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China pode comprar produtos brasileiros taxados nos EUA? Especialistas respondem

2025-08-12 HaiPress

Café é um dos produtos atraentes,mas chineses vão mirar longo prazo — Foto: Divulgação

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GERADO EM: 11/08/2025 - 21:54

Brasil pode ampliar exportações para China em resposta a tarifas dos EUA

A China,principal parceira comercial do Brasil,está interessada em ampliar a compra de produtos brasileiros,como resposta às tarifas dos EUA. Especialistas acreditam que o Brasil pode expandir suas exportações para a China,incluindo café,carnes e produtos manufaturados. O crescimento da renda chinesa e a busca por descarbonização podem favorecer a soja e biocombustíveis. Contudo,a concorrência é acirrada e a logística complexa.

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Maior parceira comercial do Brasil,com volume de negócios de US$ 188,17 bilhões em 2024,a China tem demonstrado interesse em comprar mais produtos brasileiros em resposta ao tarifaço de Donald Trump. Os asiáticos têm celebrado nas redes sociais a chegada de novos itens made in Brazil,como café e açaí. Especialistas consultados pelo GLOBO avaliam que é possível ampliar a relação comercial com os chineses,incluindo até mesmo produtos manufaturados (de maior valor agregado). Mas o movimento não é imediato.

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— A China pode ampliar o comércio com o Brasil. Mas por trás disso sempre haverá racionalidade e visão de mercado de longo prazo dos chineses,que não buscam apenas um movimento circunstancial — explica Larissa Wachholz,coordenadora do Programa Ásia e do Grupo de Análise da China no Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) e sócia da Vallya Participações.

O café é um exemplo,já que os chineses estão criando o hábito pela bebida — embora o chá ainda tenha a maior preferência. A venda do grão brasileiro para a China ainda é pequena,mas vem crescendo. No primeiro semestre deste ano saltou mais de 100%,de US$ 90 milhões para quase US$ 200 milhões.

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Larissa Wachholz conta que há bairros em grandes cidades da China,onde moram ocidentais e famílias mais ricas,com efervescência de cafeterias.

O pesquisador de café do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq),Renato Ribeiro,vê chances de o Brasil aumentar a venda de café especialmente para a Europa,num movimento mais rápido do que o da China.

— Com tarifa de 50% sobre o grão brasileiro,produtores da Colômbia e de outros países da América Central tendem a ganhar mercado nos EUA. Isso amplia a chance de o Brasil exportar mais para a Europa — diz .

Biocombustíveis

No caso da soja,o Brasil é o maior fornecedor para a China. O professor de economia chinesa do Insper,Roberto Dumas,avalia que a renda da população e o consumo de carne de porco continuarão crescendo — e a soja brasileira será necessária para alimentar os suínos.

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Wachholz vê uma nova avenida para o crescimento da venda de soja para a China. O óleo de soja é insumo para a produção de biodiesel e,em menor escala,bioquerosene.

— A China é muito forte na indústria da navegação marítima e da aviação,e busca alternativas para descarbonização. A soja,a cana-de-açúcar e o milho (os dois últimos para a produção de etanol) podem ser alternativas — observa.

Especialistas também veem a possibilidade na venda de produtos industriais para a China,como peças para aviação ou aeronaves fabricadas pela Embraer,que ficaram livres do tarifaço de 50%,mas pagarão alíquota de 10% para entrarem nos EUA.

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Mas o economista Célio Hirakuta,professor da Unicamp e coordenador do centro de estudos Brasil-China,lembra que diversos países da Ásia são exportadores de manufaturados.

— Portanto,a concorrência de empresas que produzem itens manufaturados é muito acirrada. Há alguns exemplos de produtos que o Brasil vende lá,como motores elétricos e transformadores. Mas isso se explica porque algumas empresas,como a Weg,têm operações por lá — diz Hirakuta.

Ele lembra que abrir novos mercados para manufaturados é um caminho mais complicado,já que é necessária preparação logística,buscar um portfolio de clientes e entender as especificações técnicas.

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O economista da Unicamp também acredita que o aumento da renda na China abre oportunidades para o Brasil ampliar ainda mais a venda de carne bovina aos chineses,que apesar da preferência pelos suínos buscam diversificação do cardápio de proteínas. Os produtores de carne brasileiros estimam prejuízo de US$ 1 bilhão ao ano com o tarifaço de 50% sobre o produto nos EUA.

— O aumento da renda dos chineses vai bater no consumo,e eles buscam diversificar os tipos de carne que consomem,o que beneficia a carne bovina brasileira — afirma Hirakuta.

Recorde em carnes

Em julho,as exportações de carne bovina do Brasil para a China atingiram um novo recorde,com 276,88 mil toneladas vendidas,superando o recorde anterior de outubro de 2024 270,24 mil toneladas. Em 2024,a China importou 1,33 milhão de toneladas de carne bovina brasileira,gerando um faturamento de US$ 6 bilhões,segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec).

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