
Jorge Messias e o presidente Lula no Palácio da Alvorada — Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República/20/11/2025
GERADO EM: 01/12/2025 - 22:38
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com o senador Weverton Rocha (PDT-MA),relator da indicação do advogado-geral da União,Jorge Messias,ao Supremo Tribunal Federal. Os dois almoçaram no Palácio do Planalto,em um compromisso que não estava na agenda do chefe do Executivo.
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A informação foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo GLOBO. Weverton deve apresentar seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça do Senado amanhã.
O Planalto tenta contornar a resistência de senadores,Davi Alcolumbre (União-AP),ao nome de Messias. Alcolumbre e parlamentares de siglas de centro ficaram ressentidos por terem sua preferência pelo nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) preterida por Lula na escolha do nome que deverá ocupar a vaga aberta no STF com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso. Em nota no domingo,o presidente do Senado afirmou que é “nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão,perante a sociedade,de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico,com cargos e emendas”.
Em meio ao cenário adverso para Messias,Alcolumbre decidiu,na semana passada,pautar a sabatina do advogado-geral da União no Supremo para o próximo dia 10,mas para que ela ocorra o Planalto precisa enviar ao Congresso a mensagem presidencial sobre a indicação. O encaminhamento,contudo,tem sido postergado pelo Planalto,em ato que é considerado por parlamentares do Centrão uma manobra para dar tempo para que o ministro-chefe da AGU consiga fazer articulação política com senadores para aumentar sua chance de ser aprovado.
Ministro de Minas e Energia,Alexandre Silveira avalia que a resistência à indicação Messias no Senado é um desentendimento pontual entre a Casa e o governo e será contornado. Ele aposta no timing de Lula para entrar em campo e resolver de vez a questão. A avaliação entre aliados,no entanto,é que apenas a articulação em “modo convencional” não tornará o cenário favorável a Messias e será necessário que o petista lidere as negociações para sensibilizar senadores e tratar do assunto com Alcolumbre.
— Dialogar para construir maioria nas casas parlamentares é extremamente natural,e qualquer estresse que seja pontual,eu tenho absoluta convicção de que será resolvido para o bem do Brasil. Quem sabe a hora de o presidente Lula entrar em qualquer discussão é o presidente Lula — disse Silveira em visita ao Senado.
Em meio à tensão com o governo,Alcolumbre marcou a data da sabatina antes mesmo de o Palácio do Planalto enviar a mensagem oficial ao Congresso com a indicação ao STF. Messias foi sugerido para a vaga na Corte no dia 20,e o envio da mensagem é a primeira etapa da formalização da indicação do presidente à Corte.
Por causa da demora no envio da mensagem,o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),Otto Alencar (PSD-BA),afirmou na última quarta-feira que a sabatina de Messias pode ser adiada pela demora para a chegada no Congresso da mensagem vinda do Planalto com a indicação de Messias.
De acordo com o colunista Lauro Jardim,uma das moedas de troca possíveis que Alcolumbre deve pedir para facilitar a vida de Jorge Messias no Senado é a presidência do Banco do Brasil. Alcolumbre nega a cobiça por cargos.
Em uma tentativa de conter a escalada da crise,a ministra Gleisi Hoffmann,da Secretaria de Relações Institucionais (SRI),foi às redes sociais dizer que o governo tem pelo presidente do Senado “o mais alto respeito e reconhecimento”.
Em sua peregrinação pelo Senado na tentativa de convencer os senadores de que é um bom nome para a Corte,Messias vai almoçar nesta terça-feira com integrantes do bloco parlamentar formado pelos 16 parlamentares do PL e do Partido Novo. Foi ele quem solicitou o encontro,articulado pela senadora Dra. Eudocia Caldas (PL-AL),mãe do prefeito de Maceió,João Henrique Caldas (PL),o JHC. Embora hoje no PL de Jair Bolsonaro,a família Caldas se aproximou de Lula em meio às tratativas para que o presidente indicasse Marluce Caldas,tia do prefeito da capital alagoana,para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como parte do acordo político costurado para que houvesse a indicação,formalizada em julho deste ano,JHC se comprometeu a deixar o PL e migrar para uma sigla da base de Lula,o que até o momento não ocorreu.
Outro expoente da bancada do PL,o senador Rogério Marinho (RN) disse que desconhecia a presença de Messias no evento e que não vai ao almoço.
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