Loja da Tok&Stok — Foto: Reproduçaõ
GERADO EM: 22/04/2025 - 19:02
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A família Dubrule,de origem francesa e fundadora da brasileira Tok&Stok,afirmou que a Mobly lança “chicanas” para “tumultuar o processo e criar obstáculos artificiais” à operação pela qual o clã tenta comprar o controle da companhia. Os Dubrule reagiram às acusações feitas nesta terça-feira pela Mobly,que os acusou de conluio com executivos da Home24 — maior acionista da Mobly,com 44,3% das ações — durante as tratativas para a transação.
“Nossa OPA está obviamente mantida. A série de chicanas dos administradores para tumultuar o processo e criar obstáculos artificiais indica,para nós,que estamos no caminho certo. A família Dubrule lamenta a campanha infundada,desesperada e sem quaisquer limites éticos movida pela administração da Toky”,afirmaram os Dubrule em nota,referindo-se ao novo nome da holding da Mobly.
OPA é a sigla para oferta pública de aquisição e é o processo exigido para a troca do controle de uma empresa aberta. Por meio da OPA,o acionista que quer assumir o comando do negócio precisa fazer uma oferta,nas mesmas condições,a todos os acionistas da companhia.
A transação é mais um capítulo da insatisfação dos Dubrule com os rumos do negócio. A família fundou a varejista de móveis e decoração Tok&Stok no fim dos anos 1970,mas abriu mão do controle em 2012. Naquele ano,a gestora de participações americana Carlyle (hoje parte da gestora SPX) comprou 60% da empresa por R$ 700 milhões.
O negócio,porém,nunca evoluiu como as partes imaginavam e,no ano passado,seu controle foi comprado pela Mobly — à revelia dos Dubrule,que permaneceram como acionistas minoritários. Criada como um e-commerce de móveis em 2011,a Mobly ganhou musculatura com um IPO que levantou mais de R$ 800 milhões uma década depois. A companhia sempre teve dificuldade para ser rentável,e Regis Dubrule,cofundador da Tok&Stok,chegou a chamar a Mobly de “um avião caindo” e classificou a aquisição de “abraço de afogados”.
Desde então,os lados vivem às turras. Os Dubrule entraram na Justiça pedindo indenização por supostos prejuízos com a operação,além de solicitarem a reversão da transação. Em fevereiro,a família se mexeu para mudar o jogo: lançou uma OPA para comprar até 100% do negócio,oferecendo R$ 0,68 por ação. Em vez de prêmio,a oferta previa um desconto,alegando que a companhia estava endividada e não dava lucro.
A proposta foi rechaçada pela Mobly,que afirmou que a oferta destruiria valor da companhia. O problema é que,poucas semanas depois,a alemã Home24,principal acionista da Mobly,fez uma solicitação que sugeria interesse na transação: pediu o fim da “poison pill”,cláusula do estatuto que dificulta uma tomada de controle. Na sequência,os Dubrule apresentaram nova proposta de OPA — reduzindo o alvo de 69,2% para apenas 50% mais uma ação da empresa.
As novas acusações da Mobly surgem nesse contexto. Nesta terça-feira,a companhia divulgou fato relevante afirmando ter encontrado “indícios de atuação coordenada e não divulgada ao mercado entre membros da família Dubrule,incluindo os ofertantes da oferta pública de aquisição de ações (‘OPA’) atualmente em curso,e representantes seniores do Grupo XXXLutz,controlador da Home24”.
A empresa não apresentou detalhes sobre as supostas provas,mas informou que vai “tomar as medidas cabíveis nas esferas administrativa,cível e criminal.”
“Dentre tais medidas,a administração informa que protocolará junto à CVM,nesta data,o pedido de cancelamento da OPA e de apuração de responsabilidades dos envolvidos”,acrescentou.
Para os Dubrule,“os administradores demonstram,mais uma vez,estar claramente tentando fugir a suas obrigações fiduciárias junto à companhia de submeter ao conjunto dos acionistas uma proposta apresentada em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis,e que dá liquidez a acionistas hoje sem horizonte para vender suas participações e sem motivos para ter esperança no futuro da empresa."
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