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Crise do INSS repercute seis vezes mais nas redes do que debate sobre a escala 6x1 após endosso de Lula

2025-05-06 HaiPress

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 06/05/2025 - 03:30

Fraude no INSS domina redes sociais e ofusca debate sobre escala 6x1

A crise no INSS repercutiu seis vezes mais nas redes sociais do que o debate sobre a escala 6x1,mesmo após o endosso de Lula. A consultoria Bites revelou que menções à fraude no INSS superaram significativamente as discussões sobre a jornada de trabalho reduzida. A demora do governo em responder ao escândalo impacta negativamente sua popularidade,especialmente entre eleitores mais velhos,enquanto a tentativa de adotar o fim da escala 6x1 como bandeira positiva enfrenta desafios.

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A crise no INSS ofuscou,nas principais redes sociais,o recente endosso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao debate sobre o fim da escala 6x1,tema levado pelo próprio petista ao seu mais recente pronunciamento em cadeia de rádio e TV,na véspera do Dia do Trabalho. O quadro desfavorável ao governo no ambiente digital é apontado por um levantamento feito pela consultoria Bites a pedido do GLOBO. Os dados mostram que as menções aos descontos fraudulentos nas aposentadorias,que levaram à saída de Carlos Lupi (PDT) do Ministério da Previdência,superaram em mais de seis vezes as citações à proposta de redução da jornada de trabalho,que ganhou destaque na comunicação oficial de Lula na semana passada como aposta de agenda positiva.

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Se nas últimas duas semanas,foram contabilizadas 2,49 milhões de menções ao INSS,à fraude nas aposentadorias e à troca no ministério da Previdência,os temas ligados ao Dia do Trabalho e ao fim da escala 6x1,aposta de Lula em meio à queda de popularidade de sua gestão,somaram apenas 378 mil citações. Quando analisado o volume de curtidas,comentários e compartilhamentos,a distância se repete: a crise associada aos descontos indevidos gerou mais de 22,6 milhões de interações,contra 6,62 milhões da agenda trabalhista.

Pauta digital — Foto: Editoria de Arte

O levantamento aponta que o dia 1º de maio,quando os atos organizados pelas centrais sindicais tiveram a redução da jornada de trabalho como bandeira,foi o único em que houve engajamento em patamar semelhante com os dois temas. Já no dia seguinte,no entanto,a crise das aposentadorias voltou a prevalecer no debate digital,segundo o diretor-adjunto da Bites,André Eler:

— Mesmo com 1º de maio sendo um evento histórico das centrais sindicais e que,nesse ano,veio com uma demanda nova,pelo fim da escala 6x1,houve uma repercussão muito baixa nas redes sociais. Isso aconteceu,especialmente,em vista da fraude do INSS,já que toda a repercussão do escândalo foi muito puxada e orientada online pelo protagonismo da oposição.

Exposta por uma operação da PF no mês passado,a crise provocada pelos descontos fraudulentos voltou a repercutir na ocasião após o então ministro da Previdência,Carlos Lupi,afirmar que havia sido alertado sobre as denúncias de descontos irregulares. A fala reverberou junto à constatação de que a arrecadação dos sindicatos envolvidos no esquema teve maior alta durante o governo Lula. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro pressionaram,nas redes sociais,pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e pela saída de Lupi do cargo,concretizada na sexta-feira. Ele foi substituído por Wolney Queiroz (PDT-PE).

Demora do governo

Cientista político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM),Paulo Ramirez avalia que,somada à capitalização do assunto pela oposição,a demora do governo em dar uma resposta ao escândalo impactará a percepção sobre a gestão Lula no eleitorado com 60 anos ou mais,grupo afetado pelos descontos fraudulentos. Segundo dados da última pesquisa Genial/Quaest,do início de abril,o segmento é o único na divisão por faixa etária que,numericamente,aprova mais o governo (50%) do que o desaprova (46%). Na população como um todo,56% rejeitam a gestão do petista,ante 41% que a aprovam.

— O time do governo,mais uma vez,foi lento para a resolução dessa crise,pensando com atraso no afastamento do Lupi e em propostas para o ressarcimento dos que foram prejudicados. Foram deixadas lacunas e flancos que acabaram sendo ocupados pela oposição. Eles reforçam ideias que dizem que o governo rouba dos mais necessitados,no caso,os idosos — analisa.

Além da exposição da gestão Lula à possível perda de apoio em um novo segmento do eleitorado,em meio ao revés na popularidade do governo,o escândalo também atrapalhou a difusão da informação de que o governo passaria a adotar como uma de suas bandeiras o fim da escala 6x1. A proposta,citada em pronunciamento por Lula na quarta-feira,foi descrita como “uma das prioridades do governo no Congresso” em uma postagem feita pela ministra das Relações Institucionais,Gleisi Hoffmann,no último domingo.

No período entre as duas declarações,segundo a Bites,o tema gerou 267 mil menções e 4,47 milhões de interações nas plataformas,enquanto a crise na Previdência foi citada 920 mil vezes,com 6,44 milhões de interações.

Para o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino,a diferença é indicativo da dificuldade do governo de emplacar pautas positivas,diante de desvios provocados por outros temas. A tendência se repetiu,enfatiza,em ocasiões como o anúncio da expansão dos programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular,ofuscado pela denúncia de Bolsonaro e outros aliados,em fevereiro,pela suposta trama golpista.

— Diante dessa agenda negativa que está permeando o noticiário,o governo está buscando,de alguma forma,maneiras de contrabalancear. A adesão ao fim da escala 6x1 nesse momento é uma tentativa de contenção de danos. Agora,se ele vai ser bem-sucedido ou não,precisamos considerar que vai depender,sobretudo,da boa articulação que o governo fará com o Legislativo — acrescenta Consentino.

Projeto na Câmara

No Congresso,a pauta foi protocolada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) em fevereiro e depende agora da disposição do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara,Paulo Azi (União-BA),para a escolha de um relator e a determinação do prazo para o projeto ser votado. O texto também já tem sido discutido pela bancada do PT na Casa,que se comprometeu em integrar um grupo de estudo da proposta junto ao PSOL.

A entrada do governo na pauta pode ser benéfica tanto para o avanço da proposição quanto para a percepção da gestão Lula,mas diante das circunstâncias de queda de popularidade também pode ser interpretada como “oportunista”,afirma o cientista político Rafael Cortez.

— Até aqui,o governo tem tido dificuldade de apresentar uma marca social para esse mandato. A luta pelo fim da escala 6x1 poderia cumprir esse papel,mas em razão do timing em que se escolheu entrar nessa discussão,isso não vai ser algo trivial e viabilizado da noite para o dia. Não deixa de ser lido como uma forma de oportunismo.

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