O deputado Pedro Lucas Fernandes,líder do União Brasil na Câmara — Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
GERADO EM: 22/04/2025 - 19:50
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O líder do União Brasil na Câmara,Pedro Lucas Fernandes (MA),decidiu nesta terça-feira recusar o convite para se tornar ministro das Comunicações. A decisão de não entrar no governo aconteceu por um pedido da cúpula do partido,que queria evitar uma disputa pela liderança na Casa. Ainda não está definido quem assumirá o Ministério das Comunicações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado,Davi Alcolumbre (União-AP),irão debater o assunto.
“Sou líder de um partido plural,com uma bancada diversa (...) A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas,construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”,disse Fernandes,em nota,também pedindo “desculpas” a Lula.
O Palácio do Planalto,por meio da ministra das Relações Institucionais,Gleisi Hoffmann,havia anunciado que o líder partidário iria para o ministério e que deveria assumir o cargo no fim deste mês. Mesmo assim,uma força tarefa,que incluiu o presidente do União,Antonio Rueda,fez com que o parlamentar recuasse.
A troca na pasta das Comunicações acontece após Juscelino Filho sair do cargo por ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeitas de desvios em emendas parlamentares. Ele nega irregularidades.
O nome do líder partidário para o cargo foi sugerido pelo presidente do Senado durante um almoço com Gleisi e Rueda. O encontro aconteceu no dia 8 de abril,mesmo dia em que Juscelino saiu do governo e,naquele momento,Rueda aceitou a sugestão de Pedro Lucas para o cargo.
Colegas de legenda de Alcolumbre dizem que o interesse dele em ter Pedro Lucas como ministro era abrir uma vaga na liderança do partido na Câmara e colocar o ex-ministro da pasta Juscelino Filho na função. A operação,no entanto,não contou com o endosso da maioria dos deputados do União e nomes como Moses Rodrigues (CE),Damião Feliciano (PB) e Mendonça Filho (PE) se movimentaram para liderar o partido.
Diante da guerra interna pela liderança,Rueda se movimentou para convencer Pedro Lucas a não aceitar o convite.
Davi Alcolumbre é o responsável por intermediar a relação entre o União e o governo. É dele a palavra final para a indicação de todos os ministros que cabem à legenda.
Por conta disso,o senador vem acumulando divergências com outros integrantes da cúpula do União Brasil a respeito da participação do partido no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos rumos que a legenda deve tomar na eleição de 2026. Tanto Rueda como o primeiro-vice do União,ACM Neto,defendem uma postura mais distante do governo.
Pedro Lucas optou por submergir nesta terça-feira. Ele não foi ao Congresso e nem participou da reunião da bancada do União Brasil na Câmara,que foi conduzida pelo deputado Rodrigo de Castro (MG) e durou cerca de 30 minutos para debater as pautas desta semana.
O líder partidário passou a manhã e a tarde com o presidente do União Brasil e com Davi Alcolumbre para discutir os cenários diante da recusa do ministério. Chegou-se a conclusão que seria insustentável aceitar o convite para compor o governo diante do cenário de disputa interna na bancada.
Havia uma pressão para que o parlamentar não aceitasse o cargo desde quando o ministério ficou vago,com a saída de Juscelino,no dia 8 de abril. A ala oposicionista da legenda avaliava que a escolha de alguém que é líder do partido para um cargo no primeiro escalão do governo seria vincular excessivamente o partido ao governo.
Além dele ser líder,o deputado é um dos parlamentares mais próximos de Rueda,o que deixaria o partido ainda mais vinculado ao governo,algo que parte da cúpula nacional quer evitar. Integrantes do União já trabalhavam há cerca de duas semanas para evitar que o nome de Pedro Lucas fosse levado ao governo.
Apesar disso,segundo integrantes do partido,o presidente do Senado insistiu em apresentar o nome do deputado ao Poder Executivo. Alcolumbre e Pedro Lucas se reuniram com Lula no Palácio da Alvorada e lá foi selado o acordo para que ele substituísse Juscelino na pasta.
Tão logo a ministra da Secretaria de Relações Institucionais anunciou no dia 10 de abril que Pedro Lucas seria ministro,a ala oposicionista da sigla procurou Rueda e ele foi convencido a trabalhar para que o parlamentar recusasse o convite.
Por conta da conversa com o presidente do União,Pedro Lucas,que na véspera tinha falado que aceitaria o governo,deu um passo atrás e divulgou um texto em que anunciou que irá conversar com a bancada de deputados antes de decidir.
O próprio processo de definição que definiu Pedro Lucas como líder,que aconteceu em fevereiro,foi conturbado e citado como razão para ele não aceitar. Quando Elmar Nascimento foi convencido a sair da liderança do União em dezembro do ano passado,o partido entrou em uma guerra interna entre aqueles que resistiam a dar a Rueda influência sobre a bancada e aqueles que queriam um acordo com o presidente do União.
Prevaleceu a escolha ligada a Rueda e Pedro Lucas foi escolhido ministro,mas caso ele saísse do cargo para virar ministro,a mesma disputa iria se repetir,com a possibilidade até de um deputado oposicionista se tornar líder.
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