do teto da meta no final do ano. Mas quanto? Ontem,o Ministério da Fazenda divulgou relatório falando em 4,9%. O BC usou os dados do mercado,que coleta através do Boletim Focus,e aponta que as projeções subiram muito: 5,7% para o final de 2025 e 4,5% em 2026.

Qual será o ajuste da Selic em maio? Economistas se dividem; veja as projeçõesEntenda em 5 pontos a decisão do Banco Central que elevou a Selic para 14,25%: Aumento de 1 ponto percentual era amplamente esperado pelo mercado; BC sinalizou nova alta

Tem mais risco de a inflação permanecer alta,do que chance de ela cair além do previsto. É o que chamam de “assimetria do balanço de riscos”. Segundo o Copom,os riscos vêm de a inflação de serviços estar persistente,as expectativas estarem “desancoradas”,e a mistura de políticas econômicas internas e externas terem impacto inflacionário. A possibilidade de queda maior da inflação viria,segundo o comunicado,de uma redução da atividade econômica mais acentuada,ou de um cenário de menos inflação nas economias emergentes por causa da diminuição do comércio internacional.

Que a taxa iria para 14,25% era certo e sabido. Já estava pré-avisado no “forward guidance”,que é como definem essa informação de tendência dada pelo Banco Central. A grande curiosidade é o que acontecerá daqui para a frente. O que o Banco Central disse é que “diante do cenário adverso”,o Comitê de Política Monetária “antevê,em se confirmando o cenário esperado,um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”. O BC deu essa indicação futura,mas não se comprometeu com taxa alguma.

Qualquer que seja a decisão da próxima reunião,os juros ficarão acima do nível de quando a inflação atingiu o patamar de dois dígitos,há dez anos. Os juros básicos da economia subiram de 13,75% para 14,25% em julho de 2015 e permaneceram nesse patamar até outubro de 2016,quando começaram a ser lentamente reduzidos. O Copom informa também que a elevação dos juros ainda não tem data para acabar. “O comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Nos Estados Unidos,o Fed manteve a taxa de juros,revisou para cima a projeção da inflação e reduziu de 2,1% para 1,7% a previsão de crescimento para este ano. O PIB do próximo ano também foi revisto para baixo. O presidente do banco central norte-americano,Jerome Powell,explicou que a previsão de inflação subiu por causa das tarifas de importação. Em outras palavras,a política de Donald Trump já está causando estrago. Mas o Fed está achando que o impacto é provisório tanto que indicou dois cortes de juros ainda este ano. Powell atribuiu à incerteza a decisão de manter a taxa de juros.

No mercado financeiro brasileiro,a dúvida sobre a dimensão da próxima alta é total. As apostas variam entre alta 0,25,50 ou 0,75 ponto percentual. O fato é que a inflação está sim persistente,e a economia tem conseguido manter o ritmo de crescimento apesar do aperto monetário. A inflação altíssima de fevereiro,de 1,3%,foi apenas um episódio. Não é tendência e vai cair no dado de março,mas ainda assim está persistentemente acima do teto da meta. O país está desacelerando em alguns indicadores,e nem poderia ser diferente. Todo mundo prevê menor crescimento este ano. Só que o PIB do primeiro trimestre deve ser alto,em parte pela atividade agrícola,revertendo a tendência de desaceleração captada no último trimestre do ano passado,em que o país cresceu 0,2%. No primeiro trimestre de 2025 pode crescer acima de 1%.

A queda da taxa de câmbio,que tem acontecido,vai ajudar bastante a redução da inflação que foi muito impactada pela disparada do dólar do final do ano. Mas ainda não será suficiente para levá-la de volta aos seus limites. Agora o Banco Central é presidido por Gabriel Galípolo,indicado pelo presidente Lula. Não se pode mais culpar “esse cidadão”,como Lula definia Roberto Campos Neto. Taxa de juros alta nunca será popular,mas muito mais impopular é a inflação alta.

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