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Benefícios para quem?

2025-04-24 HaiPress

Ministro da Previdência Social — Foto: Cristiano Mariz

RESUMO

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GERADO EM: 23/04/2025 - 22:11

Instabilidade Política Brasil: União Brasil Recusa Ministério de Lula

O cenário político brasileiro enfrenta desafios com partidos focados mais em interesses próprios do que no futuro do país. A decisão do União Brasil de recusar um ministério,após negociações com Lula,destaca a fragilidade governamental e partidária. A corrupção,como no escândalo do Ministério da Previdência,e a falta de ética corroem a política,enquanto a governabilidade depende de coalizões instáveis.

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A inusitada decisão do partido político União Brasil de não aceitar a indicação de seu líder para o importante cargo de ministro das Comunicações,depois de ter acertado tudo com os enviados do presidente Lula,não é apenas sinal da fragilidade do atual governo,mas também de nosso sistema partidário,que não responde por questões programáticas e é excessivamente pragmático. Se o governo é popular e tem perspectiva de continuar,partidos o apoiam,mesmo que seja pro forma. Quando,como agora,o governo é mal avaliado nas pesquisas,alguns permanecem à espera de melhor momento para cair fora,outros,como o União Brasil,desistem simplesmente de participar,já se preparando para a campanha logo adiante.

No caso atual,há um componente a mais na balbúrdia em que se transformou nosso sistema partidário. Parte do partido apoia o governo,outra parte o rejeita. Traduzir uma parte na outra parte,uma questão de vida ou morte,será arte? A questão levantada pelo poeta Ferreira Gullar pode bem ser adaptada à nossa situação política. É preciso muita arte para fingir ser do governo sem ser. Mais arte ainda se exige do governante,que tem de fingir ter engolido o desaforo para não perder o apoio de pelo menos parte do partido,o que é um oximoro.

Um dos problemas é que as muitas partes em que se dividiram os partidos brasileiros — a maioria em busca de vantagens particulares para seus “proprietários” e associados — não fazem com que nossa democracia avance. Como nenhum governo consegue eleger a maioria do Congresso,muito menos com 30 partidos atuantes,é preciso uma coalizão de legendas para garantir a governabilidade. Até o segundo governo Lula,ela era garantida pela troca de favores entre o governo central,que ainda controlava o Orçamento,e os partidos,que ocupavam ministérios,estatais e institutos,com todos os benefícios que lhes eram concedidos.

Foi assim que o PDT,neste governo,ficou com o Ministério da Previdência Social,agora envolvido num escândalo de proporções gigantescas,só descoberto pelo trabalho excelente que o Tribunal de Contas da União (TCU) faz de investigação. O ministro Carlos Lupi é o responsável direto pela roubalheira mais vulgar e perversa: tirar dinheiro dos que recebem benefícios sociais. Bilhões de reais foram usurpados dos beneficiários do nosso precário sistema previdenciário,e,se Lupi admite que a nomeação do presidente do INSS,demitido diante do escândalo,é de sua inteira responsabilidade,deveria ter saído junto a fim de deixar o governo livre para recuperar o estrago.

Mas,assim como o União Brasil cisma de continuar no cargo sem que Lula possa reagir,também Lupi permanece impávido em seu lugar,elogiando seu indicado,que até mudou de partido,do PSB para o PDT de Lupi,para que ficasse mais claro quem manda. É mais um problema do governo do presidente Lula nesta sua terceira versão. Até os partidos tidos como de esquerda se preocupam mais com suas finanças e arranjos políticos que com os do governo,que não tem,por seu lado,planos que projetem o país para o futuro e,quando tem,como o Pé-de-Meia,se perde na burocracia ou na corrupção,uma ajudando a outra.

O desgaste dos laços partidários traz consigo uma consequência grave,como se viu agora na posição irresponsável do União Brasil: a corrosão da ética na política. O caso do ministro que foi sem nunca ter sido,além de todos os demais desvios de conduta apontados,reflete a deterioração do espírito público,que hoje raramente se encontra sem que seja desvalorizado diante da possibilidade de tirar vantagem pessoal da atividade política.

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