Policial João Marquini e juíza Tula Mello — Foto: Reprodução
GERADO EM: 07/04/2025 - 22:44
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O nome é complicado: manobra evasiva de reversão de ré. Executá-la,num momento extremo de estresse,para fugir de criminosos que atiram de fuzil num carro com blindagem para tiros de pistola,mais difícil ainda. A juíza Tula Mello vivenciou isso ao fugir dos disparos de bandidos de fuzil,no último dia 30,na subida da Serra da Grota Funda,que liga Guaratiba ao Recreio,na Zona Oeste do Rio. O marido,o agente da equipe de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) João Pedro Marquini Santana,de 38 anos,foi assassinado no local. A própria magistrada afirmou que ele tentou distrair os bandidos para protegê-la.
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— Eu escapei porque sabia fazer a manobra. Fui treinada nas partes técnica e psicológica. Quando o tiro de fuzil acertou o vidro do carro,parecia uma explosão. Foi um milagre ter escapado. Quando cheguei a um posto de gasolina e parei o veículo,minha impressão era de que tinha sido atingida por um tiro,pedindo aos bombeiros que vissem se eu não estava ferida,pois não acreditava que tinha saído ilesa — relembra a magistrada sobre o momento em que quatro disparos atingiram o seu veículo Outlander.
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A manobra faz parte de um dos cursos de um Programa de Treinamento de Proteção Pessoal,criado em 2003 pela Secretaria-Geral de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Rio,justamente para magistrados aprenderem a se proteger. Por questões de segurança,o tribunal não revela quantos juízes fizeram o curso,nem a carga horária.
— Fui de ré e dei um cavalo de pau de 180 graus. É preciso dar um tranco,fazer um movimento brusco com o braço,que permita que você dê a volta completa no volante. Depois é frear,trocar a marcha para D (drive,ou seja,dirigir em português),no carro automático,e seguir em sentido contrário — explica Tula sobre a manobra evasiva de reversão de ré,que treinou dezenas de vezes,até se sentir segura em fazê-la.
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Ela conta que fez o curso pouco antes da pandemia,quando ainda não era titular do III Tribunal do Júri,mas atuava na vara em substituição. Os instrutores são policiais que atuam no Tribunal de Justiça do Rio,mas João Marquini,marido da magistrada,criava situações de perigo para a mulher resolver em situações de perigo.
— João,por trabalhar numa força especial como a Core,era muito operacional e se preocupava com a minha segurança. Ele me fazia perguntas de como agir em situações complexas. Ele criava cenários e me perguntava como eu agiria para me corrigir,ou não. Temos que estar sempre preparados,mas não aconselho a fazer essa manobra em carros que não sejam blindados. O melhor a fazer é se render e entregar o carro — aconselha Tula.
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