Glauber Braga cumprimenta o ator Marco Nanini no Conselho de Ética da Câmara — Foto: Divulgação
GERADO EM: 10/04/2025 - 22:33
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Em cartaz em Brasília com o monólogo “Traidor”,Marco Nanini passou a quarta-feira no Congresso. Foi assistir à sessão do Conselho de Ética que discutiria a cassação do deputado Glauber Braga. “Como estou na cidade,me senti no dever de ir”,explica o ator,que enfrentou seis horas de falatório e gritaria numa sala cheia e abafada.
Glauber é acusado de quebrar o decoro ao agredir um militante do MBL que xingou sua mãe de “safada”. Não foi seu único entrevero com o provocador,que costuma se infiltrar em atos da esquerda para causar tumulto e viralizar nas redes sociais. Em 2024,ele usou a tática para se candidatar a vereador pelo Novo. Coincidentemente,o partido apresentou a representação contra o deputado do PSOL.
A violência não pode ser tolerada na política,e Glauber merece alguma punição pelo descontrole. Mas a cassação do mandato parece uma pena exagerada,a julgar pelas circunstâncias do caso e pelo histórico recente da Câmara.
No ano passado,a Polícia Federal prendeu o deputado Chiquinho Brazão,acusado de encomendar o assassinato da vereadora Marielle Franco. Trancado num presídio de segurança máxima,ele continua a receber salário e verba de gabinete. Em outro episódio rumoroso,o deputado Delegado Da Cunha virou réu por violência doméstica após espancar e ameaçar matar a ex-mulher. O Conselho de Ética encerrou o caso com uma mera censura verbal.
Ao recomendar a cassação de Glauber,o relator Paulo Magalhães disse que ele maculou “a honra e a dignidade do Parlamento”. O deputado é o mesmo que,em 2001,bateu no autor de um livro com denúncias contra seu tio Antonio Carlos Magalhães. O caso foi noticiado pelo GLOBO com uma foto de Magalhães,o sobrinho,sendo contido por aliados. “Socos e pontapés na Câmara — Deputado agride jornalista para defender ACM”,registrou o jornal.
Até os tapetes do Congresso sabem que a confusão com o militante do MBL é um pretexto para cassar Glauber. Ele entrou na mira ao se lançar em cruzada contra Arthur Lira e o orçamento secreto. Ontem o ex-presidente da Câmara,que acaba de comprar uma mansão de R$ 10 milhões,disse não ter nenhuma ligação com o processo.
Eleitor do PSOL,Marco Nanini deixou o Conselho de Ética com a impressão de que o debate foi puro teatro. “Aquilo é um caos. Todos falam e ninguém ouve!”,espanta-se.
Dois pesos: Relator do caso Glauber também agrediu homem na CâmaraCaso Marielle: Relator do caso Glauber foi contra cassar Chiquinho Brazão
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